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30 abr 2012

AULAS DE ECONOMIA


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JUROS
Ainda sobre juros e crédito, assunto que vem dominando os noticiários do país nos últimos tempos, principalmente depois que o governo resolveu mandar o COPOM plantar batatas, aproveito para publicar o texto produzido pelo economista Ricardo Bergamini, membro do Grupo PENSAR! Eis:
SPREAD
Se o Spread Bancário no Brasil fosse ZERO, o juro mínimo de mercado seria de 33,78% ao ano. A razão para esta afirmação é a seguinte, tomando como premissas básicas a média do ano de 2009: 1 ? Custo de carregamento da dívida da União: 10,69% ao ano (Fonte: Ministério da Fazenda) 2 ? Percentual do depósito compulsório total (remunerado e não remunerado): 68,35% (Fonte Banco Central).
DUAS OPÇÕES
Se um banco tivesse a quantia de 100 dinheiros disponíveis para aplicação ele teria duas opções: A - Comprar títulos do governo federal, nesse caso seria isento do depósito compulsório e receberia no final de um ano 10,69% de 100 dinheiros, ou seja: 10,69 dinheiros. B - Emprestar ao público (empresas e famílias), nesse caso o banco teria que recolher ao Banco Central 68,35% dos 100 dinheiros disponíveis, ou seja: 68,35 dinheiros, ficando com apenas 31,65 dinheiros para emprestar.
GANHO
Para obter o mesmo ganho que teria na aplicação de títulos públicos de 10,69 dinheiros no ano, o banco teria que emprestar os 31,65 dinheiros restantes a uma taxa correspondente a 3,1596 (1 : 0,3165) vezes maior do que a taxa de aplicação nos títulos públicos, de 10,69% ao ano. Nesse caso seria a uma taxa de 33,78% ao ano.
RESUMO
Resumo do exemplo hipotético: I - Aplicação em títulos federais - 100 dinheiros a 10,69% ao ano daria um rendimento de 10,69 dinheiros em um ano. II ? Aplicação de 31,65 dinheiros a uma taxa de 33,78% ao ano daria um rendimento de 10,69 dinheiros em um ano.Em vista do acima demonstrado, se o Spread bancário no Brasil, hipoteticamente, fosse igual a zero, o custo financeiro de mercado, na média de 2009, teria sido de 33,78% ao ano.
O SPREAD E AS DESPESAS
Spread Bancário é composto das seguintes despesas: administrativa, inadimplência, custo com depósito compulsório sem remuneração, tributos, impostos, taxas e lucro. O percentual varia em função de cada tipo de operação, bem como de banco para banco.
A OPINIÃO DE ALFREDO PERINGER
Ao ler o texto de Bergamini, um outro economista, também membro do -PENSAR!-, Alfredo Peringer, faz a seguinte observação: - O cálculo do Bergamini está perfeito, ARITMETICAMENTE. Economicamente, não! Economicamente, nós, adeptos da escola econômica austríaca, defendemos depósitos compulsórios de 100% (sem remuneração!). O cálculo do Bergamini, ainda que perfeito aritmeticamente, não dá um destaque para o fato de que as 31,65 unidades monetárias são de TERCEIROS. A ideia, para evitar as crises, é a de que os BANCOS TÊM QUE TRABALHAR, COMO AS DEMAIS EMPRESAS, COM O CAPITAL PRÓPRIO. Ganhar dinheiro em cima dos capitais de terceiros é imoral, se for sem ou com baixíssimo risco, como é o caso do sistema financeiro Mesmo no mundo, esse método de trabalho, com capitais de terceiros na sua quase totalidade, só ocorre no sistema bancário. E precisa acabar, pois são o fulcro das crises econômicas que ocorrem no mundo. Outro ponto, os ganhos de rentabilidades tem que ser calculados sobre os capitais próprios, não sobre os capitais de terceiros, a não ser para medir a alavancagem financeira dos ganhos (o cálculo do Bergamini permite isso!). Em resumo, Ludwig Von Mises, no seu -Return to a Sound Currency-, ensina da seguinte maneira: - No bank must be permitted to expand the total amount of its deposits subject to check or balance of such deposits of any individual customer, be he a private citizen or the U.S. Treasury, otherwise than by receiving cash deposits in legal-tender banknotes from the public or by receiving a check payable by another domestic bank subject to the same limitations. This means a rigid 100 percent reserve for all future deposits; that is, all deposits not already in existence on the first day of the reform.- Pp. 491 (The Theory of Money and Credit)