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03 mai 2022

A MÍDIA, ENFIM, JÁ ADMITE ERROS DE ANÁLISE


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DIFICULDADE PARA COMPREENDER

Em ótimo artigo escrito, e publicado, na semana passada, pelo economista Alexandre Schwartsman (ex-diretor de assuntos internacionais do Banco Central), o mesmo fez uma importante observação, que de resto não se trata de novidade, dizendo que alguns colunistas/jornalistas, enfim, já admitem que têm grande dificuldade para entender e compreender o funcionamento do regime de metas para a inflação e, por consequência, da política monetária adotada pelo Banco Central.


ATAS DO COPOM

Como bem disse Alexandre Schwartsman, apesar de mais de 20 anos de -experiência-, inúmeros críticos preferem se manifestar sem estudar e compreender o tema. Não é o caso, felizmente, do colunista do jornal -Valor-, Pedro Cafardo, que abriu espaço para que alguns deles pudessem manifestar toda sua dificuldade de compreensão sobre aquilo que é publicado nas Atas do Copom, que explica os motivos que levam o BC a elevar ou diminuir juros.


PREÇOS DAS COMMODITIES

O BC, segundo informa o economista, não CALIBRA A POLÍTICA MONETÁRIA para tratar do AUMENTO DE PREÇOS DAS COMMODITIES, mas sim das reações dos demais preços da economia a esse choque. Trata-se, como tem sido enfatizado desde o início dos anos 2000, de permitir que haja alteração de preços relativos (commodities mais caras em comparação aos demais produtos), conforme requer uma economia de mercado, sem permitir, contudo, que setores pouco afetados diretamente pelo choque possam aproveitar da aceleração da inflação para reajustar seus próprios preços, perenizando o processo inflacionário.


CHOQUE DE OFERTA

No seu oportuno texto, o economista enfatiza - “O conflito na Europa adiciona ainda mais incerteza e volatilidade ao cenário prospectivo, e impõe um choque de oferta importante em diversas commodities. O Comitê considerou que a boa prática recomenda que a política monetária reaja aos impactos secundários desse tipo de choque, prática que leva em consideração as usuais defasagens dos efeitos da política monetária.”  Como, aliás, também devidamente enfatizado no trecho retirado da Ata, tal abordagem considera explicitamente a defasagem de política monetária, ou seja, que a calibragem da taxa de juros hoje não é feita com o objetivo de trazer a inflação de 2022 para a meta, mas sim a de 2023, quando os efeitos do choque externo presumivelmente já terão sido absorvidos.


-ESPECIALISTAS- NO ASSUNTO

 Ambas as ponderações, tanto a reação aos efeitos secundários do choque (em oposição aos impactos primários), como o reconhecimento que a política monetária, só terá efeito pleno depois de intervalo considerável, fazem parte do conhecimento comum sobre a operação do REGIME DE METAS, repito, há mais de 20 anos. Mesmo assim, seguem solenemente ignoradas por -especialistas- no assunto. Para ler na íntegra o conteúdo produzido pelo economista Schwartsman, clique aqui: (https://www.infomoney.com.br/colunistas/alexandre-schwartsman/uma-conclusao-a-procura-de-justificativas/?utm_source=newsletter&utm_medium=email&utm_campaign=newsletter-diaria).


ESPAÇO PENSAR +

No ESPAÇO PENSAR+ de hoje: A DÍVIDA COM A UNIÃO JÁ ESTÁ PAGA?, por Darcy Francisco Carvalho dos Santos. Confira aqui: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar