EQUÍVOCO
Contaminada pela revolta que causou a descoberta da corrupção ocorrida nos Correios, a sociedade mostra que também perdeu a visão e a razão. Fartamente indignada, uma parcela enorme de brasileiros quer por que quer uma CPI. Um grande equívoco. Primeiro, porque ela será composta só por suspeitos; segundo, que por isto mesmo ninguém se salvaria, uma vez que todos os partidos políticos já passaram por ali; terceiro, porque nada mais deverá ser votado enquanto a encrenca acontece. Será que os parlamentares só teriam ânimo para uma CPI? Sai dessa.
SUSPEITOS
E mais: como nenhum deles vai querer olhar para a sua própria cara, vão fazer de tudo para abafar as muitas descobertas. E neste ponto, o PT é quem poderá se sair melhor, pois ainda não passou pelos Correios. Diante do ótimo papel que a Polícia Federal vem fazendo nos últimos tempos, o melhor e mais saudável seria deixar para que só ela se envolvesse.
HOMEM DAS CAVERNAS
Tal qual um Flintstone, o político Miro Teixeira disse que a quebra do monopólio dos serviços postais interessa às concessionárias de serviços públicos, às teles e ao setor elétrico, que querem entregar a sua própria encomenda. Miro emendou ainda e disse que aqueles que foram a favor das privatizações não têm o direito de exigir uma CPI. Uma pérola, não é mesmo? Se já tivesse saído das cavernas saberia que é exatamente por ser uma estatal que os Correios alimentam a corrupção.
PEÇA INFELIZ
Se depender da peça publicitária que foi apresentada ontem, no Palácio Piratini, RS, para dar início a Campanha do Agasalho, a arrecadação de peças de vestuário vai ser um grande fracasso. Entres tantos equívocos, observa-se que a agência foi infeliz pelo que fez assim como foi infeliz quem aprovou o que a agência produziu. O monstrengo, identificado como personagem da Campanha, denominado de HZálio, grunhe. E não diz uma só palavra que se entenda. Aí é duro.
FALTA DE SERIEDADE
Assim como reagimos quando há vestígios de corrupção no ambiente político brasileiro, dizendo que não confiamos nos nossos representantes, os investidores estrangeiros também reagem da mesma forma quanto aos países latino americanos. Vejam, por exemplo, o caso da Argentina, com o calote da dívida, e agora o da Bolívia, na mudança de regras para o gás que está sendo explorado pela Petrobrás.
RISCO ALTO
A historia já mostra que não dá mesmo para acreditar em país sul-americano. Contratos são feitos para não serem honrados, lamentavelmente. Isto implica e reforça as elevadas notas de risco dos países latinos. Como toda a regra tem exceção, o Chile está fora do rolo. O Brasil, infelizmente, não pode ser exceção. Pela forma como gosta de falsear tudo e pelo gosto que tem por fazer companhia a países suspeitos.
EXEMPLOS A SEGUIR
Mesmo que o Estado de MG seja aquele que mais chama a atenção do RS, pela administração implementada por Aécio Neves, o Estado de São Paulo também vem demonstrando que é um exemplo a ser seguido. Falta, apesar dos bons exemplos, a convicção do governo gaúcho de que o caminho é acompanhar imediatamente Minas e São Paulo na diminuição de impostos. Vejam: ontem, o governador Alckmin decidiu pela redução da alíquota do ICMS, de 7% para zero, nos produtos derivados do trigo. Acorda, governador Rigotto.