Espaço Pensar +

O HOLOCAUSTO DOS POSTOS DE TRABALHO - 06.07.2020


por Percival Puggina

 

 Há dois dias a Folha de São Paulo abriu manchete para a informação de que “a pandemia aniquilou 7,8 milhões de postos de trabalho no Brasil”, acrescentando que, pela primeira vez na história, menos da metade das pessoas em idade de trabalhar está empregada. Indo um pouco mais fundo, sem sair da superfície, a matéria informava estarem incluídos naquele número pavoroso 5,2 milhões de trabalhadores por conta própria, ou sem emprego formal. Os dados foram fornecidos pelo IBGE.

 Agora, digo eu: Uau! Quem poderia imaginar uma coisa dessas? E respondo: algo assim era perfeitamente previsível por quem tem um mínimo de objetividade; basta, simplesmente, assistir como, há quatro meses, empresas e postos de trabalho vêm sendo assassinados a sangue frio. Imagine cinco milhões e 200 mil pessoas, numa situação de trabalho vulnerável por natureza, sendo obrigadas a fechar, apagar a luz, desligar o computador, fechar a porta e dar bilhete azul a seus sonhos e meios de subsistência. Imagine essa pessoa, depois, trancada em casa pela simultânea necessidade e inutilidade de sair, ligada nos noticiários que só contam mortos, à espera de algum burocrata disposto a pintar amarelo sobre o vermelho que cobre sua região no mapa do Estado.

 Aqui no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, de onde escrevo, durante um curto período de “flexibilização” que se seguiram a três meses de isolamento, fui com minha mulher a três restaurantes que habitualmente frequentamos. Queria falar com os donos, cumprimentar os garçons conhecidos de muitos anos, ter notícias sobre o período de travessia em que esses estabelecimentos, sempre movimentados, passaram a atender por tele entrega. Num deles, com o salão todo rearranjado para o distanciamento, não havia ninguém; quando saímos, apenas um cliente entrara.

Noutro, uma família com cinco ou seis pessoas era a única ocupante de uma das salas; nós fomos os únicos, também, no compartimento ao qual nos conduziram. No terceiro, a situação estava um pouco melhor, menos lugares, mesas afastadas, e, ainda assim, nesse arranjo, sequer uma terça parte das cadeiras ocupadas. Pois nem com isso, nem assim, lhes foi permitido manter o estabelecimento em operação. Porto Alegre fechou seus restaurantes dois ou três dias mais tarde.

 Vem-me à mente o humor ferino de Grouxo Marx, dotado da perenidade devida aos bons frutos da sabedoria: “Você vai acreditar em mim ou nos seus próprios olhos?”. Ou na veracidade, a pedir a nobreza do mármore, enunciada por Thomas Sowel e enviada pelo amigo Dr. Luiz Marcelo Berger enquanto escrevo este texto: “Difícil imaginar maneira mais perigosa de tomar decisões do que deixá-las nas mãos de pessoas que não pagam o preço por estarem erradas”.

Você vai acreditar em seus próprios olhos, ou em quem o levou pelo nariz aonde quis e se prepara, agora, para abastecer seu desânimo e sua psicose com os péssimos números da pauta econômica. O vírus atingiu um índice infinitesimal da população, mas as notícias nos fizeram adoecer. Estamos todos passando mal, numa UTI psicológica cujas portas talvez nunca venham a reabrir completamente.


Leia mais  

É O CARATER, ESTÚPIDO! - 03.07.2020


Neste texto, o pensador Roberto Rachewsky faz referência ao -FALSO LUTO- do governador Eduardo Leite, do RS.   

 

Não costumo me manifestar no mural dos outros porque acho inconveniente.

 

Cada um tem o direito de expressar seus pensamentos e defendê-los como bem entender no seu cercadinho virtual.

 

Eu faço isso o dia inteiro.

 

Tem gente que acha que o ministro que durou uma semana no cargo foi mal tratado por ser negro. Como é que é? Foi a pergunta que me fiz ao ler isso num post qualquer.

 

Ora, o professor Decotelli é negro, isso é auto evidente, mesmo assim foi convidado com pompa e honrarias para tão nobre cargo.

 

O que não era auto evidente e deveria ter sido investigado antes do convite, era se o professor tinha todas as credenciais que apresentara.

 

Viu-se depois, que não tinha algumas das que alegava ter e que tinha outras que por motivos pérfidos, imagino, alguns negaram que tivesse, como foi o caso da FGV.

 

Certamente, ele não é o único a ter caído na tentação de inflar suas virtudes. Outros já fizeram isso, casos notórios são os de Dilma Rousseff e Alexandre de Moraes, como pudemos ver na imprensa.

 

Obviamente, o professor Decotelli não fez o que fez por ser negro. Tampouco Dilma Rousseff ou Alexandre de Moraes o fizeram por serem brancos. O que leva alguém a fraudar informações para tentar enganar os outros, ganhando o imerecido, tem a ver com a autoestima baixa, assim como com uma deficiência de caráter.

 

Ayn Rand resume bem a idiotice dos coletivistas identitários que querem tratar tudo considerando apenas características congênitas imutáveis que em nada influenciam nas escolhas de cada um.

 

Para esses que vivem julgando os outros com base no seu próprio racismo ou coletivismo, o que negam peremptoriamente possuir para se auto concederem o monopólio da virtude, Ayn Rand tem o seguinte a dizer:

 

“A genius is a genius, regardless of the number of morons who belong to the same race—and a moron is a moron, regardless of the number of geniuses who share his racial origin.”

 

“Um gênio é um gênio, independentemente do número de idiotas que pertencem à mesma raça - e um idiota é um idiota, independentemente do número de gênios que compartilham sua origem racial.”

 

Ao lermos isso, pensamos imediatamente na Dilma Rousseff. Vai me dizer que não pensou?

 

Quanto ao ministro Alexandre de Moraes e ao professor Carlos Alberto Decotelli, sem esquecer da própria Dilma e tantos outros que independente da cor, gênero, nacionalidade e inteligência inata, carecem de bom caráter, talvez o texto devesse ser esse:

 

“Um indivíduo honesto é honesto, independentemente do número de mentirosos que pertencem à mesma raça - e um mentiroso é um mentiroso, independentemente do número de indivíduos honestos que compartilham sua origem racial.”


Leia mais  

A fake news do STF - 29.06.20


Artigo do Pensador Mateus Bandeira

 

Seria preciso ser muito ingênuo ou nefelibata para crer que o Judiciário sempre age com imparcialidade e que a política nunca entra nos luxuosos e dispendiosos palácios das cortes. Havia, no entanto, um esforço para preservar as aparências. Aparentemente, este pudor estiolou-se.

Como corolário do perigoso e pernicioso ativismo judicial, a Corte Suprema instalou, de ofício, o inquérito 4781 – de alcunha “das fake news”. Com ele, caiu o véu roto e emborralhado que tentava dar aparência de seriedade, imparcialidade e compromisso do STF (Supremo Tribunal Federal) com a justiça.

Doravante, difícil será acreditar em juízes imparciais. E não é necessário ser versado em direito para chegar a esta conclusão.

Quem julga não acusa, quem acusa não julga

Princípios basilares de justiça, que antecedem o Direito, foram maculados com a instalação do inquérito 4781. O mais elementar deles foi estilhaçado: quem julga não acusa, quem acusa não julga.

Elementar. Se eu estou acusando alguém, como posso julgar este indivíduo? Ora, se acuso é porque quero a condenação.

Sob o pretexto de investigar ameaças a seus integrantes, o presidente da Corte instaurou um inquérito e nomeou o juiz. Que tal, leitor, se, da próxima vez que te sentires ameaçado, instaurares um processo contra o suspeito e decidires a sentença?

Só esta barbaridade seria suficiente para detonar o inquérito, considerando-o inconstitucional. Mas há mais.

O juiz do inquérito nunca poderia ter sido escolhido a dedo, como aconteceu, mas sorteado. Caso o sorteado tivesse sido o juiz Marco Aurélio Mello, único a considerar o inquérito inconstitucional, a ação poderia ter sido arquivada.

https://osdivergentes.com.br/wp-content/uploads/2020/05/MarcoAurelio_STF_SupremoTribunalFederal_1B-1.jpgO ministro do STF, Marco Aurélio Mello, foi o único a votar contra o inquérito das fake news

Além disso, os réus não eram notificados e não tinham acesso ao processo. A investigação jamais poderia ser de iniciativa da própria Corte. Como disse Marco Aurélio, o Judiciário é um “órgão inerte. Há que ser provocado para atuar. Não pode a vítima instaurar inquérito”. Nada mais parecido com a obra de Franz Kafka.

Cachimbo e boca torta

Como há muito os magistrados da Corte Máxima vêm abusando de seu poder sem reação à altura – com exceção de um grupo de senadores e de parte da população, desiludida com a injustiça e o fausto que graça nas altas cortes do Judiciário -, os ditos ministros ultrapassaram mais um limite. Ignoraram a imunidade parlamentar e violaram os direitos de deputados e senadores.

Atenção. Sou contra o foro privilegiado. Todos devem ser iguais perante a lei. Há, porém, uma prerrogativa que deve ser inalienável aos membros do Congresso Nacional: o direito à palavra e à livre expressão. Seus votos e opiniões não podem, numa democracia, ser conspurcados.

Aliás, numa democracia, a liberdade de expressão deve ser valor absoluto. Na nossa, promulgada em 1988, este direito está expresso no artigo 5º em mais de um inciso.

Tu ainda acreditas no STF?

A mensagem autoritária do inquérito 4781 à sociedade é: “Nós, ministros do Supremo, não podemos ser criticados”. Por não gostarem das queixas legítimas dos cidadãos, parte delas merecidas, acusam, prendem, invadem residências, censuram a imprensa, usam a Polícia Federal como sua segurança particular e não dão ciência ao Ministério Público – este, sim, com a prerrogativa constitucional de acusar.

https://osdivergentes.com.br/wp-content/uploads/2020/05/DiasToffoli_JairBolsonaro_1.jpgO presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, e o presidente da República, Jair Bolsonaro – Foto: Marcos Corrêa/PR

Aqueles que apoiam as medidas dos integrantes do STF devem se lembrar que, hoje, a ação se volta contra o presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores. Amanhã, o alvo pode ser outro. Pau que bate em Chico bate em Francisco.

Fato é que o STF e seu inquérito que pode tudo contra todos está colocando em risco a liberdade de expressão. O que me faz lembrar dois vídeos que gravei e alcançaram grande repercussão nas redes sociais.

Um deles tinha como título “Tu acreditas no STF?”. O outro, “Nas teta$ da INjustiça”.

Neles, usei meu direito democrático e constitucional de criticar a Corte Máxima. Hoje, penso, aquelas críticas não foram tão severas, pois vieram antes da extinção da prisão em segunda instância (que favorece ricos e poderosos já condenados) e das lagostas e vinhos de grife bancados com dinheiro da Viúva.

Se se derem ao trabalho de lerem este artigo e assistirem aos dois vídeos, penso que corro o risco de ser arrolado no inquérito das fake news. Afinal, com a ação surreal, o STF decretou que é proibido criticar as excelências togadas.

Assim, caso eu pare de escrever e me manifestar, uma hipótese é a de que fui abduzido por um juiz supremo, que não gosta de ser contrariado. Parece piada, mas, se nada fizermos, o Poder Judiciário, que já é tremendamente poderoso, vai se tornar um Poder acima dos demais.

Não poderemos mais dizer que eles julgam quandose e o que quiserem, sem nenhuma fiscalização. Assim, uma ação de precatório pode ser julgada após a morte da vítima. Se for julgada.

Os altíssimos e indecentes salários do Judiciário, que extrapolam o teto constitucional, não poderão ser divulgados. As inúmeras mordomias que se autoconcedem, como o vergonhoso auxílio-moradia, passarão a ser sigilosas.

As cada vez mais frequentes invasões de competência nas decisões exclusivas do Executivo, como a nomeação de ministros e assessores, e do Legislativo, como a legislação do aborto e a definição de medidas de combate à corrupção, se tornarão cotidianas. Parece absurdo?

Hora dos sem-toga agirem. A começar pelo Senado

Pois pareceria impensável há pouco tempo imaginar o STF acusando, julgando e prendendo ao mesmo tempo, tudo de forma sigilosa.

Fica claro por este artigo que não vou me acovardar. Continuarei criticando qualquer autoridade pública, paga com o nosso imposto, que extrapolar suas prerrogativas, desviar recursos públicos, atentar contra a democracia e agir na aparente legalidade, mas de forma imoral. Tem e terá meu repúdio e minha denúncia.

Sou cidadão, não um pária. Não me considero menor do que os juízes porque não uso toga. Como apontou com visão de cidadania Rui Barbosa, “a pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário; contra ela, não há a quem recorrer”. É disto que se trata o inquérito 4781.

A pandemia fez adormecer as barbaridades perpetradas pelos ministros supremos, como a prescrição de crimes praticados por poderosos e as liminares ultrarrápidas em favor de prediletos. É hora de retomar esta batalha.

https://osdivergentes.com.br/wp-content/uploads/2019/02/4-Davi-Alcolumbre-1.jpgDavi Alcolumbre, presidente do Senado Federal

Além de não nos calarmos, é preciso retomar a campanha pela CPI da Lava-Toga. E, ao mesmo tempo, pressionar o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para que cumpra seu papel constitucional e dê andamento aos pedidos para processar ministros do STF por crime de responsabilidade.

Cabe exclusivamente ao Senado processar e julgar os integrantes da Corte Suprema. Não se está pedindo ao presidente do Senado que prenda os ministros, como estes fizeram contra críticos que consideraram suspeitos. Mas que abra os processos de impeachment e instale a CPI. Certamente o Legislativo, cujas Casas são abertas ao escrutínio popular, não agirão como os supremos togados.

Ou juízes do Supremo estão acima da lei? Se a resposta for sim, resta parafrasear um coronel dos tempos da ditadura militar: “às favas a justiça”.

 


Leia mais  

POLÍTICA E SOCIEDADE - A nova censura é privada - 29.06.20


Artigo do Pensador PauloMoura

 

O cientista político Paulo G. M. de Moura disseca as múltiplas faces da censura digital que tomaram conta do território antes dominado pela mídia tradicional e mão pesada do estado totalitário

Na Roma Antiga, censurar era função de um detentor de cargo público. Sendo assim, o censor era um oficial responsável por garantir a “moralidade pública” e fiscalizar as finanças governamentais. A função de “garantia da moralidade” é a origem do sentido das palavras “censor” e “censura”.

Os termos se aplicam ao controle sobre meios informativos. Na interpretação tradicional do latim, censura seria a desaprovação e a remoção da circulação pública de informação ou de produções artísticas com objetivo de proteção dos interesses do Estado, de uma organização, grupo ou indivíduo. A censura presta-se à manutenção de status quo vigente, de modo a evitar mudanças no pensamento dominante que sustenta o poder de um determinado grupo social, prevenindo a disposição de mudança de estruturas de poder ou de padrões de comportamento social que sustentam esse poder. 

Numa acepção mais ampla do que aquela aplicada à censura praticada pelo Estado, podemos encontrar a prática associada a centros de poder e influência, tais como certos grupos de interesses (ONGS e movimentos sociais, instituições religiosas, e recentemente corporações privadas de mídia) como forma de preservar a hegemonia de grupos dominantes ou servir de instrumento para a conquista de poder ou mais influência.

 Limitar ou impedir o debate e o conflito de ideias e valores antagônicos aos dominantes na sociedade é outro método de censura praticado para além dos limites do controle do Estado. 

Como se vê, a conceito antigo de censura evoluiu de uma situação em que se associava apenas à uma prática de Estado visando preservar o poder dominante, para um conceito mais amplo e sofisticado que implica em práticas associadas a diversos grupos sociais como instrumento de luta por hegemonia cultural, que é o que sustenta o poder de fato sobre as sociedades. 

A era digital proporcionou um novo ciclo evolutivo na forma como se pratica a censura. O bullying politicamente correto sobre as opiniões divergentes em círculos sociais de convivência e na mídia, por exemplo, está entre as novas formas de censura.

A Internet e os métodos da “Nova Censura”

A relativização da verdade e a invenção de uma suposta “pós-verdade”, um conceito inventado pela esquerda pós-frankfurtiana, segundo o qual as versões convertem-se em “fatos” como narrativas que se sobrepõem à verdade sobre a realidade concreta, é o “estado da arte” da prática contemporânea do que chamo de “nova censura”.

Essa é uma prática predominantemente associada a grupos sociais e políticos e, hoje também, ao controle que as novas corporações monopolistas globais das mídias digitais (Facebook, Instagram, Twitter, Google, YouTube) exercem sobre os conteúdos veiculados em seus ambientes de comunicação. 

Os departamentos de controle de conteúdo dessas corporações são dominados por censores – controladores da moral na acepção que se empregava na Roma Antiga -, mas seus critérios obedecem a uma determinada moral segundo a qual a divergência recebe o carimbo do “politicamente incorreto” e portanto, em desacordo com as “regras da comunidade”(?!), e portanto, passíveis de serem retiradas de circulação ou de receberem cadeados de restrição de acesso.

Chegamos assim ao que interessa: os métodos da nova censura. A internet nasceu como território livre. A transferência de poder do Estado para as mãos de indivíduos e grupos sociais que se converteram de receptores passivos da mídia analógica, padronizadora e uniformizadora de massas, em produtores e recriadores ativos, atomizados e conectados em redes de sociais reais, de conteúdos desestruturadores de narrativas hegemônicas, abalou não apenas a superestrutura ideológica (perdão pela heresia), mas também da infraestrutura do(s) poder(es) constituído(s) e que detinham o controle das sociedades ao longo de toda a era industrial. 

O apetite pela censura das mídias digitais

Não são apenas as castas que dominam o Estado e a mídia tradicional que se sentem ameaçadas pela concorrência dos enxames de produtores de conteúdos digitais. A política tradicional tal como era praticada faliu. Os partidos políticos e sindicatos perderam a hegemonia sobre as massas e seus líderes estão sendo desnudados e deslegitimados pela crítica viral que corrói as imoralidades antes praticadas nos bastidores do poder e hoje transbordam pelos vazamentos de conteúdos gravados, invasões de hackers e descuidos de quem não percebeu a lógica corrosiva que a liberdade e a transparência introduziram na nova realidade mediada pelo digital.

O poder político, antes monopólio do Estado e de organizações paraestatais (partidos e sindicatos), deslocou-se para uma miríade de novos polos de poder. As iniciativas de exercer controle sobre essas novas liberdades e essa nova realidade não tardou. E ela não partiu apenas do Estado, como nas políticas de controle social do Partido Comunista Chinês. 

No mundo livre, a iniciativa partiu, em primeiro lugar, das corporações globais monopolistas de mídias digitais, que logo perceberam no controle de conteúdo uma forma de exercer seu poder sobre o mundo por cima das soberanias dos Estados nacionais; visando não apenas o controle dos fluxos do capital real e simbólico e acumulação de riqueza, mas a oportunidade de transferir para suas mãos o poder de definição política sobre os rumos das sociedades ao arrepio da vontade dos cidadãos livres a quem caberia, desde a invenção da pólis grega, deliberar soberanamente sobre o destino coletivo das verdadeiras, estas sim, comunidades.

Ainda na transição do analógico para o digital, a Teoria da Comunicação já havia desenvolvido hipóteses explicativas sobre Agenda Setting (como a mídia pauta temas e define a agenda do debate público definindo o que pode ou não ser notícia); Newsmaking (como a informação é manufaturada e as versões sobre os fatos são decididas e construídas nas linhas de montagem “impessoais” das redações da imprensa), e, Espiral do Silêncio (como a “verdade” de uma minoria organizada pode se impor sobre a sociedade através de avalanches midiáticas de informações e versões interpretadas a partir do interesse de grupos políticos determinados).

George Soros entra em cena

O mercado de produção de conteúdos e versões sobre fatos internacionais, por exemplo, é hegemonizado por um pequeno grupo de agências internacionais de notícias que abastecem as “linhas de montagem” de praticamente todas as redações da maioria dos veículos de imprensa do planeta. O empresário metacapitalista George Soros é um notório financiador de agências de notícias que abracem as pautas da sua agenda globalista. 

Iniciativas de produção de conteúdo destinado a abastecer as agências internacionais de notícias são parte da estratégia de agendamento de pautas globalistas destinadas a inundar a imprensa mundial de “notícias” enviesadas.

Sem prejuízo dessas práticas, a lógica digital se impôs exigindo novos desafios aos detentores do poder de fato, associados ou não a governos. A emergência de uma onda conservadora em vários cantos do mundo (leste europeu, Brexit, eleição de Trump e Bolsonaro) em resposta às iniciativas de relativização da verdade e destruição dos valores tradicionais sobre os quais se erigiu a civilização judaico-cristã e o modo de vida ocidental exigiu o aperfeiçoamento dos métodos para além da hegemonia de esquerda sobre as redações da mídia tradicional.

Na Wikipedia, por exemplo, uma plataforma com pretensões de enciclopédia digital, fonte de pesquisa inconfiável e não reconhecida academicamente, mas que é objeto de buscas rápidas e fáceis no Google (seus links são sempre os primeiros), a esquerda ataca em duas frentes: por um lado, na produção de conteúdo; por outro, na patrulha, bloqueio e exclusão da plataforma de produtores de conteúdo divergente ou que ousem questionar as “verdades” lá postadas, com a anuência dos gestores, que certificam, legitimam e premiam notórios esquerdistas como portadores das versões que podem ser publicadas, ou como censores do conteúdo divergente, notadamente na área de humanas.

O artista conservador Rodrigo Del Arc ousou questionar a definição de democracia no verbete da Wikipedia, levantando o seguinte questionamento na página: “Para quem quer saber Demos significa distrito; um pedaço de terra e as pessoas que nele moram. Kratia em grego significa força ou poder. Portanto, fica evidente que a palavra “democracia” não pode ser traduzida por um vago “governo do povo”, pois seria uma leitura imprecisa.” 

Detalhe, o questionamento foi feito recorrendo a outras informações da própria Wikipedia, dentre outras fontes. Resultado: seu conteúdo foi excluído em cinco minutos na página brasileira e em cerca de duas horas na página em inglês. Em seguida, teve seu acesso à postagem de conteúdos bloqueado.

A censura tenta reescrever a verdadeira história

A prática de apagar a memória e reescrever o passado não se restringe à Wikipedia. Se o leitor quiser pesquisar no Google a história do Regime Militar de 1964 em links históricos fidedignos, terá que mergulhar páginas e páginas a fio para encontrar fontes isentas e com credibilidade.

Praticamente todos os links das primeiras páginas de pesquisa são de páginas de conteúdo com as interpretações e versões recentes e da esquerda sobre esse período da história do Brasil. Boa parte deles alimentados por professores de esquerda em sites destinados à difusão de conteúdos para trabalhos escolares, especialmente de adolescentes.

Posicionar links entre os primeiros das páginas do Google requer sites manufaturados para serem listados em primeiro lugar nos SEO (Search Engine Optimization Mecanisms), requerendo algum grau de sofisticação e investimento financeiro por parte dos editores.

Recentemente, o advogado e professor conservador Paulo Caliendo, pesquisando sobre Churchill no Google, notou o desaparecimento da foto do ilustre Primeiro Ministro conservador britânico no período em que liderou a vitória sobre o nazismo. Ao pesquisar, encontrei matérias sobre o assunto nesse link com a seguinte informação: “A fotografia do ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill desapareceu de uma busca no Google e causou controvérsia no Reino Unido, numa altura em que os protestos contra o racismo fizeram questionar monumentos como o do histórico líder britânico.”

De acordo com o Diário de Notícias, quando se digitava “primeiros-ministros britânicos” ou “líderes mundiais na II Guerra” no Google, as fotografias dos chefes de governo britânicos não apareceram numa linha do tempo chamada Knowledge Graph. E nesse link o Google alegou bug no sistema para justificar a coincidência entre a “falha técnica” e as manifestações antirracistas ocorridas em Londres, na qual manifestantes pixaram uma das estátuas de Churchill junto ao Parlamento, com a frase “era um racista”.

Mas o controle de conteúdo-fonte de pesquisa destinado ao público escolar não se limita ao mundo digital. No Brasil, após 30 anos de governos de centro e esquerda, além dos ambientes escolar e universitário, a esquerda hegemoniza também o próprio aparelho do Ministério da Educação (MEC), notadamente na área das estruturas, metodologias e controle de conteúdo curriculares, através na chamada BNCC (Base Nacional Comum Curricular), dos Cursos de Formação de Professores e do sistema de avaliação de cursos e universidades e da hegemonia sobre o Conselho Nacional de Educação (CNE). 

Essas políticas e diretrizes foram institucionalizadas na lei e são geridas pelo CNE, que tem poderes regimentais deliberativos e cujos membros são nomeados formalmente pelo Presidente da República entre nomes indicados pelo “meio educacional” (dominado por especialistas de esquerda) para exercício de mandatos de quatro anos. 

Normas, metodologias, conteúdos curriculares, seleção e definição de livros didáticos emprenhados de conteúdos politicamente corretos e pelas pautas da agenda globalista da UNESCO, por exemplo, obedecem a regras institucionalizadas ao longo dos últimos trinta anos, as quais somente é possível mudar, mudando-se a lei e a composição do CNE, ou seja, há mais de trinta anos nada muda, só piora, inclusive na atual gestão do MEC. As razões são autoexplicativas.

Finalmente, mas não sem esgotar o tema, as últimas novidades são as agências privadas de Fact Checking (Agência Lupa, Truco da agência Pública e Aos Fatos, no Brasil, por exemplo); de Monitoramento de Robôs (Bot Sentinel), e a mais recente iniciativa, que emergiu como meteoro na cena política brasileira e mundial, a ONG Sleeping Giant. 

Todos essas inciativas operam em sinergia com os veículos de mídia tradicional e corporações globais de mídias digitais, orientados pelas pautas politicamente corretas e pela agenda globalista que ditam os critérios sobre o que é fake or true; sobre quem é ou não robô nas mídias digitais e sobre quem pode ou não ser patrocinado pelas marcas do mercado de publicidade digital, conforme os critérios definidos por esses autoproclamados “donos da verdade”. Desnecessário dizer quais as “verdades” podem ou não ser publicadas.

 

 


Leia mais  

PL de Fake News quer censurar você e impedir o trabalho da mídia independente - 24.06.2020


 Por Carlos Junior, publicado pelo Instituto Liberal

 

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) já mostrou sua servidão à esquerda em diversas oportunidades. Pediu o impeachment do ex-ministro Weintraub, fez coro à narrativa do acordão entre Toffoli e Bolsonaro e agora dá a maior prova possível de sua vassalagem aos esquerdistas: a dita ‘’Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet’’. Parece piada, mas não é. O sr. Vieira não possui talento nem para ser engraçado.

 

Já tratei do PL 1429/20, apresentado na Câmara por ninguém mais, ninguém menos que Tabata Amaral (PDT-SP) – que por terrível coincidência é amicíssima do senador Vieira e sua companheira em inúmeras pautas. Pululam no Congresso toda sorte de tentativas para regulamentar a internet. Em português claro: censura velada e expressa; mas uma censura seletiva, pois os alvos preferenciais são sempre a direita conservadora, os apoiadores do presidente Bolsonaro e a mídia alternativa.

 

A lei em si não faz mais do que repetir o PL da sra. Tabata Amaral. Comete os mesmos erros. O maior deles é ter no conceito de desinformação um alicerce para a sua aplicação prática. Ora, quem definirá o que é verdade ou não? Nesse caso, é apresentada uma nova jurisdição, um novo entendimento legal, e, como tal, cabe ao Estado a aplicação da lei, portanto, ele é que definirá em última instância a veracidade ou não dos conteúdos publicados na internet. Isso quer dizer o óbvio: teremos o Ministério da Verdade, o controle absoluto das informações. Se isso não é censura, eu sou o Alessandro Vieira em pessoa.

 

Em diversas ocasiões recentes, o Supremo Tribunal Federal mudou a seu bel-prazer o entendimento da lei em vários processos. Em 2016, decidiu pelo cumprimento da pena após condenação em segunda instância; no ano passado, voltou atrás. Além disso, a mais alta instância do judiciário brasileiro é conhecida por invadir competências dos outros poderes e decidir sobre questões não delegadas à sua atuação. O próprio Alessandro Vieira sabe disso. Tanto é que ele apoiou entusiasticamente a CPI da Lava Toga – iniciativa que tinha a finalidade de investigar ações e denúncias de corrupção envolvendo os ministros do STF. Quem garante ao sr. Vieira a plena execução de sua lei sem nenhum dano à liberdade de expressão? Com um STF como o ‘’nosso’’, ninguém precisa de inimigo. Nem com um senador como ele.

 

Tanto Vieira quanto quem quer que seja pode dizer o que for em defesa desta lei esdrúxula e alegar transparência para a sua aprovação. Esse papo não engana ninguém. A iniciativa é mais uma destinada a censurar os conservadores na política e na mídia independente. Ora, as agências de checagem são ligadas aos ‘’profissionais’’ da grande mídia – em especial ao Estadão. Ninguém é tolo o bastante como o sr. Vieira para não perceber o viés político esquerdista da grande mídia. Essa mesma mídia perdeu o monopólio da informação e da credibilidade com o surgimento da mídia independente, dos portais conservadores e de colunistas que apresentam o outro lado da moeda. Não parece ser muito difícil entender isso. É de seu interesse um retorno ao estado de coisas anterior à onda conservadora, que foi responsável por quebrar a hegemonia da esquerda no Brasil representada na dualidade PT-PSDB. Para isso, é necessária a censura aos portais da mídia independente.

 

Ou vocês acham mesmo que o sr. Vieira está mesmo preocupado com o combate às fake news? Se estivesse mesmo, o primeiro alvo da sua lei seria a grande mídia, essa sim a grande responsável pelas mentiras espalhadas contra determinadas pessoas e correntes políticas. Essa grande mídia escondeu por mais de duas décadas a existência do Foro de São Paulo, a entidade reunidora de chefes de Estado e partidos políticos com o claro objetivo de implementar o comunismo em solo latino-americano. Quando ficou feio esconder a existência, ela passou a desconsiderar a importância. Ora, como uma entidade que reúne políticos importantes e que emite declarações estratégicas assinadas por todos os membros é apenas um clube de debates? Segundo os palpiteiros do Globo, da Folha e tutti quanti, sim. É nessa mídia que Alessandro Vieira confia – e, claro, na prática, sabemos, ficará isenta de qualquer punição com base em sua lei.

 

Quantas mentiras a grande mídia já espalhou sobre o presidente Bolsonaro e seus apoiadores? Quantas vezes ela já foi punida por isso? Quantas vezes o sr. Vieira já levantou a voz para defender os caluniados pela grande mídia?

 

Vamos falar a verdade em bom português: Alessandro Vieira é um vassalo da esquerda brasileira que quer calar a mídia independente conservadora. Ele quer impedir o trabalho dos portais que mostram aquilo que a grande mídia esconde. Ele quer que os donos do poder não sofram nenhuma pressão popular. Ele quer censurar você.

 

A imprensa se combate com a própria imprensa, já dizia Dom Pedro II. No Segundo Reinaldo, a liberdade de expressão não era apenas uma utopia liberal, mas uma realidade plena, defendida pela lei e pelo nosso maior governante. O que diria o imperador ao conhecer um projeto de lei como o do senador Vieira?

 

Chega de paciência para com tipinhos como esse. A liberdade de expressão precisa ser garantida. A lei da mordaça do sr. Vieira precisa ser tombada o quanto antes. Os ditadores engravatados precisam saber que todo poder emana do povo e em seu nome será exercido. Não se pode tolerar isso de maneira nenhuma."

(Gazeta do Povo)


Leia mais  

A Pandemia e a Indústria 4.0 – Seriam os Despertadores de nossas Habilidades? - 23.06.2020


A história nos revela que três eventos trazem grandes mudanças na sociedade: guerra, revolução e epidemias. São eventos que tendem a acelerar transformações já em curso.

Este é um momento ímpar, no qual estamos vivenciando dois destes três eventos a pandemia do novo coronavírus, que nos pegou de surpresa, e a chamada quarta revolução industrial (I4.0).

 

Em um momento da história em que uma nova sociedade está sendo construída na qual, pelo menos na teoria, busca-se mais ética, mais empatia, mais respeito ao meio ambiente, aos animais, à sociedade e ao planeta, qual seria o ponto comum em que nos encontramos nesta intersecção pandemia e quarta revolução industrial?

Quem sabe a palavra que melhor traduza nossos sentimentos seja VULNERABILIDADE.

 

Em princípio, sentir-se vulnerável não é algo bom, mas pode nos trazer benefícios.

Por exemplo, uma pandemia nos faz sentir vulneráveis e tomar ações rápidas, já que temos como instinto a preservação de nossas vidas quando nos sentimos ameaçados.

 

Ao mesmo tempo, muitos de nós estamos nos sentindo vulneráveis em meio à revolução em curso da I 4.0, que tende a exigir mudanças no perfil profissional, mas por encararmos esse evento como uma "ameaça" lenta e gradual, não nos desperta o senso de urgência, o que pode ser uma armadilha para nossa tendência de postergar mudanças.

É fato conhecido que mudança não é o ponto forte da maioria dos seres humanos.

 

No Brasil, onde a I 4.0 caminha a passos lentos, a “ameaça” ainda é vista como lenta e gradual. Segundo pesquisa FIESP/SENAI de 2018, somente 30% dos entrevistados deram início ao processo da revolução 4.0, e com investimentos muito inferiores aos praticados no exterior.

No entanto, especialistas apontam que este é um caminho irreversível se a indústria brasileira quiser se manter no ranking das dez maiores do mundo.

 

Nesse sentido, podemos afirmar sem dúvida alguma que a pandemia nos retirou da zona de conforto, mas ao mesmo tempo, pode nos impulsionar a realizar as mudanças necessárias para que nas próximas décadas possamos sobreviver ao novo mercado de trabalho que se desenha.

 

Um exemplo concreto dessa mudança para a sobrevivência foi a necessidade de se implementar o trabalho remoto emergencial durante a pandemia, que tende a ter impactos irreversíveis, já que algumas organizações pretendem tornar essa prática permanente para algumas funções após a pandemia.

 

No entanto, um levantamento realizado pela VitalSmarts e publicado na rede profissional LinkedIn em 22/4 aponta que 1 em cada 5 líderes não sabe liderar suas equipes em home office.

A questão é: como encorajar os líderes a revisar seus processos internos e a compreenderem que a tecnologia é, cada vez mais, um ativo humano?

 

Segundo o estudo “Tendências de Marketing e Tecnologia de 2020: Humanidade Redefinida e os Novos Negócios” do professor André Miceli da FGV, "quanto mais a tecnologia avança, mais as características humanas tendem a sobressair.”

 

Embora os preceitos básicos da I4.0 impliquem em conectar máquinas e sistemas para a criação de redes inteligentes de produção quase totalmente autônomas, com o uso cada vez mais frequente da inteligência artificial, não há como desvincular o desenvolvimento destas tecnologias com profissionais capazes de lidar com a inovação, com novos desafios e com constante capacidade de aprendizagem.

 

Saber compreender, processar e gerenciar as emoções oriundas de ambiente tão variável será de extrema importância e é algo conhecido como Inteligência Emocional.

Segundo a Sociedade Brasileira de Coaching, a Inteligência emocional é um conceito relacionado com a chamada “inteligência social”, criada por Daniel Goleman.

 

Uma das grandes vantagens das pessoas com inteligência emocional é a capacidade de se automotivar e seguir em frente, mesmo diante de frustrações e desilusões. São pessoas que conseguem controlar impulsos e canalizar emoções para situações adequadas.

 

A inteligência emocional é considerada um conjunto de competências como, por exemplo, as soft skills, que quando desenvolvidas e aprimoradas se tornam grandes aliadas no processo de desenvolvimento do indivíduo, seja pessoal ou profissional. A inteligência emocional, entre outros, melhora a avaliação de determinada situação, proporciona gerenciar os imprevistos com maior sabedoria e lidar com mais tranquilidade com mudanças repentinas no cotidiano.

 

Aqueles que já experimentaram desenvolver suas atividades especialmente em grandes empresas sabem que não há como desvincular o desenvolvimento tecnológico do desenvolvimento pessoal. Mesmo em empresas muito desenvolvidas tecnologicamente, o clima organizacional é fator preponderante para seu sucesso, no sentido de reter seus talentos e promover a motivação de seus colaboradores sempre em busca de melhores resultados.

 

Os estudiosos da natureza humana apontam que a incerteza é o grande problema do mundo moderno e não há como não relacionar a evolução da inteligência artificial com a atmosfera de incerteza que ela promove entre os colaboradores de “carne e osso”. Evidente que este novo futuro exigirá nossa parcela de contribuição e que nem todos irão sobreviver, mas não enxergar que as duas coisas andam de mãos dadas é quase cometer um suicídio empresarial.

 

Assim, vivenciar o momento de uma pandemia repentina pode nos servir como um despertador para uma lição de casa que muito de nós vem postergando, que é nosso desenvolvimento emocional e intelectual para que possamos ser profissionais preparados para atender as exigências do ambiente da quarta revolução industrial.

 

A pandemia nos expõe à realidade de que mudanças significativas podem ocorrer a qualquer momento, exigindo de nós habilidades que talvez não estejam tão bem desenvolvidas e, muitas vezes, nos obrigando a nos reinventarmos pessoal e profissionalmente.

 

Dentro da nova concepção de profissionais aptos a desempenharem suas funções no contexto da indústria 4.0, podemos citar como características a capacidade de se adaptar às mudanças, a novos contextos e de inovar. Os perfis também deverão ser mais flexíveis e multidisciplinares e a capacidade de comunicação com seus pares será algo essencial. Tudo isto para que saibam como operar os novos sistemas e técnicas de produção.

 

Portanto, aproveitar o atual momento onde nos sentimos tão vulneráveis pode nos trazer a reflexão de que o futuro talvez esteja mais próximo do que imaginamos e que a preparação deve ser iniciada imediatamente, com o enfrentamento de nossas dificuldades e, assim como em qualquer gestão bem sucedida, a nossa gestão pessoal deverá abranger um planejamento de desenvolvimento que seja plausível, com objetivos e cronograma bem definidos.

 

E você acha que a Pandemia e a Indústria 4.0 juntas podem ser os despertadores de mudanças nas habilidades dos profissionais?

 

Carla Sandler

Especialista e Mentora em Processos Industriais, Melhoria Contínua e Indústria 4.0. Membro da INTERACTTI – Rede de Empreendedorismo e Negócios. Mestre em Ciências pela USP.

 

 


Leia mais