MANIA CHATA
Está pra lá de chata e insuportável esta recorrente mania de dizer e entender que o câmbio e os juros são os responsáveis pela falta de crescimento da economia. Como a imprensa não conhece o assunto, se vale exclusivamente de entrevistas feitas com setores mais prejudicados pelos juros altos e câmbio apreciado para estampar manchetes nos noticiários.A DOENÇA É FISCAL
Seria preciso que todos entendessem, de forma clara e definitiva, que o problema que impede o desenvolvimento econômico do Brasil não está no câmbio e nos juros. A nossa doença, aliás muito grave, é de ordem fiscal. Está na exagerada despesa pública. Mexer nos juros, como muita gente quer e exige (inclusive as correntes do próprio PT); e no câmbio, provocando uma desvalorização do real, teriam conseqüências desastrosas para a economia brasileira. Simplesmente porque as causas do problema continuam absolutamente intactas.POR SI SÓ
Com alguma redução sintomática nas despesas públicas, até porque não é possível chegar aos níveis corretos e necessários, a política monetária, influenciada pelo comportamento dos diversos agentes do mercado, por si só começa a mudar. Passa a promover ajustes no câmbio e nos juros. Que resultam, finalmente, em crescimento vigoroso da economia.QUESTÕES
Como os políticos (por questões ideológicas) e a sociedade (por força de informação equivocada) se recusam a conhecer e atacar os nossos reais problemas, ou causas terríveis do nosso contínuo insucesso, preferem ficar reclamando do câmbio e dos juros. Mais: reclamam também da carga tributária, que mais existe para atender ao fantástico custo social, imposto pelas leis votadas e plenamente asseguradas na Constituição.O PAPEL DA IMPRENSA
A imprensa, sempre apressada, muito confusa e bastante despreparada prefere manchetear as conseqüências do problema. Quer sempre atrair mais leitores e ouvintes. Assim, não explora a legítima causa dos problemas. E ainda influi afirmando que poderia haver perda de vantagens ao povo. Os políticos, que pouco entendem de lógica e de matemática, acabam também influenciados pelos noticiários para tomar atitudes. Por isto exigem mudanças no câmbio e queda nos juros. Como se isto bastasse. Ignoram os efeitos de tais medidas sem atacar as despesas públicas. Um horror.COM OU SEM DÉFICIT
Seria ótimo se a sociedade entendesse, de forma bem clara, que com déficit ou sem déficit, a Previdência não pode continuar como está. E que as mudanças que estão sendo propostas, para dar mais transparência nas despesas com aposentadorias do INSS, em nada mudam as despesas de governo.PREÇO PAGO
A conta, no final, é a mesma. Demasiadamente enorme. E vai aumentar muito mais a cada ano. Algo precisa ser feito antes que todos se convençam de que o problema está no câmbio e nos juros. Eles, simplesmente, são o preço que pagamos por deixar a doença fiscal tomar conta do nosso corpo econômico já debilitado.VISITA IMPORTANTE
A recente visita ao Brasil, do subsecretário de Estado para assuntos políticos do governo americano, Nicholas Burns, enseja várias interpretações. Creio que uma delas pode ser entendida como uma boa advertência ou um bom conselho para sociedade brasileira.BIOCOMBUSTÍVEIS
Nem tudo o que foi conversado nas reuniões em que Burns participou foi divulgado, mas o que ficou mais exposto na mídia, foi um pretendido acordo entre EUA e Brasil na área de biocombustíveis.LIDERANÇA
O melhor recado, porém, ficou na questão que possa definir qual país deve conquistar a grande e forte liderança da América Latina. Hoje, sem dúvidas, esta liderança está indo muito mais para as mãos da Venezuela, pelo alto tom de voz do incrível, mas muito admirado pelos brasileiros idiotizados, ditador Hugo Chávez.TEMA DA HORA
Como o tema da hora é a energia, e os biocombustíveis estão na moda, a melhor forma encontrada pelo governo Bush para propor uma menor dependência do petróleo (principalmente o venezuelano) é começar a mudar a matriz energética. E o Brasil, pelo avanço e o potencial que vem apresentando na área, pode vir a ser um parceiro melhor aceito pelos EUA.TÁBUA DE SALVAÇÃO
Os insultos constantes que Chávez adora despejar sobre os norte-americanos pode ser a forma restante de propor uma aproximação mais saudável e produtiva dos EUA com o Brasil. Depende, agora, exclusivamente de nós. Já que jogamos a ALCA por água abaixo, esta nova porta se abre com os biocombustíveis. E pode ser uma boa tábua de salvação para despertar o Brasil criando uma vontade clara para ocupar a liderança latina. Tanto pelo PIB quanto pelas atitudes.SABIDO E FESTEJADO
O governo Lula só conseguiu melhorar a imagem do Brasil graças aos bons fundamentos econômicos mantidos. O papel e o trabalho desenvolvido pelo BC, por Henrique Meirelles, tem sido importantíssimo para a melhora constante da nossa imagem internacional. Isto já é sabido e festejado há algum tempo.PRESSÃO PARA PIORAR
Nas outras áreas, como também é sabido, muito pouco ou quase nada tem sido feito para propor um crescimento adequado a nossa economia. Falta coragem, convicção e vencer princípios ideológicos que há muito nos condenam ao fracasso. Pois, de ontem para hoje, o que mais está se agravando é a pressão de alguns grupos fortes do governo para acabar com o que está certo. Querem que tudo fique pior e sem solução. É dose.INDIGNAÇÃO SELETIVA
A avalanche de absurdos que estamos recebendo diariamente, cometidos muito mais pelos políticos em geral, tem sido tão expressiva que, embora a indignação do povo já seja grande para muita coisa, só algumas conseguem obter mais notoriedade. É a indignação seletiva por impacto exagerado, digamos.APLAUDIDO?
Ontem tivemos mais dois exemplos de palhaçadas publicadas: 1- Quando Lula discursou ontem, no RJ, falando sobre a desmistificação do déficit da Previdência Social, foi aplaudido pelos inúmeros puxa-sacos ouvintes. Aplaudiram o quê, afinal? O déficit ou o assistencialismo? Sai dessa;COISA ALGUMA
2- O pobre ministro Luiz Marinho, do Trabalho, afirmou que o BC bobeou ao reduzir a taxa de juros em 0,25 pp. Com tanto conhecimento que Marinho imagina que possui sobre as questões brasileiras deveria dizer que ele é quem mais bobeia em nada fazer para reformar as leis trabalhistas, coisa que diz respeito à sua Pasta. Fala de outras áreas sem conhecimento. E mostra nenhum conhecimento no que deveria entender. Fora, Marinho!BANRISUL RENTÁVEL
O Banrisul, atualmente, sem sombra de dúvidas, é um banco bem administrado, bastante competitivo e extremamente rentável. Um dos mais lucrativos do país, a considerar a rentabilidade de 27,9% sobre o patrimônio líquido final. Um retorno e tanto, como se vê e que vem se mantendo há vários anos. Na apresentação do Balanço de 2006, nesta manhã, foi possível entender as razões usadas pela governadora Yeda ao preferir manter a mesma diretoria à frente da instituição.GOVERNANÇA
Esta decisão pode estar dando início ao processo de Governança ao Banrisul. E o possível encaminhamento ao Nível II da Bovespa. Um grupo até já foi formado para discutir o aumento de capital, com emissão de ações preferenciais. E tudo leva a crer que poderá haver a venda de parte das ações ordinárias que ainda estão em poder do Estado. Como o governo possui mais de 95% das ações ordinárias, quando bastaria 50% mais uma para manter o controle acionário da empresa, seria inteligente adotar o procedimento.NUMA TACADA
A se confirmar esta minha expectativa, com uma só tacada o resultado pode ter duplo efeito. E muito positivo. A saber: o Banrisul fica mais capitalizado com a emissão de novas ações preferenciais, e o Governo do Estado recebe um bom dinheiro pela venda do excesso das ações ordinárias. Só isto já ajudaria bastante na melhora do caixa do Tesouro, bastante debilitado. Tudo sem precisar falar em privatização, coisa que quase ninguém aceita falar no RS.DISTRIBUIÇÃO EXAGERADA
Como o Banrisul distribuiu 55% dos lucros no período (muito exagerado), por pura exigência do seu sócio controlador (Governo), que está muito mal de caixa, não consegue reinvestir os seus ótimos resultados obtidos. Com isto, a instituição pode perder espaço para outros bancos mais capitalizados. Sem a pressão do Estado, o Banrisul pode crescer bem mais. Com boa governança.ENCURTANDO O PRAZO
A cada dia que passa vai encurtando o prazo para que o Brasil conquiste o tão sonhado Investment Grade. O melhor trato que o governo vem mostrando com o nível de endividamento interno, na sua relação com o PIB, é o que está promovendo cada vez mais a confiança aos investidores internacionais.O MENOR DA HISTÓRIA
A tal confiança não é coisa de ordem sentimental. É fruto de análise constante de investidores internacionais e a revelação é dada em forma numérica pela classificação de risco dos chamados países emergentes. E a posição brasileira nesta pontuação de risco dos países emergentes (EMBI+) vem melhorando há algum tempo, de forma constante. Hoje, por exemplo, atingimos 178 pontos-base. O menor da nossa história.FESTEJADO
Por um lado é preciso sempre festejar a importante conquista. Esta melhora promove uma redução do custo dos empréstimos internacionais, pela relação existente com a pontuação. E que, por conseguinte, estimula mais investimentos no Brasil. Mas é bom que todos entendam que isto representa mais entrada de dólares no mercado. Que precisa também ser festejado.FLUTUANDO PARA BAIXO
Como os exportadores lamentam, todos os dias, a política cambial flutuante, onde o BC tem sido praticamente o único comprador de dólares, por falta de importadores suficientes para dar equilíbrio a moeda brasileira, uma coisa é certa: assim o dólar, na relação com o real, vai continuar flutuando para baixo.APRENDIZADO COMPLICADO
Como o Brasil jamais havia melhorado no conceito internacional, o povo tem dificuldades para entender esta situação. Os brasileiros aprenderam que a cotação do dólar só podia aumentar aqui. Nunca diminuir. Aí está: a boa melhora da nossa situação representa mais investimentos. E com eles, mais dólares. E com os dólares entrantes, mais reservas internacionais.SEGURANÇA GAÚCHA
Os números apresentados ontem, pela governadora Yeda Crusius, com relação à Segurança Pública do RS, são animadores. Embora muito ainda precise melhorar, a sensação já é outra. A sociedade percebeu que a polícia deve estar a serviço do povo e não dos bandidos. Parabéns ao secretário Enio Bacci pelo vigor apresentado neste início de governo. Que continue assim.SUPER-SALÁRIOS
Os deputados não gostaram, mas o ministro Marco Aurélio Mello está coberto de razão quando diz que há uma diferença brutal entre os ganhos dos juízes e dos parlamentares, a favor destes. Melhor seria se todos ganhassem bem menos. Tanto o Judiciário quanto o Legislativo. Mas a comparação é impossível. Estamos falando de quase R$ 100 mil/mês recebidos pelos parlamentares e R$ 25 mil/mês pelos juízes. É dose.BOLSA IDOSO
O programa - Bolsa Família - já é bem conhecido por todos os brasileiros. Muitos sabem, inclusive, o quanto custa para nós, contribuintes, este tipo de assistencialismo. A partir de agora vão tomar conhecimento do quanto representa o programa - Bolsa Idoso -.DIREITOS
O tamanho deste programa vai ficar bem mais transparente para a sociedade com a separação das contas da Previdência. É provável, portanto, que Bolsa Idoso venha a ser o nome para explicar direitos previstos na Constituição de 1988, que assegura aos cidadãos que não possuem renda, ao completar 65 anos de vida passam, automaticamente, a ter direito a um salário mínimo pago pelo governo.SEPARAÇÃO
Com a separação de todos os penduricalhos que agravam brutalmente as contas da Previdência Social, do INSS, a transparência dos gastos ao menos será maior. Assim, todos saberão o quanto o Tesouro da União precisa de impostos, e não de contribuições individuais, para satisfazer a tanto assistencialismo.MUDANÇA DE TOM
Se a nossa carga tributária é enorme, e os brasileiros reclamam dia e noite de tanto imposto, é possível que com a nova forma mais transparente de ver as coisas mudem o tom das vozes. Afinal, para poder enfrentar a estupidez assistencial, que foi colocada na Constituição de 1988, só mesmo com muito imposto.ENDIVIDAMENTO
Vai ficar muito mais claro que a brutal necessidade de caixa do Tesouro foi o que obrigou os governantes a exigirem mais impostos. Coisa que aconteceu mesmo a partir do governo Fernando Henrique, pois até então as coisas se resolviam exclusivamente pela via do endividamento público.SÓ DE CONTRIBUIÇÕES
É óbvio que as despesas não vão ser reduzidas. Ao contrário. Vão aumentar e muito. Porém, por serem programas aprovados pela Constituição não espero que possam ser mudados. A única coisa que ainda pode acontecer é salvar a Previdência Social. Tanto a pública quanto a privada. Aposentados só deverão viver às custas de suas próprias contribuições. E não mais tirando dos impostos pagos pelos cidadãos.SENTIMENTO ANTIGO
Um sentimento bastante antigo, mas que está voltando a tomar conta da nova América Bolivariana, com o aumento da liderança de Hugo Chávez e seguida, naturalmente, pelos demais governantes social-comunistas latinos, é a nacionalização de empresas. Na realidade não se trata só de nacionalizar, mas de estatizar empresas pela via da expropriação, com indenização irrisória aos investidores, quando isto ainda acontece.NACIONALIZAÇÃO
Nas felizes economias livres as empresas se estabelecem sem qualquer problema de origem de capital. O importante é que façam produtos, paguem os impostos e desenvolvam atividades que movimentem o mercado. Nacionalizar empresas significa espantar investidores privados, o que impede o avanço tecnológico e a existência de mais concorrência. Por isto, só o fato de nacionalizar já é uma má decisão. Muito infeliz.ESTATIZAÇÃO
Já a estatização de empresas, também muito nociva, não consegue ser pior. É igualmente má e triste para a economia de qualquer país. Junto com a nacionalização impede novos investimentos. O caminho aí é sempre o mesmo: do atraso e do subdesenvolvimento. Pois é exatamente isto que está voltando à moda na nossa América pobre por opção. Por enquanto, em alguns países. Mas deverá se espalhar. E o Brasil pode estar com o mesmo propósito. Tem gente que gostaria de ver, como se observa, a volta da Vale do Rio Doce e outras empresas para as mãos do Estado.NÃO PODE. PRONTO!
Em países que adoram a existência de empresas estatais, monopolistas, caso apareça alguém que queira fazer algum produto ou prestar serviço com mais eficiência, com melhor preço e mais ao gosto dos consumidores, simplesmente não pode. Pronto. O Estado não deixa. Não permite que alguém faça. Só ele tem este direito, apesar de sempre fazer mal e ruim. E tem gente que gosta.A PROPÓSITO
Um leitor que atua no setor de turismo, bastante atento, pergunta: por que será que o Governo Federal nunca fala em privatizar (ou fechar) a BBTur? Não há notícia de que exista agência de viagens controlada por banco estatal federal em lugar nenhum do mundo. Nem em Cuba tem uma anomalia dessas. Será que a União não tem coisa melhor pra fazer do que emitir bilhetes aéreos, vender cruzeiros marítimos e pacotes de viagem? Agência de viagens é atividade típica da iniciativa privada. Até na China.PARA BAIXO DO TAPETE
A notícia dada pelo governo Lula, ontem, sobre a utilização de uma nova fórmula para reduzir o déficit da previdência, com a utilização da CPMF, foi fantasticamente ridícula. Idiota, melhor dizendo. Como se a simples utilização de um recurso já existente fizesse com que a despesa ficasse menor. Ou que a Previdência não mais precise ser reformada. Quem aceita esta alquimia é tão medíocre quanto a proposta do governo.