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O BAILE NÃO TERMINA À MEIA NOITE - 01.12.22


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Texto do pensador Alex Pipkin

  

Nunca antes na história desse país, presenciou-se tantas e tão grotescas distorções. Dentre estas, uma daquelas que me causa náuseas - e que tenho referido com frequência -, são as NARRATIVAS empurradas pelo ar que saem da boca e que se configuram em nobres palavrinhas emitidas por autoridades de nossas falidas instituições.

    Interessante notar que seguidamente surge a inquietação quanto ao tema do funcionamento dessas instituições. Elas estão, de fato, funcionando? A resposta é singela: depende para quem?

    Os vocábulos “Democracia e Estado de Direito” já foram completamente exauridos, mas eles assumiram uma nova roupagem com a embusteira novilingua.

    É essencial colocar os eventos em perspectiva.

    Em tempos verde-amarelos mais do que sombrios, com Estado de exceção, incentivos institucionais perversos e total inversão de valores, autoridades estatais, em especial, aqueles que além de terem o poder, necessitam se excitar e demonstrar esse poder, os semideuses togados de negro, são os maiores consumidores das senhas “democracia e Estado de Direito”. Dirão que faz parte do ofício.

    Esses delirantes repetem sistematicamente esses slogans desprovidos de qualquer tipo de significado real, jogando ao vento frases feitas e modernidades abstratas, porém, devastadoras.

    O ponto-chave aqui é que esses homens, mulheres e assemelhados, nunca precisam se responsabilizar e pagar pelas consequências de suas próprias ações!

    Esse intervencionismo estatal de todas as ordens já liquidou com a nação.

    Perversos contam historinhas para si mesmos e repetem para os outros, mesmo sabendo que são rotundas mentiras.

    No faroeste brasileiro atual, em que os fundamentos legais da Constituição são rasgados cotidianamente, imaginem a situação da questão ética.

    Nossa principal crise, inexoravelmente, é moral e ética. O que tem acontecido nesse país de sobrenatural nas últimas décadas, dispensa maiores esclarecimentos sobre o tema.

    Parte da sociedade, não compreende, ou esqueceu, ou é interesseira, de que o ético deve, inclusive, ser mais forte do que o legal.

    Nós, brasileiros, precisamos reaprender e exercitar, tal qual o ato de escovar os dentes, de que a honra não aceita nenhuma barganha faustiana.

    Nesse ambiente ultrajante, todos os caminhos conduzem a um único resultado: o naufrágio, ou se quiserem, o (des)progresso.

    Aparenta que esses “doutores” aprenderam essas nobres senhas e outros modernismos agora estimulados pela turma do amor, em faculdades de Direito, Filosofia, Antropologia, entre outras, mas não tiveram oportunidades reais de terem profundo contato com o filtro da realidade.

    A realidade “vivida” do homem comum já é dura, imaginem sem liberdade!

    Mas nesse país “justo”, isso é desimportante. Eles continuarão verbalizando mentiras românticas, intervindo, e o povo continuará pagando pelas consequências das incompetentes decisões desses “mestres” do horror.

    O pior? O baile não termina à meia-noite!