DESCONHECIMENTO
Não são poucos os brasileiros que estão pra lá de convencidos de que as privatizações das nossas centenas de estatais não acontecem por exclusivo desinteresse do governo. Para este contingente de desinformados, a venda ou fechamento de empresas públicas é algo que depende, exclusivamente, da vontade do presidente da República.
DIREITO DE PROPOR
Ou seja, boa parcela do povo -maioria- ainda não percebeu que no nosso empobrecido Brasil cabe ao presidente -Poder Executivo- submeter ao Poder Legislativo praticamente tudo o que pretende fazer. Assim, só após o -sinal verde- dos deputados e senadores, o presidente pode colocar em prática as suas propostas e/ou intenções. Sem esquecer do STF, que nestes dois últimos anos tomou perto de 130 decisões -ideológicas-, com o firme propósito de inviabilizar as pretensões do governo.
REMÉDIO DESTRUIDOR DO CÉREBRO
Vejam, por exemplo, o que acontece com a -pretensa-privatização dos -CORREIOS-. Hoje pela manhã, depois de tomar o seu remédio cujo -princípio ativo- tem a propriedade de ZERAR por completo o bom funcionamento do cérebro, o senador Otto Alencar, presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, disse que não pretende mais colocar em votação ainda este ano o projeto de lei que abre caminho para a privatização dos Correios. Na entrevista que concedeu ao jornal Valor, Otto disse que ."Não vai mais para o plenário este ano". "Eu não vou botar para votar na CAE. Fica só para o ano que vem, se é que vai ter condições". Que tal?
APROVADO NA CÂMARA EM AGOSTO
Mais: Otto Alencar, do alto de sua ignorância revestida de interesses puramente ideológicos, chega ao ponto de duvidar do extraordinário e pra lá de conhecido -passivo trabalhista- existente nos Correios. Pode? Também não leva minimamente em conta que o projeto de lei 591/21 já foi aprovado pelo plenário da Câmara dos Deputados em AGOSTO deste ano, por 286 votos a 173 e duas abstenções.
CORPORAÇÕES
Mais: este sentimento pra lá de equivocado de que o governo é o grande e único culpado pelo atraso das privatizações passa pelo desinteresse em ouvir ou ler o que disse Salim Mattar, quando se demitiu do cargo de secretário de Desestatização do Governo. Mattar confirmou o que já é mais do que sabido: quem manda nas estatais são as CORPORAÇÕES, cujos funcionários estão pra lá de convencidos de que são os reais DONOS DO PEDAÇO. Assim, a legião de desinformados, ao invés de criticar e apontar os verdadeiros culpados -Poder Legislativo- pelo travamento das privatizações, preferem culpar o governo pelos atrasos nos processos.