Espaço Pensar +

DEMOROU... - 01.11.23


Por Igor Morais

 

Demorou, mas parece que uma parcela significativa dos analistas finalmente acordou para o problema fiscal do Brasil. Mesmo assim, esse processo está sendo marcado apenas pela dúvida das promessas de déficit zero, ao passo que eu migro do pessimismo de antes para um ponto mais longe ainda que nem sei denominar.

Explico:

1- De um lado a arrecadação segue minguando certo? Sim, no acumulado do ano ficou em R$ 1,74 trilhões contra R$ 1,82 trilhões do acumulado de 2022. Uma queda, descontado o efeito inflacionário, de -4,39%. Seria como se o Governo tivesse deixado de tirar da população R$ 80 bilhões. Onde está o problema aqui?

1. O esgotamento da arrecadação do IR, o mais importante tributo que responde por quase 50% do total, e parou de subir;

2. A ideologia, que impede o Governo de fazer concessões e privatizações, resultando em R$ 41 bi a menos de receita;

3. A pessima gestão estatal que reduziu o lucro das empresas e reduziu a distribuição de dividendos em R$ 56 bilhões;

4. O IPI, que já chegou a gerar de receita para o Governo R$ 90 bilhões e está em R$ 58 bilhões, o segundo pior resultado da história;

5. O fim do ciclo das commodities. A receita com a exploração de minerais, como o minério de ferro, por exemplo, chegou a gerar R$ 140 bilhões para os cofres públicos.

São meses de retração que trouxe esse para perto de R$ 117 bilhões. Ainda é significativo, mas a desaceleração econômica mundial pode derrubar ainda mais a receita com essa rubrica. E as despesas? Bem, parece que nada foi feito para segurar a turma. E não é apenas o gasto com pessoal que sim, reverteu o processo de queda e já aumenta. Mas o impacto maior está vindo de outras rubricas: 1. INSS. São R$ 42 bilhões a mais e tende a piorar com a alta no salário mínimo para 2024;

 

2- Os gastos com LOAS que atingiram o recorde histórico de R$ 89 bilhões. Você sabe o que é isso? "é a garantia de um salário mínimo mensal à pessoa com deficiência que comprove não possuir meios de prover a própria manutenção, nem de tê-la provida por sua família".

Surpreende como o gasto com essa rubrica aumenta todo ano;

 

3- Mais gasto com seguro-desemprego que aumentou R$ 4 bi esse ano. Sabe o que é interessante? O gasto aqui aumenta mesmo com os dados do IBGE apontando queda na taxa de desemprego. Essa relação inversa já vimos antes no período 2010-2015. Dejavu. Onde isso está batendo? Na dívida bruta. Soma-se o deficit de R$ 71 bi com mais R$ 670 bilhões de pagamento de juros e logo logo estaremos flertando com 90% do PIB de dívida, condenando a próxima geração a pagar essa conta.

Ficou triste? Não quer que teus filho(a)s ou neto(a)s paguem isso? Então basta aumentar a arrecadação, pagamos nós essa conta.


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CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE - 31.10.23


Por Roberto Rachewski

 

Leio no New York Post do dia 24 passado, que a Força de Defesa de Israel interceptou Mahmud falando com os paispelo celular da mulher que ele acabara de matar. Exultante,Mahmud dizia: “Pai, matei pelo menos 10 judeus com minhas próprias mãos". Orgulhoso, declara: “Mãe, seu filho é um herói". O pai pede: “Volte para Gaza, basta.” Mahmudsuplica: “Por favor, tenha orgulho de mim, pai.” E completa: “Como assim, voltar? O que há de errado contigo? Ou a vitória ou o martírio. Minha mãe me colocou no mundo para lutar pela religião.” Antes de desligar, Mahmud reitera que enviou imagens. Provas do seu heroísmo, evidências da suabarbárie particular. 

 

Entendam, Hamas governa Gaza. Os terroristas não sãomarcianos. São pessoas comuns que ligam para os pais para contar o que fizeram num sábado. Naquele sábado, invadiram Israel, roubaram, estupraram, dilaceraram, decapitaram, mutilaram, queimaram, assassinaram e sequestraram inocentes, bebês, crianças, adolescentes, adultos, mulheres grávidas, sobreviventes do Holocausto e até cães. As cenas, capturadas pelos próprios terroristas, excitaram os militantes da esquerda e os idiotas úteis que servem de massa de manobra nas manifestações onde gritam, histericamente: “Viva Hamas”. Os fatos permitem a dedução de que a população de Gaza sofre lavagem cerebral. A autoestima dá lugar à obediência servil e à devoção a uma causa perdida, sem volta, sem futuro. Os fanatizados seguemuma ideologia religiosa totalitária que tem a extinção do Estado de Israel e dos judeus entre suas premissas. O povo de Gaza sofre, enquanto seus líderes psicopatas vivem luxuosamente no Qatar, na Turquia ou no Irã.

 

O massacre do dia 07 de outubro, não deixa dúvidas, o Hamas está doutrinando jovens para se comportarem como  selvagens, seres incapazes de usar a razão, de alcançar qualquer noção de moralidade, inaptos para a vida em sociedade. Atrocidades assim foram cometidas por alemães e japoneses no passado. Só aceitaram a rendição incondicional, permitindo o retorno da civilidade ao Japão e à Alemanha, após os aliados terem devastado Dresden, Hiroshima e Nagasaki. Render o Hamas é necessário para que Gaza possa ser civilizada, superando o vitimismo que leva à dependência, à submissão e ao ódio.

 

Israel é fruto do esforço de banqueiros, agricultores, comerciantes, industriais e trabalhadores judeus que fugiram do antissemitismo, compraram terras, investiram, transformaram a escassez dos pântanos e dos desertos, num oásis de abundância, construíram uma sociedade livre, aberta, próspera. O povo judeu pode guiar o povo palestinonessa caminhada, como foi guiado por Moisés pelas areias do Sinai, fugindo do Egito, em direção à liberdade.


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OS FILHOTES DE MUSSOLINI - 30.10.23


Por Percival Puggina  

        

Na Universidade Federal do Amazonas, marmanjos e marmanjas tentaram expulsar a gritos e empurrões um palestrante judeu que precisou ser escoltado por PMs.

 

Em Brasília, a Caixa Cultural (da Caixa Econômica Federal) custeou e patrocinou a exibição de “O grito”, mostra de imagens onde a bandeira do Brasil é usada para agressivas e grosseiras mensagens politicamente afinadas com o atual governo da União.

 

O Ministério da Igualdade Racial gastou metade da verba de uso livre, que é de R$12,5 milhões, em viagens e diárias de assessores e dirigentes com destinos dentro e fora do país.

 

O governo, seu partido e seus militantes se recusam a qualificar o Hamas como organização terrorista. Responsabilizam Israel pelo indescritível ataque sofrido no momento em que negociava sua convivência pacífica com o Egito.

 

Em Goiás, professora de uma escola particular postou em rede social foto sua usando camiseta com a frase do artista Flávio Oititica – “Seja marginal, seja herói”.

 

Em todo o país, para o jornalismo militante (e qual não é, nos mais destacados veículos?), entrechoques entre policiais e bandidos só dão causa a críticas dirigidas aos primeiros e a análises sociológicas sobre a dura vida dos segundos. É raro, raríssimo, encontrar, aqui ou ali, um reconhecimento do valor, dos riscos cotidianos e das agruras inerentes à atividade policial. 

 

As Salomés da política, instaladas na pagadoria da publicidade oficial pedem aos Herodes de cada meio de comunicação as cabeças dos Joões Batistas conservadores ou liberais. Os Herodes entregam e o jornalismo brasileiro expurgou para as mídias sociais seus melhores profissionais.

 

O que une esses fatos, todos tão recentes, seja entre si, seja a muitos outros semelhantes no passado (e, com certeza, também no futuro)? Qual é o problema desse pessoal?!

 

Todos esses eventos envolvem o ativismo esquerdista e expressam características fascistas. Seus adversários políticos são o destino final de todas as maldições, vivem ao desamparo de direitos fundamentais e são as únicas pessoas no mundo a quem tratam como criminosos e para quem pedem cadeia... Sobre os verdadeiros bandidos, dizem que “no Brasil se prende demais” e que “prender não resolve”. Por isso, defendem o desencarceramento.

 

São filhotes de Mussolini. Querem a censura e a interdição dos “lugares de fala” de toda divergência. Festejam quando seus adversários são julgados à distância, por crimes que não cometeram e condenados a penas desproporcionais. Aplaudem a omissão do presidente do Senado e as manobras do presidente da Câmara. A discordância política sobre o agir das instituições é classificada como “discurso de ódio”.

 

Os atores desses eventos promovem usos abusivos de eventuais situações de poder. Alguns, como os marmanjos e marmanjas das universidades públicas, por serem majoritários, oprimem a minoria se ela se atreve a divergir. Outros, servem à causa ou querem atiçar a revolução social.

Já passou da hora de propor que a fobia à direita política – causa de discriminações, opressões e origem de violência – seja considerada, também, “crime análogo ao racismo”. Ah, Brasil!


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EQUIDISTÂNCIA CRETINA - 27.10.23


Por Silvio Sibemberg

 

Ouvi de um não judeu que nós, os judeus, estamos muito quietos em relação aos acontecimentos e à forma como os veículos de comunicação e alguns políticos de esquerda estão tentando relativizar a barbárie ocorrida em 7 de outubro em Israel.

 

Devemos nos manifestar de todas as formas contra esse falso distanciamento. Ele tem razão - fomos vítimas de um atentado terrorista sem precedentes e de forma gratuita. Mataram pais na frente de filhos e filhos na frente de pais. Degolaram crianças, estupraram grávidas e trucidaram idosos. Nada, absolutamente nada, pode justificar insanidade dessa magnitude. Temos sim que fazer ouvir nossas vozes e esclarecer os não judeus que têm posições do tipo: "não é comigo, eles que se entendam." Estão errados. Amanhã esses fanáticos matarão qualquer um que não esteja de acordo com suas crenças ensandecidas. Se hoje somos nós os alvos dessa gente, tenham certeza de que amanhã serão quaisquer outros grupos humanos civilizados. A faxina étnica que os alemães quiseram fazer no Holocausto tinha como semente a mesma maldade que acomete esses terroristas do Hamas.

 

Querer manter equidistância nesse tipo de tragédia é endossar o comportamento desses terroristas. Seres humanos civilizados não podem fazer de conta que não é com eles. Não é possível que os valores morais e éticos que construíram o estágio de civilização que alcançamos sejam esquecidos como se uma epidemia de amnésia grassasse pelo planeta. Esse tipo de insanidade é cega e busca vítimas de forma indistinta. Esse mesmo grupo matou, estuprou, queimou e jogou pessoas – seus próprios parentes - de cima de telhados em Gaza pela singela razão de não professarem seu fanatismo religioso.

 

Não importa em que lugar do planeta, esse tipo ignora vidas que não estejam de acordo com seus enlouquecidos credos - acreditam que precisam acabar com a vida de quem não concorde com suas verdades. São piores que os animais irracionais - esses só matam seus semelhantes pela disputa da liderança do bando e a outros seres, por fome. Não se pode ignorar a diferença abismal entre o bem e o mal como se nossos valores judaico-cristãos tivessem perdido o sentido. Precisamos lutar com todas as forças para aniquilar ou transformar irreversivelmente essas mentes deturpadas. Não querer que o outro viva por ser judeu é de um absurdo inconcebível. É impossível entender ou tentar relativizar os valores dessa gente, pois funcionam com outra métrica - não cabe contemporização.

 

Entre nós judeus temos uma máxima: em uma mesa de dez, se um se declarar antissemita e os outros nove não se levantarem, na verdade temos dez antissemitas na mesa.


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O PREÇO DA OMISSÃO - 26.10.23


Por Percival Puggina

 

Faça o teste: pense em um bem não material pelo qual você tenha apreço e verifique se ele não é combatido por esquerdistas e comunistas, ou seja, por gente de mentalidade revolucionária que se diz “progressista”. Depois, pense em algo útil à ascensão social dos mais necessitados e me diga: as mesmas facções políticas que combatem seus valores e seus bens culturais e espirituais, não atacam tudo que proporciona prosperidade material e desenvolvimento social – liberdade, empreendedorismo, combate às drogas e à criminalidade, abertura de horizontes?

 

Você sempre os verá em salas de aula à moda Paulo Freire, olhos postos no coletivo, na instrução de militantes da classe ou da causa, sejam elas quais forem. Por isso, o Programa Nacional de Educação está convocando para 28 a 30 de janeiro, em Brasília, a conferência “Plano Nacional de Educação 2024-2034: Política de Estado para garantia da Educação como direito humano com justiça social e desenvolvimento socioambiental sustentável”.

 

Fala sério! “Política de Estado”? “Justiça social”? “Desenvolvimento socioambiental”? E as nossas crianças e jovens? E sua formação? E o desenvolvimento proveitoso das potencialidades individuais para o bem deles mesmos, de suas comunidades e do país? Perceberam o quanto isso é atirar o futuro aos cães, para colocar todo o aparelho educacional a serviço do palavrório ideológico e dos interesses de um partido político e seus anexos? Quanto isso é igual ao que acontece em Cuba!

 

Platão dizia que a mentira é mãe de todos os vícios, mas deveria abrir espaço para apontar a omissão dos cidadãos como vício da tolerância perante os males proporcionados pelo Estado.

Pensando sobre o tamanho de nossa omissão, dei-me conta, outro dia, de ser ela uma das causas para que tantos congressistas, uma vez eleitos, saltem olimpicamente sobre os compromissos assumidos perante os eleitores e se bandeiem para a porta do Tesouro Nacional. Representantes de eleitores omissos, omissos serão, ora essa!

 

O Brasil tem 150 milhões de eleitores. Mesmo em nossas mais impressionantes manifestações levadas a cabo entre 2019 e 2022, quando cerca de seis milhões de cidadãos saíram às ruas e praças do país, 144 milhões assumiram que aquilo não lhes dizia respeito. Para cada patriota de verde e amarelo, outros 96 ficaram em casa assistindo futebol. No pleito de 30 de outubro do ano passado, 32 milhões de eleitores se abstiveram, 3,9 milhões anularam o voto e 1,7 milhão votou em branco.

 

A inércia que observamos no Congresso não é diferente da que vejo na sociedade. Por isso, a tarefa mais urgente das organizações liberais e conservadoras em formação no país deve ser a conscientização sobre as sinistras evidências dos males em curso. E a definição, em cada comunidade, das formas legítimas de ação social, política e cultural.


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QUEM É O DONO DA VIDA DE ANTÔNIA - 25.10.23


Por Fernanda Estivallet Ritter - Pres. Iee

 

Está terminando mais um mês, e a dona Antônia só pensa no dia em que receberá seu salário e no malabarismo que fará para pagar todas as contas: água, luz, aluguel, alimentação, parcela de dívida. Há alguns meses, é necessário escolher qual delas será paga, pois o valor do salário não aumenta, enquanto o preço dos produtos no mercado não para de subir.

 

Antônia, que é a provedora de sua casa, não está satisfeita com a educação de seu filho na escola pública em que está matriculado, nem mesmo com o tempo de espera toda vez que precisa de uma consulta médica no SUS.

 

Quando engravidou, Antônia foi realocada por exercer uma função insalubre e teve que ficar afastada por meses em razão de sua licença-maternidade. Na época, seu então marido estava desempregado e poderia cuidar do filho do casal, mas eles não puderam optar por essa alternativa. Ao retornar ao trabalho, a então funcionária exemplar perdeu espaço e não voltou a crescer na carreira.

           

Antônia não entende o que é taxa de inflação, não se interessa em saber quem é o presidente do Banco Central. Ela quer dar comida para seu filho. Quer que ele não entre no mundo das drogas. Quer chegar viva em casa após horas no transporte público para ir ao trabalho.

           

Seu salário chega com muitos descontos com siglas de cujo significado ela não faz ideia, apenas percebe que o valor que entra na conta é muito inferior ao tal salário bruto. Antônia não está satisfeita com os serviços dito públicos que recebe, porém, não tem opção. O desconto dos impostos é na fonte, não há escapatória.

           

Mal sabe a nossa personagem que os impostos que está sendo obrigada a pagar sustentam uma máquina pública inchada e ineficiente.

           

A situação da Antônia não é um caso isolado. Trata-se do “Estado babá”. Sob a prerrogativa de que o indivíduo não tem capacidade para tomar as melhores escolhas para si, o Estado interfere na vida do cidadão. Para piorar, as pessoas querem cada vez mais benesses, e alegremente entregam o comando de suas vidas ao Estado. Eis então que a mentalidade assistencialista persevera.

 

O cidadão de um Estado assistencialista é ensinado a questionar: "Quais são os meus direitos? O que mais eu posso receber?”. É preciso mudar essa mentalidade e mostrar para as pessoas que a maior benesse de sua vida será sempre a sua liberdade.


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