2019: 127 DIAS
Os leitores já perceberam o quanto estou absolutamente focado na REFORMA DA PREVIDÊNCIA, cuja tramitação, pra lá de lenta, inicia, a partir de hoje, 7 de maio (já se passaram exatos 127 dias deste ano de 2019), a longa caminhada que consiste em analisar o MÉRITO, na Comissão Especial da Câmara.
LONGA VIA SACRA
Pois, o que mais me deixa preocupado é que depois de passados 35% do ano de 2019, a REFORMA DA PREVIDÊNCIA, há muito tempo considerada em prosa e verso como a MAIS IMPORTANTE, MAIS ATRASADA, MAIS NECESSÁRIA E MAIS INADIÁVEL de todas as demais, ainda vai levar muito tempo para ser colocada em votação no Plenário da Câmara antes de ser encaminhada ao Senado, onde vai passar pela longa VIA SACRA.
COMO PODE?
De novo: como pode uma medida considerada URGENTE e INADIÁVEL levar um TEMPO LONGO E INCERTO para ser analisada? Mais: mesmo assim ainda corre sério risco de sofrer graves mutilações (algumas já previstas para acontecer ao longo da cansativa tramitação) antes de ser colocada em votação nos plenários das duas Casas.
TUMOR
Como se vê, por incrível que possa parecer, os constantes e tenebrosos ROMBOS FISCAIS causados pela CONTA PREVIDENCIÁRIA ainda estão longe de produzir votos favoráveis para que o Brasil se livre deste imenso e complicado TUMOR.
CRÉDITO SUPLEMENTAR
Quem sabe, a partir do momento em que os deputados e senadores mais resistentes entendam as reais razões que estão levando o governo, totalmente asfixiado por despesas PREVIDENCIÁRIAS, a pedir que o Congresso Nacional aprove, até junho, um projeto de lei que conceda um crédito suplementar de R$ 248,9 bilhões (somente para este ano), consiga os votos necessários para a aprovação da REFORMA DA PREVIDÊNCIA.
REGRA DE OURO
Observem que sem esse aval, o governo simplesmente não tem como cumprir a chamada REGRA DE OURO, dispositivo constitucional que IMPEDE A EMISSÃO DE DÍVIDA para o PAGAMENTO DE DESPESAS CORRENTES, como salários e aposentadorias.
Atentem para o seguinte detalhe: o texto solicita crédito de R$ 248,9 bilhões para 2019, sendo que deste total R$ 201,7 bilhões tem como destino o pagamento de benefícios previdenciários do RGPS (Regime Geral de Previdência Social); e R$ 30 bilhões o pagamento de BPC (Benefício de Prestação Continuada), que atende idosos e deficientes em condição de miserabilidade. Que tal?