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02 ago 2011

ALÍVIO FINANCEIRO, NÃO ECONÔMICO


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ACORDO FECHADO
Ontem, os deputados americanos aprovaram o acordo combinado entre Republicanos e Democratas, com alguma folga. Como os senadores devem confirmar o que ficou acertado, o endividamento público dos EUA, finalmente, poderá ser aumentado.
ALÍVIO FINANCEIRO
Como o acordo prevê que, para cada dólar de aumento da dívida precisará haver um correspondente corte de gastos públicos, de valor idêntico e sem aumento de impostos no curto prazo, uma coisa já é pra lá de evidente: o mundo recebeu um alívio exclusivamente financeiro e não econômico.
CRISE DE CRÉDITO
Com isso, a crise mundial deflagrada pelo estouro da farra do crédito fácil, abundante e irresponsável, vai continuar apresentando seus efeitos por muito tempo. Sem data para terminar.Desde o fatídico ano de 2008, quando a bolha do subprime estourou jogando crise por todos os lados, este editor não arredou pé de suas convicções, sem apelar para a quiromancia, dizendo que o cenário não era nada bom a curto, médio e longo prazo.
SEM DERROTISMO
Coisa, aliás, suficiente para que muita gente caísse de pau nas minhas observações, dizendo que se tratava do mais puro derrotismo e mau agouro. Principalmente, porque naquele momento o Brasil dava sinais de aquecimento da sua economia.
AVALANCHE DE CRÉDITO
Na verdade, mesmo para aqueles que jamais vão dar o braço a torcer, foi a avalanche de crédito, jamais vista no nosso país, que funcionou como um potente anestésico capaz de deixar políticos, empresários e consumidores em estado de torpor e euforia.
FALTA DE CRÉDITO
É inegável que o Brasil ganhou pontos pelo fato de ter feito uma reforma no sistema financeiro, tornando-o saudável graças ao PROER E PROES. Ainda por cima, por absoluta falta de oferta de crédito, seria simplesmente impossível o Brasil sofrer do mal do calote de dívidas de seus cidadãos.
O INIMIGO É O CONCORRENTE?
Aos poucos o convencimento de que as coisas não se mostram favoráveis para o crescimento econômico mundial passou a ser melhor compreendido. Como escudo de proteção da crise global, o governo Dilma apostou todas as suas fichas no crédito, nos gastos públicos, no PAC, na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016, basicamente. Como estes alvos dependem fortemente de dinheiro público, o nosso endividamento cresce absurdamente. E a inadimplência, idem. Enquanto os EUA aprovam um aumento de endividamento no mesmo nível da redução dos gastos públicos sem aumento de impostos, o Brasil aumenta estupidamente os gastos públicos provocando um rombo ainda maior. Que, infelizmente, será coberto por aumento de impostos e contribuições. Que tal?Enquanto os anestesiados culpam o câmbio pelas dores que sentem, o país vê nos seus concorrentes inimigos. Pode?