INADIMPLÊNCIA
A inadimplência no financiamento de veículos atingiu o maior nível da história em dezembro de 2008. De acordo com números divulgados ontem pelo Banco Central, o porcentual dos empréstimos com atraso superior a 90 dias atingiu 4,3% no último mês de 2008, ante 4,1% de novembro.PARCIMÔNIA
Esse é o maior patamar da série histórica iniciada em junho de 2000 e mostra que o total das parcelas com atraso superior a três meses que bancos têm a receber já soma R$ 3,5 bilhões. Um cifra, portanto, suficiente para explicar o porquê das instituições financeiras estarem mais parcimoniosas nas concessões de crédito, além de praticarem taxas mais elevadas.POR ENQUANTO
A notícia, embora longe de ser alarmante, trágica e nada parecida com o subprime, mostra o que está havendo no mercado de veículos, por enquanto. Mais adiante, com certeza, outros setores também mostrarão números bem ruins quanto à inadimplência. Resumo: o Brasil não vai acabar, mas sem a farra do crédito fácil, vai penar para crescer.ESTOURO ESPERADO
A notícia surpreende? Óbvio que não. Esta bolha já era conhecida e o seu estouro esperado depois do festival de crédito concedido sem muito critério em todo o país. Portanto, trata-se de um problema criado e anunciado.BOLHA
O simples anúncio da taxa de inadimplência de veículos identifica que uma bolha estava em formação, gerada pela farra do farto crédito concedido para quem nunca poderia pagar a conta. Bingo.LÓGICA
Dentro da lógica da relação causa/efeito, quando o número de inadimplentes fica exagerado, a roda do financiamento pára de girar. Menos recurso significa menos crédito para os novos negócios. Ora, interrompida a cadeia tudo volta para trás. É quando dizemos que a bolha furou.ARTIFÍCIOS
Cadeia interrompida quer dizer menos produção. Menos produção quer dizer menos emprego, consumo, impostos, etc. Se o debilitado consumo externo já explica a nossa dificuldade para exportar, a queda do consumo interno, provocado pelo estouro da nossa bolha de crédito, implica em queda proporcional de todas as atividades.Fica evidente, pois, que foi o crédito fácil quem impulsionou as vendas internas. O fim do exagero propõe que o nosso crescimento seja compatível com a renda da sociedade de consumo. Criar artifícios, como se vê, é uma ilusão cara, em forma de bolha. Um dia ela estoura.SENTIMENTO
O sofrimento manifestado pela perda do emprego impede, muitas vezes, que o desempregado possa aceitar a crucial decisão tomada pelo desempregador. Por se tratar de uma questão sistêmica, se as razões não forem bem esclarecidas pela mídia muita gente fica convencida de que o ato de desempregar é pura vilania.LUCROS DO PASSADO
Para estimular ainda mais o ódio aos empresários, chamados de insensíveis, tanto governantes (caso do ministro Carlos Lupi) quanto sindicalistas estão argumentando que os grandes lucros obtidos pelas empresas no passado deveriam ser usados para manter os trabalhadores nos seus empregos.MAIOR PARTE
Mesmo considerando que é pra lá de estúpida a proposição, o curioso é que ainda assim nenhum empresário procurou a mídia para expor o entendimento da lógica. Gente, a hora é de responder, com muita firmeza para que não paire dúvida alguma, que havendo lucro o governo fica com a maior parte dele. A maior, repito.DESINFORMADOS
Será que o ministro Lupi ainda não foi informado de que a nossa carga tributária beira os 40% do PIB? Os sindicalistas, provavelmente, pela má formaçao educacional, não têm idéia do assunto, a considerar que só sabem protestar contra salários e benefícios recebidos pelos seus associados.INVESTIMENTOS
Prosseguindo: além de servir para pagar imposto, parte dos lucros auferidos é usado para novos investimentos. Caso contrário, as empresas vão perdendo mais competitividade ainda (já comprometida pelo excesso de tributos).RETORNO
O restante, ou seja, praticamente um quarto do lucro líquido, é distribuído aos acionistas. Que mesmo diante de um momento vantajosos, como foram os últimos anos, a taxa (dividend yeld) foi menor do que os juros oferecidos pelos títulos do governo.CONCLUSÃO
Os governantes, os sindicalistas e, principalmente, a mídia, que tem grande poder de influenciar pessoas, não fazem a proposição correta, qual seja de diminuir substancialmente os impostos e contribuições. Tal providência já significa aumento do poder de compra dos consumidores, o que manteria mais gente empregada. Esta idéia inicial e imediata não passa pela cabeça oca dos nossos govedrnantes. E de muitos empresários, que ficaram mudos diante da proposta burra de Lupi e sindicalistas. É por isso que o Festival do Desemprego aí está.LENHA NA FOGUEIRA
Se a séria crise financeira e econômica mundial, pelo tamanho e força descomunal, já estava tirando o sono de muita gente, mais difícil ainda será dormir com o barulho que os malucos comunistas farão, de 27/01 a 01/02, no 9º Fórum Social Mundial, em Belém do Pará.JANEIRO HOSTIL
Aliás, o mês de janeiro, infelizmente, não está sendo bom para nós brasileiros. Inclusive para quem acredita que o país ainda pode sofrer menos, comparativamente, com a crise global.ESCOMBRO
Justamente no momento em que é preciso o máximo de concentração para tentar vencer o baixo crescimento previsto, e o forte desemprego que se anuncia, os movimentos comunistas agem, com vigor, para destruir o que já é quase em escombro.INVASÃO URBANA
Como preliminar do Fórum Social (Comunista) Mundial, na semana anterior aconteceu o 13º Encontro do MST, em Sarandi, RS. E o resultado não poderia ser outro senão a promessa de muitas invasões de terra para 2009, além de reforçar laços com entidades citadinas, do mesmo gênero. Ou seja: as cidades vão ser invadidas pelos distintos.CAPITALISMO
Se o mote dos movimentos comunistas sempre foi de combater o capitalismo (coisa que infelizmente o Brasil nunca conseguiu degustar) imaginem o que vai acontecer agora, quando irão dizer, alto e bom som, que é ele o grande culpado pela crise da economia global. Virou, portanto, um prato cheio. Muito cheio.QUERMESSE
Não é preciso dizer que o palco central dos acontecimentos do Fórum Social (Comunista) Mundial será ocupado, mais uma vez, por Lula (Bra), Fernando Lugo (Par), Hugo Chávez (Ven), Evo Morales (Bol) e Rafael Soares (Equ). Todos, naturalmente, ardorosos e fiéis membros do Foro de São Paulo. Vai ser uma quermesse e tanto.FESTA DO CAOS
Essas figuras tem muito a dizer ao mundo, certamente. Tem receituário correto para impedir que crises econômicas aconteçam. Vão, naturalmente, usar Cuba como exemplo de como ficar longe do capitalismo detrator.Representantes de países de primeiro mundo, obviamente, não participam do FSM. Não são convidados. É preciso evitar o risco de que algum discurso possa contrariar os interesses e objetivos dos comunistas. O FSM, enfim, vai ser uma festa. A festa do caos.FECHAMENTO DA PRISÃO
O mundo todo está aguardando, como uma das primeiras providências a ser tomada pelo novo presidente americano, Barack Obama, o fechamento definitivo da prisão militar de Guantánamo, situada na Ilha de Fidel.DESOCUPAR É FÁCIL
Desocupar o centro de detenção da Base Naval em Cuba é tarefa muito simples. O grande problema reside no que fazer com os 250 prisioneiros. Principalmente, porque todos são perigosos e muitos acusados de terrorismo.HOSPITALIDADE
Se o fechamento de Guantánamo representou uma dor de cabeça para Obama, pela promessa que fez na sua campanha, agora esta tarefa está bem mais fácil. Bem informado, como se presume, Obama já deve ter tomado conhecimento do forte espírito de hospitalidade que o Brasil têm por terroristas.SOLUÇÃO PARA GUANTÁNAMO
Basta, portanto, que Obama ligue ainda hoje para o nosso ministro da Justiça e tudo fica bem resolvido: Guantánamo passa a ser um ponto de visitação turística, com bom retorno financeiro para os EUA; e o Brasil fica com os terroristas, sem o menor risco de que venham a ser torturados. Pronto. Obama, além de líder carismático, é um sujeito de sorte. Muita sorte.ALAVANCAGEM DE CRÉDITO
Como muitos bancos americanos mostraram graduação excessiva e irresponsável na concessão de crédito, o que determinou a crise financeira global, vários países estão querendo adotar medidas de maior regulação nos mercados financeiros. Ou seja, limitando a alavancagem do crédito concedido, menor será o risco de quebradeiras futuras.MESMA PROPORÇÃO
A adoção é correta, saudável e necessária, sem dúvida. O fato, entretanto, que precisa ser bem entendido, é que a redução do crédito imposto por uma menor alavancagem, vai diminuir as vendas de todos os bens e serviços na mesma proporção.MENOR CRÉDITO, MENOR VENDA
Portanto, quem está esperando o retorno das atividades nos níveis experimentados durante o período em que houve concessão exagerada de crédito, pode tirar o cavalo da chuva. Menos crédito, como a regulação exigida vai impor, significará vendas de acordo com a nova regra.DUAS ALEGRIAS
O mundo todo não escondeu duas alegrias vividas ontem, as quais foram muito festejadas: a primeira, sem dúvida, foi assisitir a espetacular cerimônia de posse de Barack Obama; e a segunda foi ver, finalmente, George Bush pelas costas.ANTIPATIA
Além da imprensa, muita gente daqui também já vinha mostrando, há algum tempo, uma enorme antipatia pelo ex-presidente americano George Bush. Aliás, não são poucos aqueles que, por detestarem o texano enxergavam defeitos que ele sequer é portador.O ÓDIO EQUIVOCADO
O que me chama a atenção neste ódio gratuito a George Bush, onde o odiado não reside aqui e, portanto, não dá prejuízo algum ao povo brasileiro, é que o mesmo sentimento não é mostrado, por exemplo, ao ministro do Trabalho, Carlos Lupi que faz misérias por aqui.INIMIGO DO EMPREGO
Lupi não é, certamente, o único trapalhão deste governo. Nem o pior. Mas o prejuízo que causa a todos os brasileiros é de amargar. Totalmente equivoxado, insensível às coisas óbvias, incapacidade para entender a lógica e forte propensão à destruição, fazem de Lupi um real inimigo do emprego.ENTREVISTA
Nos últimos dias deu mais uma entrevista complicada dizendo que só pode receber recursos púbicos que mantiver os empregos. E citou o FGTS como recurso público. Ou seja: duas besteiras no mesmo momento. FGTS, Sr. Lupi, é recurso privado. É dos trabalhadores.ADMINSTRAÇÃO RUIM
O governo, infelizmente, só administra o FGTS. E muito mal. Além de pagar um taxa insignificante não permite que os donos dos recursos escolham um outro adminstrador. A concorrência não é possível.COITADO DO BUSH
Reforma trabalhista, que tornasse o custo de produção mais competitivo não é assunto para Lupi. Ele detesta discutir coisas importantes e necessárias. E mesmo assim há quem enxergue o inimigo em Bush. Pode? Muitos outros ministros e políticos poderiam ser citados na mesma linha de Carlos Lupi. Como estamos diante de uma drama de desemprego, por falta de consumo, o comentário vai para o ministro do Trabalho, que prefere se notabilizar como um destruidor de empregos. Coitado do Bush.SEM CONFUSÃO
É muito provável que a confusão manifestada por vários leitores, dias atrás, quando me rotularam de pessimista, já esteja totalmente superada. Até porque os números do desemprego no país demonstram claramente que a crise que sempre se mostrou séria, não é uma obra de ficção ou uma brincadeira.SEM FUTUROLOGIA
Portanto, tudo que escrevi, embora não tenha agradado a alguns, não era um exercício de futurologia, mas de observação séria e consistente. O fato é que enquanto o problema não está na mídia, ele parece não existir e não incomodar. Pois, ontem, o número finalmente mereceu atenção da mídia e a coisa ficou preta.MEDIDAS
Enquanto a crise econômica avança e mostra os estragos que vai produzindo em cada país onde aterrisa, os governantes vão, de acordo com as suas ideologias, tratando de adotar medidas que julgam obter os melhores resultados possíveis.ATINGINDO A TODOS
Mesmo aqueles países que devem sofrer menos estragos, que se encontram melhor preparados para confronto, sabem que o enfrentamento vai produzir grandes baixas e que muitas amputações serão inevitáveis. Ou seja, ninguém sairá imune da encrenca.CIRURGIA
O Brasil, mesmo que muita gente de fora diga que tem boas condições para o enfrentamento da turbulência, não pode ficar tranquilo com a declaração. Condições melhores, comparativamente, não significam que cirurgias e reformas não sejam necessárias. E, para executá-las, o que precisamos é de muito raciocínio, técnica e perícia, e quase nada de crença ou ideologia.INFRA
O governo brasileiro vem anunciando, repetidamente, que a hora é de fazer obras de infra-estrutura para manter as atividades econômicas aquecidas no mercado interno. Ótimo. Esta notícia já deixa muita gente bastante otimista, não é verdade?Pois bem. Passada a euforia da notícia, da informação, vamos entender como tudo funciona no Brasil real: em primeiro lugar, qualquer obra pública inicia com um edital de concorrência para fazer o projeto.POUCO OTIMISMO
Obras de infra-estrutura levam muito tempo para começar. Primeiro, pelo detalhamento que os projetos exigem. E esta fase ainda pode sofrer demora caso o edital e/ou a concorrência venham a ser impugnados por algum descontente que entenda ter sido prejudicado e resolva entrar na Justiça.Depois de aprovado o projeto, um outro edital é publicado para definir quem, finalmente, vai construir a obra. Aí, de novo, pode haver embargos, o que tem sido muito comum por aqui. Além disso, há o problema das desapropriações daqueles que residem próximos ao local da obra, Isto sem falar nos Movimentos dos Atingidos por qualquer coisa, que fazem manifestações de toda ordem impedindo a construção. Dois exemplos atuais: a transposição do São Francisco e a BR 101(que pretende ligar o RS com SC), que nunca terminam. Pergunto: com toda a sinceridade, se a saída está nas obras de infra-estrutura, é possível ser otimista no Brasil? Isto sem falar na ojeriza que muita gente tem por concessão de serviços públicos.