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07 dez 2004

A VEZ DO SETOR AGROPECUÁRIO


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BALANÇO DO AGRONEGÓCIO
Diferente das demais entidades, a Farsul não fez uma retrospectiva de 2004, nem projeções numéricas para 2005 no que se refere ao setor agro-pecuário. Mas confirma que a vedete do ano foi mesmo a soja. Tanto pela quantidade plantada e colhida quanto pelo preço extraordinário que atingiu no mercado internacional. A decepção, por sua vez, ficou com a pecuária, cujos preços e dificuldades não oportunizaram números melhores para os produtores em geral.
CULTURA ANTIGA
Nos últimos meses, com o recuo dos preços da maioria das commodities vegetais, aliado a valorização do real em relação ao dólar, deixou os produtores mais aborrecidos. O que identifica a dificuldade que têm para entender o mercado e suportar perdas (ou menor resultado). Esta é uma característica de quem sempre vendeu, por muito tempo, mais para o governo e pouco para o mercado. Ou pelo costume de que governos devem estabelecer preços mínimos. Os máximos sempre pertencem aos produtores e os mínimos aos contribuintes de impostos.
AS QUESTÕES
Com todas as questões que precisaram se enfrentadas pelo setor, desde o falido Mercosul, das cotas da União Européia e as decisões favoráveis da OMC e a aprovação dos transgênicos, o ano foi positivo. E para 2005, a Lei de Biossegurança e a redução do plantio do fumo são muito aguardados, assim como a atividade pecuária que vai merecer grande atenção. Porém, em 2004, indiscutivelmente, os grandes beneficiados foram os fornecedores de insumos e de máquinas agrícolas. Que ajudaram significativamente o setor industrial a mostrar o forte crescimento de 2004.
A RAZÃO PARA TANTO IMPOSTO
Você quer saber a razão para que haja sempre mais impostos? Eis aí uma delas: para contratar cada vez mais funcionários públicos. E ainda por cima por medida provisória. Vejam mais esta, que está na MP 216/04. Ela cria 2 mil cargos de analista em reforma e desenvolvimento agrário, 700 cargos de analista administrativo, 900 de técnico em reforma e desenvolvimento agrário e 400 de técnico administrativo, no Ministério de Reforma e Desenvolvimento Agrário. Você sabe que ministério é esse, não? Pois é. É de matar.
ABSURDO
Como bem escreve o Prof. Bergamini, por vício de origem sempre que se fala em previdência se cita apenas a previdência geral, ou INSS. E acaba sempre sendo poupado o lado escandaloso e privilegiado, qual seja a orgia da previdência dos funcionários públicos. Tem razão o Bergamini. Vejam o tamanho da orgia dos estados e municípios, que é muito, mas muito pior do que o descalabro do INSS:
PREVIDÊNCIA DO INSS
Até setembro de 2004, o sistema de previdência geral (INSS) arrecadou um montante R$ 71,1 bilhões (sendo R$ 5,1 bilhões via CPMF) em contribuições de patrões, empregados e autônomos ativos da iniciativa privada, que representam um contingente em torno de 36,8 milhões de pessoas. E os benefícios concedidos foram da ordem de R$ 83,4 bilhões para um contingente em torno de 21,5 milhões de aposentados e pensionistas. O salário médio mensal perfaz R$ 466,92, gerando déficit de R$ 12,3 bilhões.
PREVIDÊNCIA DO SETOR PÚBLICO
Agora vejam a loucura: Até setembro de 2004, o governo federal arrecadou um montante de R$ 5,0 bilhões (Militares - R$ 0,7 bilhões; Parte Patronal da União dos funcionários civis Ativos e Inativos - R$ 2,3 bilhões e Parte dos Funcionários Civis Ativos e Inativos - R$ 2,0 bilhões) de um contingente de pessoal ativo da ordem de 1.096.867 servidores (781.294 civis e 315.573 militares), pagando benefícios de R$ 29,8 bilhões para um contingente de 965.447 servidores aposentados e pensionistas (655.579 civis e 309.868 militares), com salário médio mensal de R$ 3.683,16, gerando um déficit de R$ 24,8 bilhões. Perceberam a diferença? Pois é. E tem gente que acredita que houve reforma.