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30 set 2015

CONVERSA FRANCA


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O MAIOR PROBLEMA

Ontem, o economista e pensador (Pensar+), Ricardo Bergamini, entrou em contato comigo para fazer um longo e franco desabafo. Extremamente contrariado e sem rodeios, Bergamini disse que não entende, nem aceita, o pouco caso que os brasileiros em geral estão dando à PREVIDÊNCIA SOCIAL, considerado, sem a menor dúvida, como o MAIOR de todos os problemas do nosso pobre país.

 

 

 


A MAIOR INJUSTIÇA SOCIAL DO PAÍS

Mesmo reconhecendo a grande quantidade de editoriais que escrevi sobre o tema, sempre enaltecendo que o rombo provocado pelas DUAS PREVIDÊNCIAS (mal) administradas pela União (dos Servidores Federais, ou 1ª Classe; e do INSS, ou 2ª Classe) representa a maior INJUSTIÇA SOCIAL do Brasil, Bergamini está convencido de que ninguém entendeu a gravidade do problema.

 


O PROBLEMA

O problema, salienta o economista/pensador, está no desequilíbrio existente no quantitativo entre servidores ativos e servidores inativos, e não no cálculo atuarial ou tipos de sistemas de previdência, ou roubo, ou desvios, como muitos colocam.


TEMA ESPINHOSO

Depois de ouvir com muita atenção lembrei ao meu amigo Bergamini que falar em REFORMA DA PREVIDÊNCIA é entrar em terreno cheio de espinhos porque em todas as famílias brasileiras existe um ou mais aposentados. Como todos têm medo de perder algum benefício, os que estão em volta (futuros aposentados) fogem do assunto. 


1,26 ATIVOS PARA 1 INATIVO

Com absoluta razão, gostem ou não, Bergamini concluiu a nossa conversa repetindo, de forma enfática, o seguinte:  - Proponham qualquer sistema de previdência existente no planeta que não vai resolver o caso brasileiro que não é atuarial, mas sim de desequilíbrio entre quantitativos de ativos e inativos. É muito inativo. Na média do planeta a relação é de 5 ativos por 1 inativo. A nossa é de 1,26 ativos para 1 inativo. 


RACIOCÍNIO

Esquecendo, portanto, os  VALORES para se fixar somente no QUANTITATIVO, eis o raciocínio:

Antes de tudo, previdência é um pacto contratual existente entre patrões e empregados para formar uma poupança para uso dentro de regras pré-estabelecidas, tendo como fontes de formação uma contribuição mensal de patrões e de empregados. Fica faltando apenas o administrador desse fundo que pode ser o governo, ou um banco especializado nesse tipo de operação.

A seguir vejam que em 2014 existiam 1.294.040 servidores ativos (civis e militares) e 1.028.563 servidores inativos (civis e militares), ou seja: uma relação de 1,26 servidores ativos para 1,00 servidor inativo, que se dividindo 1,00 por 1,26, considerando que o salário é o mesmo entre ativos e inativos, chegamos à conclusão que os gastos com inativos representam 79,36% dos gastos com ativos. Assim sendo se o governo gastar 100 unidades monetárias com ativos necessita de 79,36 unidades monetárias para pagar os inativos.


SISTEMA INJUSTO E CRUEL

De novo: todos podem até não gostar. O que não é admissível é que não queiram entender. A Reforma da Previdência, se fosse feita anos atrás, precisaria ser muito dura. Hoje, pelo tamanho do rombo (crescente), seria duríssima. Como estamos diante de um sistema ABSOLUTAMENTE INJUSTO e CRUEL, algo precisa ser feio.  JÁ!