Artigos

07 dez 2023

A VOLTA DO SOCIAL SINDICALISMO


Compartilhe!           

EVOLUÇÃO POLÍTICA NO BRASIL

No seu irretocável texto - O SOCIAL SINDICALISMO E A EVOLUÇÃO POLÍTICA NO BRASIL-, o pensador Stephen Kanitz, divergindo da percepção comum de um embate entre ESQUERDA e DIREITA, explica que nos últimos oitenta anos, o CENÁRIO POLÍTICO brasileiro se caracterizou, basicamente, pela predominância de DUAS CORRENTES IDEOLÓGICAS DE ESQUERDA: -A SOCIAL DEMOCRACIA -(PSDB)- e -O SOCIAL SINDICALISMO- (PT)- na companhia de diversos PARTIDOS TRABALHISTAS, todos proponentes da ESQUERDA e como tal francamente a favor de uma MAIOR INTERVENÇÃO ESTATAL, argumentando que intelectuais iluminados, Fabianos e Positivistas, embasados nas ciências sociais e econômicas, são capazes de tomar decisões muito mais eficazes do que o indivíduo.


LIBERAIS E CONSERVADORES

De outro lado, os LIBERAIS, assim denominados porque simplesmente defendem a LIBERDADE, entendem, desde sempre e por óbvio, que o RESULTADO DA SOMA DAS ESCOLHAS INDIVIDUAIS (MERCADO)- são preferíveis às determinações de economistas e burocratas. Isto aliado ao FATO de que quando indivíduos cometem erros eles geralmente são menores. Além disso, aprendem com seus erros e os problemas comuns são resolvidos a medida que ocorrem. Totalmente diferente do que acontece com o ESTADO, onde as consequências dos erros são DESASTROSAS e como tal os PREJUÍZOS são debitados para a sociedade. Já os CONSERVADORES, por sua vez, são aqueles que valorizam os conhecimentos e práticas tradicionais, mesmo que estes não sejam estritamente científicos, como exemplos a serem seguidos, em vez de teorias não testadas de intelectuais.


SOCIAL DEMOCRACIA

Dentro do quadro -real-, segundo Kanitz, de 1940 a 2002 prevaleceu a abordagem da SOCIAL DEMOCRACIA. Figuras como Delfim Netto, Fernando Henrique Cardoso, Bresser Pereira, Darcy Ribeiro e Mangabeira Unger, influenciadas pelo Iluminismo, Positivismo e Ciências Sociais, desempenharam papéis significativos na formulação de políticas públicas. Implantaram, por exemplo, a COMPULSORIEDADE DO TRABALHADOR BRASILEIRO em contribuir para fundos de pensão, saúde, educação e FGTS, no valor de 48% da produção do trabalhador, porque na sua mão o dinheiro seria supostamente mal gasto, imprevidentes que são na opinião da esquerda. Assim é a SOCIAL DEMOCRACIA, que oferece aposentadoria, saúde, educação, necessárias para a população.


FÁBRICA SEM PATRÃO

A ideia de ensinar administração financeira no ensino fundamental, alertando sobre todos esses riscos, é a solução CONSERVADORA E LIBERAL, mas não da esquerda. O SOCIAL SINDICALISMO concorda com todos os princípios da SOCIAL DEMOCRACIA, mas diverge quanto à LIDERANÇA DO PROCESSO. Em vez de intelectuais e políticos vindos da classe média, eles advogam o PODER NA MÃO DO POVO OU REPRESENTANTES FIDEDIGNOS, Lula por exemplo. Essa rixa remonta à REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, quando operários confrontavam-se com administradores e engenheiros nas fábricas, considerados incompetentes e inúteis. A Revolução Russa de 1917 é um exemplo histórico onde a eliminação da classe administrativa intermediária foi implementada, e os comitês de fábrica implantados. Nascia a FÁBRICA SEM PATRÃO, mandando em tudo e fiscalizando a produção.


A VOLTA DO SOCIAL SINDICALISMO

Segundo o SOCIAL SINDICALISMO, as chefias de instituições não precisam ser especialistas na área, escolhidas por mérito. Esses podem ser facilmente convocados pelo sindicalista ou representante do povo, que sempre saberá escolher a melhor solução apresentada por esses economistas e cientistas sociais, respeitados os interesses do trabalhador. Na implantação também não há necessidade de administradores profissionais, somente leis, diretrizes, estímulos fiscais e planos econômicos claros, que tudo será implantado.

Voltamos assim, em 2023, a um SOCIAL SINDICALISMO, com a crescente alocação de sindicalistas e representantes do povo, em posições estratégicas em fundos de pensão, órgãos governamentais e empresas estatais. E a continuada rejeição de administradores e técnicos profissionais para os cargos a favor de “políticos”. A consequência será um CENÁRIO DE CRESCIMENTO LIMITADO, DE BAIXA PRODUTIVIDADE E DE RESISTÊNCIA À MERITOCRACIA E UMA COMPLACÊNCIA À MEDIOCRIDADE.