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28 set 2005

DESCOBRIRAM O RIO GRANDE


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FOMOS DESCOBERTOS
O RS, muito recentemente, acabou por ser descoberto para uma atividade econômica fantástica: o desenvolvimento florestal. O curioso é que nunca vendemos esta oportunidade. Ao contrário: nós é que fomos demandados, gente. A prova é que o posicionamento geográfico do RS não é coisa nova. E, ao deixar de aproveitar tais condições favoráveis que a natureza reservou à região sul, para melhor vender expectativas de desenvolvimento, fica claro que a incompetência imperou aqui por muito tempo.
FUTURO PROMISSOR
Felizmente, esta má visão empresarial e política que assolou o Rio Grande, foram compensadas pela vinda de grandes produtores mundiais de celulose,os quais nunca haviam sido procurados para investirem no RS. Se o passado foi perdido, o futuro é promissor. Já são vários os investidores de grande porte que estão chegando com tudo no RS, para desenvolver seus projetos fantásticos de plantio de florestas, principalmente de eucalipto, acácia e pinus. E o que mais chama a atenção é que isto está acontecendo exatamente nas regiões até pouco tempo atrás mais resistentes e menos desenvolvidas.
CABEÇAS ATRASADAS
Quem impediu por todo este tempo o desenvolvimento de florestas no RS, cujo solo é incrivelmente maravilhoso também para frutas e flores, entre outras espécies, foi a cabeça complicada e atrasada dos pecuaristas que expulsavam imediatamente quem se aproximava da região sul do Estado. Até a antiga Celulose Boregaard, hoje da Aracruz, que muitos anos atrás conseguiu se instalar no RS, só obteve êxito na região metropolitana de Porto Alegre, na cidade de Guaíba. E ainda assim, por pouco não foi expulsa por problemas ambientais.
ESPERANDO CARINHO
Mas, enfim, a transformação, muito mais motivada pelas dificuldades que a região mostra para crescer, já está ocorrendo em certas cabeças. Assim, depois da Votorantim e da Aracruz, agora é a vez da chegada da Stora Enso, gigante sueco-finlandês do setor. Por enquanto, até fechar o primeiro ciclo de cortes, que deverá acontecer em 6 a 7 anos, é só plantio. A indústria de transformação virá depois, dependendo, naturalmente, do carinho que vai receber do RS neste período. Corretíssima decisão, a considerar o nosso passado. As terras daqueles que queiram participar dos novos projetos florestais poderão vir a ser agregadas na forma de parcerias. Aliás, providência esta que incentivará os negócios, uma vez que a possível elevação do preço das terras inviabilizaria muitas compras pelos investidores que chegam ao RS.
ABRIR CABEÇAS
Quando mais cabeças gaúchas forem definitivamente abertas, principalmente na região sul do Estado, o RS poderá mostrar um enorme crescimento. Precisamos abrir estes cérebros doentes e não exercitados desde o longo do período da guerra dos Farrapos. Amém.
RENOVANDO A ADVERTÊNCIA
Em novembro de 2004 informei aqui que um instituto meteorológico americano previa um forte período de estiagem para a região sul do Brasil. Não sou pretensioso para dizer que não fui lido pelos agricultores ou pelo governo. Como a ciência ainda não é utilizada convenientemente pelo setor agropecuário, que prefere a pajelança e a reza, o desastre da colheita foi confirmado. Com perda enorme de recursos de financiamento que poderiam ser economizados. Agora volto a fazer nova advertência: os institutos climáticos estão informando que a estiagem pode ser repetida para o período da próxima safra. Seria melhor que todos se preocupassem, a ponto de impedir que mais dinheiro seja posto fora.