AS DUAS DATAS
Dois momentos muito significativos separam os meses de Março e Abril aqui no Brasil. Dia 31 de Março é a data da Revolução de 64. E 1º de Abril é o Dia dos Bobos. Ambas representam, certamente, a mesma coisa para os brasileiros. A primeira data, embora muitos discordem, não tem como comemorar fatos positivos, pois não conseguiu fazer aquilo que o Chile conquistou e ostenta como o melhor país latino-americano, por exemplo.
FRUTO DA PASSIVIDADE
A segunda data, esta sim, mostra com clareza o quanto o nosso povo gosta de ser bobo. Desde que o Brasil foi descoberto. Uns dizem que 1º de Abril é o Dia da Mentira. Outros preferem chamar de Dia dos Bobos. A rigor, não faz diferença alguma, pois somos traídos diariamente e só consignamos a data para os devidos festejos e comemorações. Fruto da passividade total. Não demora e teremos também outras datas para que sejamos ridicularizados com o nosso devido consentimento.
CHEIAS DE POMPAS
Talvez, para dar mais consistência aos festejos deste ano, e definir melhor o nosso gosto antigo, várias decisões em plenários (federal e estadual) deverão atestar esta nossa firme vontade de sermos bobos ou vítimas de mentiras. E os projetos, ou medidas provisórias, que irão nos impor mais aumento de tributos, estão cheias de pompas a espera de votações. Não podemos, portanto, deixar passar em branco esta data tão importante e significativa. Que tal?
O BOATO E O FATO
É muito antigo aqui no Brasil, o refrão: o povo vibra com o boato e sofre com o fato. Pois, dentro da premissa muito gramsciana, o governo resolveu dizer que vai diminuir substancialmente a fraude na Previdência. Duvido. O governo, além de não estar preparado, muito menos tem vontade de acabar com as fraudes. Aliás, cria diariamente tudo aquilo que estimula mais e mais as fraudes com seus magníficos programas assistencialistas.
NOVO IMPOSTO
Esta mentira-propósito, divulgada na posse do novo ministro da Previdência, deverá e será repetida diariamente para que vire uma verdade-tentativa. Como os resultados não serão muito produtivos, caberá ao final, encontrar outros culpados que não seja o governo. Imagino que os EUA estarão entre os principais responsáveis. Mas, enfim, sem solução a tal correção pretendida na posse de Jucá, o caminho será, mais uma vez, criar um novo imposto. Viva.
A NOTORIEDADE
Ainda não consegui entender esta paixão que muitos eleitores e alguns políticos têm por pelo senador Pedro Simon. Nunca percebi algo útil que tenha sido proposto e aprovado na sua vasta carreira política. Aliás, a sua grande notoriedade ficou, principalmente, por conta das suas eternas insatisfações demonstradas para com candidatos a diretoria do Banco Central.
SEM MILAGRES
Para Simon, qualquer indicado nunca prestava. Assim, aproveitou esta cisma vendo que lhe rendia bons espaços na mídia. Conseguiu, assim, passar a idéia, temporária, de que o sol só nascia porque ele se pronunciava. Durou, obviamente, até o momento em que dormiu até mais tarde. Aí todos perceberam que o sol nasce sempre, independente de suas prosas. A partir de então, nem este milagre lhe foi mais concedido.