HOMENAGEM DO -PENSAR!-
Hoje, sétimo dia após o falecimento do Pensador Marco Túlio Kalil Ferreyro, por ter ficado com a incumbência de prestar uma homenagem em nome dos demais integrantes do -PENSAR!-, entendi como melhor forma dedicar este editorial. Até porque, enquanto lutava bravamente contra a doença que acabou por derrotá-lo, Marco Túlio nunca deixou de produzir estudos, propostas e advertências, sempre com o mesmo propósito: tentar iluminar as cabeças menos esclarecidas sobre os destinos do nosso país e/ou do RS.
ARTIGO MAIS RECENTE
Assim, a melhor homenagem que podemos fazer é através da publicação de um de seus vários artigos. Escolhi o mais recente, escrito em 08/12/2011, com o título: O PIB estagnado e o ?tupiniquim- dreams. Eis:
ERROS E OMISSÕES
Diante dos números, fatos, erros e omissões do governo, que já completa 10 anos no poder sem promover qualquer reforma estrutural e/ou estabelecer um planejamento de médio e logo prazo para a economia brasileira, vale repetir as críticas já para lá de recorrentes. Reduções de impostos, taxas e contribuições, sempre serão bem vindas. Entretanto, não somente sobre o consumo, mas, também, sobre a oferta, sobre a produção.
RESULTADO
O resultado que estamos colhendo é pra lá de conhecido: o obsessivo modelo pró-mercado doméstico conduzido com escoliose econômica está dando evidentes e esperados sinais de fadiga, como estagnação do PIB. Tanto pelo lado da demanda e consumo, quanto pelo lado dos investimentos, puxando para baixo.
IMPACTOS DA CRISE
Considero um acinte à inteligência econômica do país a presidente Dilma declarar que o -PIB zero- é reflexo da crise da zona do euro e dos USA. Não, presidente, apenas as expectativas até o momento foram afetadas. Assim como estão freando as decisões quanto a novos investimentos. Os impactos da crise internacional ainda irão afetar a economia brasileira, visto que, tanto a falta de fundamentos fiscais de várias das economias avançadas, elevadas taxas de desemprego especialmente nas populações mais jovens, déficits nas balanças correntes o que dificulta a recuperação econômica, especialmente via corrente de comércio e fadiga do well fare state europeu. E, o que é pior: o cenário de ônus demográfico que vive a região, com a maior parte da população em idade inativa, simplesmente deixam sombrias as perspectivas de recuperação, a não ser muito gradativamente e por longos anos.
SELF MADE MAN
Voltando às terras tupiniquins, os economistas do governo lulo-petista e sua coalizão dizem que o Brasil está criando algo como o -american dreams-, que foi sustentado por décadas através do espírito do -self made man- nos USA, de incentivo ao mérito e ao esforço pessoal, com educação, capacitação profissional, inovações tecnológicas.
TUPINIQUIM DEAMS
Entretanto, a versão tipo -tupiniquim dreams- está sendo calcada no ASSISTENCIALISMO e no PATERNALISMO. O que provoca um inchaço cada vez maior do estado já por demais paquidérmico, perdulário, autofágico e ineficiente. Como a propensão média que o brasileiro mostra para poupar é baixíssima, resta saber se, logo adiante, quando o modelo de obsessão pró mercado doméstico (turbinado pelo boom de oferta de crédito derivado da entrada de smart money) bater nas restrições de renda/endividamento/inadimplência, o que será feito: O governo pretende criar a BOLSA INADIMPLÊNCIA? Sobre as desonerações do IPI, por exemplo, mais uma vez soa como migalha tributária, uma vez que o peso do IPI é de cerca de 4% do bolo tributário. O correto, portanto é sua imediata extinção, uma vez que não há país no mundo que cobre tal imposto. Aliás, de tão obsoleto acaba gerando distorções na eficiência alocativa dos fatores de produção quando alivia alguns setores e penaliza a outros.Por favor, Marco Túlio: agora que tens mais tempo e menos sofrimento, não deixe de enviar seus artigos. Sucesso, meu caro, nesta tua nova jornada!