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29 ago 2005

A HORA DO CORPORATIVISMO


CASO CELSO DANIEL

Esta foi a primeira semana, nestes últimos meses, em que não há novidades denunciadas. O caso Celso Daniel é que ganhou manchetes, diante do depoimento importante do médico perito. Tomara que o assunto evolua, até para haver esclarecimento das razões para o brutal assassinato. De quem, supostamente, sabia demais e não estaria concordando com a safadeza. As revelações do médico e a vontade da imprensa, quem sabe, poderão ajudar nesta elucidação muito atrasada.

PRÊMIO NOTÁVEL

As atenções da crise voltam-se agora para o velho espírito de corpo da Câmara e do Senado. Embora 18 parlamentares estejam na lista daqueles que podem ter seus mandatos cassados, eles não serão mais do que 4 ou 5. Não adianta ficar reclamando em casa ou no escritório querendo mais. O sistema é muito forte e as ameaças idem. Ora, se os próprios partidos sequer expulsam os safados, quem dirá o Congresso. Falta o aval da legenda. Ou vamos para as ruas, ou vamos ficar pagando a conta eternamente. Já quem sai por cassação ou renúncia tem prêmio assegurado: uma notável aposentadoria. O presidente Severino é muito sensível aos retirantes e possíveis retirados. Loucura.

E A QUESTÃO IDEOLÓGICA?

Vou continuar fazendo força, mas confesso que ainda prefiro os ventos fortíssimos do furacão Katrina, à catastrófica ideologia petista/chavista já internada no país. Numa escala de 1 a 5, o grau de destruição das mentes, promovida pela ideologia petista/chavista, chega a 10. Ou seja, duas vezes superior ao mais alto grau da medição da destruição dos ventos. Com a questão da corrupção descoberta, que nada tem de surpresa mas tem tudo a ver com o espanto causado pelo tamanho das falcatruas, muita gente deixou de lado o mais importante: a ideologia comunista/populista. Dinheiro, gente, até se recupera. E ladrão se bota na cadeia. Já os estragos provocados pelo comunismo deixam marcas difíceis de remoção na cabeça de um povo muito manipulado.

COMPRAR AÇÕES

Não são poucos os analistas de investimentos que vivem aconselhando os investidores que, diante da crise política, é mais prudente deixar de lado os investimentos de risco de mercado e procurar ficar mais na renda fixa. Não penso assim. Renda fixa neste país é, basicamente, título público. E não existe maior risco hoje do que ficar com papéis do governo na carteira. Além da dívida descomunal/PIB, os governos dos estados e municípios já deram o calote. Simplesmente não pagam os precatórios. Creio que o melhor mesmo é comprar ações de empresas privadas e sentar em cima. É menos arriscado. Muito menos.

NOVO ESQUELETO

Para uma melhor clareza do meu argumento, observem que já está bem arquitetado na Câmara dos Deputados um novo esqueleto, de grandes proporções, para ser entregue com pompas ao Tesouro Nacional (leiam-se aí contribuintes): a dívida vencida e não paga pelos agricultores. O curioso é pouca gente está fazendo referência a este monstrengo que está pronto para ser tirado do armário na forma de prorrogação das dívidas do setor agropecuário. É um legítimo escândalo de mais de R$ 12 bilhões que os deputados deverão aprovar. O novo prazo conferido para o pagamento das dívidas é maior do que o tempo de vida de muita gente do campo: vai até 2025. Isto mesmo, 2025. Nenhum governador, nem o diabo fizeram qualquer referência ao embuste. A dívida/PIB não pára de aumentar, gente.

OS NOJENTOS

Na semana passada os brasileiros foram presenteados por uma decisão do STF, ao eliminar mais de 8 mil vagas de vereadores e suplentes. O melhor presente, além do fato que, por si só abre caminho para uma possível economia de recursos dos contribuintes, foi nos livrar de tanta gente mal educada. O comportamento dos vândalos, em Brasília, foi mais do que lamentável. Foi nojento.

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26 ago 2005

UM FAROESTE E TANTO


OS BAJULADORES

Para aqueles que pretendem conhecer Porto Alegre, cantada em prosa e verso, equivocadamente, como a capital de melhor qualidade de vida do país, precisa saber como agem muitos de seus vereadores. Quando tomarem conhecimento do acontecido nesta semana, na Tribuna Popular, estou certo de que muita gente vai desistir. Até os moradores vão querer sair correndo de Porto Alegre. No mínimo compreenderão como a capital ficou totalmente entregue às baratas, aos carroceiros, aos informais, ao diabo. É um faroeste e tanto. Por defenderem o indefensável, tais vereadores viraram bajuladores dos ilegais e não atacam os problemas da cidade como deveriam, ou seja, votando por menos impostos municipais e se manifestando pela queda dos impostos estaduais e federais. Só isto já permitiria a diminuição drástica da informalidade.

AS RUAS TÊM DONO

Depois de lerem a transcrição que está em anexo vão perceber que ninguém estará mais obrigado a pagar impostos por aqui. Se os informais, já apelidados de camelôs, não precisam pagar impostos e, inclusive, ganham a concordância do Legislativo Municipal, qual a razão para os que formais paguem? A jurisprudência está formada, gente. Além disso, os próprios edis entenderam que as ruas têm dono. Pertencem definitivamente aos informais. Loucura total. Não deixem de ler. É uma pérola. Uma apologia ao crime. Em anexo.

EXPOINTER: O MOTE

Como em todas as feiras, congressos e convenções, para chamar a atenção do público é sempre importante ter um mote, uma referência. Isto ajuda os promotores, que justificam certos resultados antes, durante e depois do evento. Na Expointer 2005, que está iniciando hoje, o mote já existe: botar toda a culpa dos maus resultados do agribusiness gaúcho, na estiagem. Uma forma já bem conhecida de não pagar os empréstimos obtidos. Não deixam de ter razão os agricultores, em identificar no clima uma parcela do fracasso desta safra, mas não é a única nem tampouco a mais significativa. Estou convencido de que 90% dos insucessos colhidos pelos gaúchos, de todos os setores (primário, secundário e terciário) da economia do RS, estão identificados na gestão do PT, com Olívio Dutra.

ESTIAGEM GOVERNAMENTAL

Gente, o desastre foi muito grande. A estiagem governamental é muito superior à estiagem climática. E uma possível recuperação só pode acontecer nos próximos 20 a 30 anos. E no atual governo, com Rigotto, as coisas não melhoraram muito. Pouco agressivo na busca de soluções, vem usando a maior parte do tempo mais consertando pneu do que tentar ganhando a estrada. Além disso, mostrou inexplicável paixão por aumento de impostos e recusa para promover privatizações.O que é uma pena.

O FESTEIRO

Aliás, Rigotto gosta mesmo é de participar de inaugurações, festas e homenagens. O homem não perde uma. E fala em todas. Desde festas de batizado ou crisma, até inaugurações de placas de estacionamentos. Qualquer coisa serve para que Rigotto confirme participação, apareça e discurse. Nesta semana, o governador inaugurou o término da colocação de uma tela e um portão, doados pelo Grupo Gerdau no Parque de Exposições de Esteio. Rigotto, por não medir adequadamente a importância dos eventos para o os quais é convidado, mostra uma agenda de trabalho muito vazia. Isto bem explica a dificuldade que os comunicadores tem para obter alguma entrevista com Rigotto. O governador de São Paulo, que está bem mais longe do RS, é mais solícito e mais disponível do que o governador do RS. Alckmin sabe o que é mais importante.

EM RITMO DE DESPEDIDA

Lula só é notícia por ser presidente. E ganha as manchetes porque, geralmente, diz muitas bobagens. Nada a comentar sobre sua preferência, ao fazer comparações com presidentes anteriores. Escolheu Juscelino. Disse que é pela paciência, coisa que não é mesmo o seu forte. Lula sempre quis tudo muito mais na marra, como mostra pelo ódio que destila quando discursa. Embora até tenha diminuído o tom nas suas últimas aparições, está se apresentando agora como se estivesse se despedindo. Tomara.

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25 ago 2005

AS VANTAGENS DA PRIVATIZAÇÃO


PÍFIO? ONDE?

É impressionante como o assunto ?

privatizações

voltou às manchetes. E pela forma mais infeliz possível, contando até com a concordância de alguns comunicadores. De repente, logo após a divulgação dos balanços de empresas privatizadas, principalmente a Vale do Rio Doce, voltou a ser propalado que o governo vendeu a empresa por um valor pífio. Como, pífio? Não é nada disso. Vejam: 1- A venda das ações ordinárias em poder da União, foi feita através de leilão, onde todos os qualificados tiveram a oportunidade de dar seus lances. Os fundos de pensão até fizeram isto e nunca se arrependeram;

PASSIVO ENORME

2- O passivo da Vale, na ocasião, era simplesmente fantástico, principalmente o trabalhista. E aí havia a parte transparente (calculável) e a oculta (incalculável, maior e altamente perigosa; 3- A Vale se encontrava totalmente fora dos padrões de investimentos necessários para poder competir no mercado de mineração. E o governo não tinha como continua não tendo recursos para tanto; 4- O governo precisa focar suas atenções em áreas onde a sociedade precisa de atendimento, como saúde, e educação, e não em empresas de mineração, coisa que não entende e já mostrou que não tem a mínima competência;

CAPITAL VOTANTE

5- A venda das ações da Vale, feita por leilão, não representavam o capital total da empresa, mas tão somente a parte correspondente às ações ordinárias que estavam em poder da União, ou seja, 17% do capital total, equivalentes a 51% do capital votante, coisa que muita gente ainda desconhece. As ações preferenciais, representando na época a maior parte do capital, sempre estiveram em poder do mercado, leia-se aí os acionistas privados; 6- O lucro que a empresa obteve no semestre, e que vem obtendo nos últimos exercícios, é puro resultado dos investimentos pesados efetuados e da sua gestão correta, coisa muito diferente do que havia quando ela estava nas mãos da União;

BASTA COMPRAR NA BOLSA

7- Para ficar somente com estas justificativas, proponho que, se o governo tem dinheiro sobrando, e adora ser acionista de empresas, basta comprar na Bolsa, ações da Vale e outras mais que já foram privatizadas. Tenho certeza de que os ainda não convencidos vão perceber que, para os menos competentes é muito melhor ser acionista do que gestor. É o caso do Estado, independente de qualquer governante. Gente, isto tudo vale, é óbvio, para empresas de telefonia, energia elétrica, bancos, etc... , inclusive mineradoras;

ORGULHO

8- Finalizando, as privatizações feitas não devem ser lamentadas. Ao contrário, precisam ser enaltecidas e servir de exemplo e estímulo para que outras aconteçam. Devemos ter orgulho das empresas que deixaram de ficar nas mãos do governo e mostraram que podem ser competitivas e lucrativas. Este é o melhor exemplo a ser seguido e não ficar querendo mais estatais que não tem a mínima capacidade de se sustentar.

CAPACITAÇÃO EQUIVOCADA

Os funcionários das estatais em geral, se notabilizaram muito mais pela capacidade de parar as empresas, através das greves, do que de fazê-las andar para frente, para o progresso. A capacitação recebida para uma melhor competitividade empresarial, vem sendo mais direcionada para a dominação das estatais, onde a utilização do espírito de corpo acaba tornando as empresas inchadas, caras e cheias de reclamatórias trabalhistas. Alguém discorda?

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24 ago 2005

A ECONOMIA JÁ ESTÁ CONTAMINADA


NA SALA

Se até agora a crise estava circulando dentro do ambiente político, agora está na sala da economia do país. Como ninguém mais do que os petistas são quem denunciam tudo e todos, sabem o que fazem muito mais do que gente de fora. Por isso, pouco importa se há tantas verdades nelas. O que importa, isto sim, é que as desconfianças, mesmo com as declarações contrárias do ministro Palocci, vão seguir aumentando. O que pode acabar mesmo com uma troca de comando no Ministério da Fazenda. E neste ponto, convenhamos, nada pior do que um Palocci sempre ameaçado. Embora o ministro tenha bom prestígio, o certo é que, neste roldão das falcatruas descobertas e a descobrir, colocar as mãos no fogo por alguém do PT é risco puro de ficar totalmente carbonizado.

CUIDADO MAIOR

Tem certos assuntos que precisam ser tratados com muito mais cuidado. Principalmente, para que o leitor não fique mais irritado e aborrecido com quem escreve do que com quem é alvo do comentário. Dependendo da forma, e de quem é o apontado, muitas vezes um espertalhão, um escroque, um safado, enfim, um desonesto, acaba sendo levado à condição de vítima. E quem escreve ou fala sobre o mesmo, muitas vezes aparece na condição de detrator e exagerado. Daí a razão para os aludidos cuidados de ser pouco sarcástico ou irônico, apesar da revolta que o tema possa causar a quem está pagando a conta.

ISTO ELE SABE

Não é porque Lula vive se declarando como alguém honesto, ou mais honesto do que nós todos, que age como tal. Por favor, não se apressem em dizer que estou insultando o presidente, como até pode parecer. Estou, isto sim, muito revoltado com a forma, por ele autorizada (e esta ele não pode alegar que não é do seu desconhecimento), para uso indiscriminado dos cartões corporativos de funcionários do Governo Federal. É um horror, gente.

CARTÕES CORPORATIVOS

A minha capacidade de entendimento e conhecimento, não me permite aceitar que funcionários do Palácio do Planalto viessem a usar e abusar dos cartões, sacando fortunas em dinheiro nas bocas dos caixas. O montante já chegou a mais de R$ 10 milhões. Loucura total. E, as contas destes saques, pasmem, jamais foram apresentadas, o que nos leva a todo o tipo de suspeição. Aliás, o próprio TCU anda muito apavorado com tanta desonestidade e sujeira.

DEPOIMENTO IRRITANTE

O ex-deputado Valdemar Costa Neto já fez de tudo para mostrar a sua falta de seriedade e o seu mau caráter. No seu depoimento, ontem, na CPI, foi irritante e falso. Além disso, confirmou o uso de Caixa 2 na campanha eleitoral o que prova ter praticado um crime. Como não há uma forma de estabelecer limites, entre campanha eleitoral e demais atividades pessoais, é lógica a dedução de que ao usar dinheiro ilegal para se eleger deve ter usado, também, o mesmo dinheiro sujo para outros fins, inclusive pessoais.

COMO NO TRÂNSITO

E, ao afirmar que todos os partidos sempre usaram dinheiro do Caixa 2 para suas campanhas, mal sabe ele que só paga pelo pecado cometido aquele que é flagrado. Ele foi. E vai pagar da mesma forma como acontece no trânsito, onde, dependendo da infração, acontece a prisão e a perda da habilitação. Portanto, ao dizer a asneira, só provou que foi exatamente por isso que muitos eleitores, até aqueles que não tinham qualquer identificação ideológica com o PT, votaram no partido. Pensavam que no PT não havia corrupção. Acreditavam que no PT não havia este vício. Traídos, transformaram-se, a partir das denúncias, nos maiores frustrados.

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23 ago 2005

A RECLAMAÇÃO CORRETA


OPINIÃO FUNDAMENTADA

Ao longo dos últimos anos tenho ficado praticamente sozinho em defesa da política monetária do governo, traduzida, é verdade, em juros altos. E vou continuar defendendo com afinco esta mão forte até que as verdadeiras causas da nossa longa e crônica vulnerabilidade sejam combatidas e debeladas. A sociedade como um todo, sabidamente, não concorda com a minha opinião. Por isto manifesta-se sempre contra as taxas definidas pelo COPOM, assim como também não aceita a flutuação cambial. Alerto, no entanto, que não basta gostar ou odiar. Se houver afrouxamento na política monetária e fiscal antes das reformas necessárias, vamos ter problemas muito sérios. Coisa que ninguém admite que se fale ou comente. Observem o meu raciocínio:

RACIOCÍNIO

1- Há quem diga, com razão, que o tamanho da dívida vai continuar crescendo bem acima do superávit fiscal que estamos obtendo. Perfeito. O percentual das taxas de juros sobre uma dívida muito alta promove este descasamento e até anula o esforço obtido. Isto prova que, enquanto nada for feito, e de forma definitiva para diminuir os gastos governamentais (causa maior que impõe taxas de juros elevadas), o tempo estará sempre correndo contra nós. E junto com ele a dívida interna, a qual apontará para um patamar onde algum tipo de calote será inevitável.

PENSANDO POR ESCRITO

2- Não quero ser considerado, por este raciocínio, como um catastrofista, mas alguém que está pensando seriamente, por escrito. Se entenderem que há exagero, esqueçam. Mas se prestarem atenção, creio que chegarão a conclusões parecidas. Para tanto, observem o seguinte: a nossa dívida externa é insignificante perto do todo. Não alcança R$ 200 bi e está bem negociada e distribuída no tempo. Não há risco, neste particular, de não podermos honrar os pagamentos. Já a dívida mobiliária interna, por volta de R$ 915 bi, e que não representa o total, mas só a que está no mercado, tem perfil mais concentrado de vencimentos.

DECISÃO DE CAIXA

3- Sem as reformas necessárias, o percentual desta dívida, sobre o PIB, acabará levando os investidores a um ponto no futuro, sem data marcada, de recusa em financiar o governo. Pronto. O suficiente para que um calote de prazo ou de valor seja aplicado. Certamente será parcial no início. Mas, o fato de deixar de pagar um só título na data do seu vencimento, já contamina o restante. Nunca se pode duvidar disto, pois acontece até com pessoas físicas ou empresas que estão com problemas de liquidez. E o simples fato de não pagar em dia já é um calote de prazo. Mais: não precisa ser uma decisão de governo, mas de caixa.

CONCLUSÃO

Então, vamos à conclusão do raciocínio: (a)- Antes que o governo tome, por ventura, a simples atitude de diminuir as taxas de juros, como todos querem e exigem; (b) antes de agravar mais ainda a dívida; e, (c) antes de desmontar este esforço para segurar a inflação, temos as seguintes saídas, que aí a sociedade mais exigentes deveria perseguir.

SAÍDAS A PERSEGUIR

A primeira é fazer as reformas urgentes atingindo as causas. A segunda é vender o mais rápido possível as estatais e, com os recursos, baixar o tamanho da dívida. A terceira é impedir desde já uma repetição futura do problema, o que admite uma séria DIMINUIÇÃO DE GASTOS DO GOVERNO, urgentemente. Só estas providências baixam fortemente os juros, diminuem a dívida/PIB e afastam definitivamente o calote. Ou vamos por este caminho ou nunca sairemos da cova, até agora chamada de UTI. Escolham.

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22 ago 2005

O MINISTRO NÃO É PETISTA


FALTA ARROGÂNCIA

O ministro Palocci, decididamente, não é petista. Falta-lhe arrogância e mostra não ser mentiroso. Além disso é muito educado, racional e equilibrado nas suas aparições. Qualidades estas mais do que suficientes para não se parecer com vários integrantes do Partido dos Trabalhadores. Quem dera que Lula tivesse a capacidade, a formação, a estrutura emocional e o preparo de Palocci, para enfrentar estes tempos difíceis da nossa vida política. Como cada um só pode dar o que tem, Lula demonstra um silêncio demasiado quando não deve, e expõe excesso de raiva e arrogância quando se manifesta. Ou seja, Lula não é portador das qualidades mínimas exigidas para ocupar o cargo de presidente. Coisa que sobra para Palocci.

TODOS SÃO CULPADOS

No Brasil, apesar de constar na Constituição que todos os cidadãos são inocentes até que se prove o contrário, não é assim que funciona. Aqui todos são culpados até que provem serem inocentes. Já está definido e nada muda esta realidade. Mas as coisas também não ficam por aí. Acontece que o mentido é sempre mais forte do que o desmentido. Quem é envolvido num suposto ato ilícito ganha uma publicidade infinita. Caso fique provado que é inocente nada disso acontece.

APRENDE, LULA!

Não torço pelos petistas. Tenho razões de sobra para tanto. Mas estou convencido de que a manifestação de Palocci, ontem, com relação às denúncias promovidas por Buratti, foi providencial, rápida e repleta de esclarecimentos. Aí está uma maneira correta de enfrentar as coisas que são ditas por denunciantes. Porquê Lula não fez o mesmo? Deveria aprender a reagir sem ofender a quem quer que seja. Com elegância e firmeza e nada de arrogância. Parabéns ao ministro Palocci.

REAÇÕES

O fato de Lula saber ou não saber o que vinha acontecendo já não é tão mais importante. Serviria mais para definir a capacidade de estar no cargo. Mas, afinal, isto já sabemos que Lula nunca teve. O que interessa agora é ver as suas reações. A reação é o teste de liderança. E neste particular Lula tem sido reprovado, com nota zero, enquanto Palocci passa com distinção. É isto que aborrece a turma do Dirceu e Cia.

COMMODITY

Os leitores do PONTOCRITICO.COM já perceberam que não sou de dar notícias, mas de fazer comentários, dar opiniões e sugerir a respeito daquilo que é ou foi notícia. Aliás, notícia hoje, com a velocidade dos meios de comunicação e, principalmente com a chegada da Internet, virou commodity. Isto está claro e evidente, pois todos os veículos informam os acontecimentos ao mesmo tempo. Para estabelecer alguma diferença, cada um usa o que pensa ser melhor para o seu consumidor. Uns são mais detalhistas e outros menos. E aí que se observa o uso das versões que cada jornal dá aos fatos. Os exageros e mentiras acabam, portanto, por determinar a credibilidade que o leitor confere aos veículos.

RÓTULOS

Omitir certas notícias, ou dar versões muito diferentes sobre elas, são fatores que pesam muito na definição da tal credibilidade. O leitor, hoje, diante de tantas formas disponíveis para conhecer o que se passa no mundo, ou à sua volta, percebe com clareza que certas notícias importantes, muitas vezes deixam de ser divulgadas por algum meio de comunicação. Ou que há flagrante distorção nos fatos publicados. Mais esperto, o leitor ou ouvinte, já entende que aquele jornal ou emissora está alinhada ideologicamente com o assunto. Ao esconder ou deturpar certas informações não mais significa que a sociedade jamais saberá delas. Daí os rótulos que a sociedade aplica aos meios que querem fazer a noticia ao invés de publicá-las.

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