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19 set 2005

CONFIRMANDO O MAU EXEMPLO


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DOENÇA CRÔNICA
Embora a ficha política do deputado Augusto Nardes não seja das mais limpas, onde as suspeitas são significativas com algumas confirmações, mesmo assim acabou nomeado ministro do TCU. Considerando que isto tudo é Brasil, não há surpresas, pois é assim que se faz política por aqui, infelizmente. Só que isto é muito grave, uma vez que não há como esperar coisa boa de um Tribunal de Contas onde um de seus ministros tem um passado comprometedor.
APREÇO PELA FRAUDE
Se tudo o que se sabe já deixa complicada a vida do ministro do TCU, piora mais ainda com o conselho que Nardes deu ao amigo que o indicou para o Tribunal. A sugestão de que Severino peça uma licença médica para se afastar da presidência da Câmara mostra o quanto Nardes aprecia a fraude. Só falta o médico concordar com a falcatrua proposta. Aí o círculo fica fechado.
TAREFA IMPOSSÍVEL
A soma dos pleitos que os governadores vêm fazendo ao presidente Lula não cabe nas contas públicas. É uma tarefa impossível até para populistas, os quais usam sempre o artifício da ilusão para nunca atender reivindicações. Mas, o caso do RS valeu pela sinceridade e sensatez de Lula. Para rebater Rigotto, o presidente diz que aceita receber novamente as estradas federais que Olívio Dutra aceitou da União, no governo FHC, para poder pagar a folha dos servidores em dezembro de 2002. Foram quase 2 mil km de estradas federais que passaram para o RS contra R$ 258 milhões para a folha.
MELHOR NEGÓCIO
Se Rigotto fosse um administrador, o negócio deveria ser fechado imediatamente. Seria o melhor dos mundos para o RS. O Estado devolveria uma bomba para o governo federal por um preço ridículo. Nunca houve melhor negócio do que este. Para quem usa as estradas nada mudaria. Nada foi feito pelo governo gaúcho e nada será feito pela União. Mas o RS ficaria sem este compromisso que considera insuportável.
OPORTUNIDADE ÚNICA
Tudo o que Olívio fez quando perdeu as eleições foi transferir o enorme problema para Rigotto só para não deixar de pagar a folha de dezembro de 2002. A incapacidade de Olívio já era do conhecimento dos gaúchos, e o operação feita só aumentou o contingente de convencidos. Rigotto não pode deixar passar a oportunidade de mostrar isto. Caso contrário, mostra não ser melhor do que o ex-governador. Já sei: alguém vai dizer que, caso Rigotto devolva o dinheiro junto com as estradas, vai faltar para a folha. Certo. Mas é isto mesmo que deve fazer. E não ficar reclamando.
O CAOS TOTAL A CAMINHO
A única coisa positiva admitida por Lula e seus admiradores justificando que estão fazendo um bom governo é o resultado obtido pela política econômica. Os próprios petistas, ainda assim, vivem dizendo que é exatamente esta política econômica que precisa ser mudada e que nada tem a ver com o PT. A dedução lógica diante destas afirmações: como não há acertos nas demais áreas, e a única que está dando mais certo não pertence ao PT, o partido e o governo mostram que não acertaram em coisa alguma. Eu sei disto. Mas são eles quem estão afirmando. Imaginem quando desistirem do que está dando certo. É o caos total a caminho. Com calote e tudo o mais.