ANALISTAS FORA DO FOCO
Ontem, tão logo o IBGE tornou público o índice que apontou para um crescimento de 1,2% do PIB BRASILEIRO do primeiro trimestre de 2021, fiquei imaginando o que fariam, a seguir, os diretores e conselheiros das instituições financeiras com os analistas que deixaram passar batido nos seus exaustivos e equivocados relatórios, a perspectiva de que a economia brasileira oferecia boa possibilidade de crescimento bem acima da taxa de 0,8% que estava sendo projetada de forma insistente.
PAGAR PELOS SEUS ERROS
Considerando que a grande maioria das instituições financeiras atua na área de ASSET MANAGEMENT, especializada, portanto, em Gestão de Patrimônios -empresariais e pessoais-, o fato de errarem tanto nas suas projeções certamente vai fazer com que muitos analistas sejam afastados. Afinal, da mesma forma como, eventualmente, fazem críticas à condução da política econômica do atual governo, também devem pagar pelos seus erros. Mais ainda quando são grosseiros.
PROJEÇÕES MAIS PERTO DOS RESULTADOS
Vejam que a grande maioria dos investidores, antes de colocar seus ativos para serem administrados por gestores de patrimônios precisam se cercar da importante confiança de que os profissionais são sérios, atentos estudiosos e capazes. Isto não significa, em hipótese alguma, que a variável RISCO deixe de existir. Mas, no mínimo, o que todos esperam é que os analistas saibam fazer projeções que fiquem o mais perto possível do resultado.
BANK OF AMERICA
Pois, quem saiu na frente com o propósito de pedir desculpas pelo erro grosseiro de avaliação do comportamento da economia brasileira foi o chefe de Economia e Estratégia do Bank of America (BofA) no Brasil, David Beker. Ontem, em entrevista que concedeu a Broadcast, Beker disse que FOI UM ERRO ACHAR QUE RETOMADA NO BRASIL FICARIA MUITO AQUÉM DO MUNDO.
MUITO AQUÉM DO RESTO DO MUNDO
Beker iniciou a sua avaliação dizendo que - o crescimento de 1,20% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre mostrou que houve muito pessimismo na avaliação do cenário para 2021 devido à redução do auxílio emergencial e às preocupações com a segunda onda de covid-19. "Vimos as economias se recuperando basicamente de uma desaceleração muito importante no ano passado por conta do choque da pandemia. O que estamos vendo no Brasil é similar ao que está acontecendo nos outros países. Talvez o nosso erro foi imaginar que o Brasil teria um comportamento diferente, muito aquém do resto".
CLASSIFICAÇÃO PARA UMA NOVA ETAPA
Não sejamos ingênuos a ponto de imaginar que já está tudo bem com o nosso empobrecido Brasil. No entanto, depois do anúncio de ontem, a impressão que o Brasil está passando para o mundo é que ganhamos um jogo importante onde a vitória garantiu a classificação para uma etapa reservada para países que gozam de maior visibilidade e atenção de parte dos grandes investidores.