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22 nov 2004

FALTA UM COMUNICADO OFICIAL


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O RETRATO DO DESESPERADO
Mais uma vez a decisão do Copom mostrou o quanto o governo precisa de recursos e o quanto representa o baixo nível de entendimento do povo. Para tentar corrigir esta ignorância popular, e partir para discussões e soluções inteligentes e efetivas, creio que está faltando um comunicado oficial por parte do governo, com explicação continuada por parte de professores e de comunicadores dotados de alguma capacidade intelectual, para explicar quem é o mais desesperado por tomar os recursos do público.
CAUSA INATACADA
A questão, ou causa, que mais uma vez exponho, é a seguinte: se os juros caem muito, quem deixa de captar é o governo. Por decisões orçamentárias e constitucionais o Estado é um grande viciado, um ser altamente dependente que precisa desesperadamente de dinheiro para fazer frente às suas despesas monumentais e cobertura de déficits monstruosos. A causa, portanto, está no tamanho da despesa, não do custo para enfrentá-la.
ATACAR AS CAUSAS
Juros baixos, por sua vez, estimulam o desenvolvimento, o que representa recursos alocados em empresas, infra-estrutura e serviços, concorrentes fortes do governo na disputa da pouca poupança disponível. Gente, é preciso parar de discutir a conseqüência e começar a atacar tão somente as causas. E mais uma vez o Orçamento Geral da União, que está para ser aprovado no Congresso, vai contemplar coisas absurdas que ninguém está atacando nessa hora.
FALTA BOM SENSO
Perturbados pela crescente necessidade de captar tudo que pode, o governo mostra que nunca não tem tempo para pensar. E os políticos, mostrando desde sempre que não são dotados de bom senso ou capacidade de administração, também nunca entenderam que alíquotas menores melhoram os níveis de arrecadação. Vesgos para esta necessidade de percepção, sufocam a economia e tiram a capacidade de discernimento dos empresários, que preferem lutar para diminuir o efeito e deixar as causas absolutamente intactas.
CONFUSÃO PERIGOSA
A má informação ou formação dos brasileiros já é suficiente para entender como as pessoas confundem mercantilismo com capitalismo. É aí, talvez, que reside esta enorme paixão do nosso povo pelo socialismo. A confusão e a ignorância admitem que a única via de correção das injustiças está no coletivo e não no indivíduo. Observando o comportamento da sociedade brasileira desde o Império, a única experiência que ainda não foi feita no Brasil foi o capitalismo, onde a concorrência e a liberdade de escolha está no indivíduo.
PALHAÇADA
Gente, o primeiro a se instalar aqui foi o governo. Depois é que veio o povo que não tinha o direito de escolha, mas só de aproximação para conseguir alguma vantagem. A escolha dos empresários foi, portanto, feita pelos governos com distribuição de concessões e favores aos mais chegados. Isto explica a contínua necessidade de muitos empresários ficarem paparicando governantes concedendo e distinções a cada final de ano. Uma palhaçada inominável. Como podem premiar governantes que só cuidam de folhas de pagamento dos servidores públicos e de contínuos aumento ou antecipação de impostos para satisfazer estes absurdos?
REVISTA FEDERASUL
Creio que de nada adianta ficar irritado com o conteúdo da revista da Federasul que acaba de ser distribuída aos seus associados. O que está nos textos é absolutamente incontestável. O que não entendo, no entanto, é o puxa-saquismo que muitos associados fazem com os seus alvos preferidos. Aí é duro de entender.
ANÁLISES ECONÔMICAS
O mercado ganha este mês uma nova empresa especializada em análises econômicas, a GRC Visão. A empresa é resultado da fusão entre a Global Invest Consultoria, de Fernando Pinto Ferreira, com a área de consultoria da RC Consultores, do economista Paulo Rabello de Castro. A GRC terá sede em Curitiba, mas com escritórios nas cidades de São Paulo, Rio, Porto Alegre e Belo Horizonte.