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14 set 2009

NA FLÓRIDA


CURIOSIDADE

Passo esta semana na calorenta Flórida, EUA, movido pela curiosidade e outras coisas mais. Quero observar - in loco - os efeitos e o quanto é visível a crise que abalou as economias do mundo mais desenvolvido.

AR CONDICIONADO

O Estado da Flórida, cuja atração turística é impressionante, se consagrou mundialmente depois da descoberta do ar condicionado. Foi a partir daí que foram construídos os maiores parques de diversão, que atraem gente do mundo todo.

FORÇA DO COMÉRCIO

Além dos parques temáticos que tem o poder de atrair a família toda, o comércio já se destaca como outro fantástico produto turístico. Por toda a região de Orlando, centro do Estado, dezenas de shoppings e outlets fazem a festa de quem procura mercadorias a preços baixos.

COMPRAS

Hoje, a minha convicção é de que as compras são as maiores responsáveis pela viagem de brasileiros à Flórida. Os parques ficaram para segundo plano, embora ainda justifiquem a razão da escolha pela região.

CARGA TRIBUTÁRIA

Considerando este lado extremamente vantajoso do comércio, muita gente prefere comprar na Flórida simplesmente porque a nossa carga tributária é escandalosa. Se os produtos são praticamente os mesmos que existem no Brasil, a diferença está no valor que se paga. Em termos gerais, para o consumidor, as mercadorias custam metade do preço praticado no país de Lula.

NORMAL

Se o mercado imobiliário é aquele que mais está sofrendo, porque o surto de construções foi acima do normal, o lado turístico não mostra vestígios de preocupação. Vôos lotados, hotéis idem. E as locadoras de veículos não demonstram preocupação ou desespero.

INFRA-ESTRUTURA

O fato é que o mundo todo continua prestigiando os EUA. Pelo menos na Flórida, onde todas as nacionalidades estão presentes, com muito sorriso no rosto. Um detalhe: não se ouve qualquer comentário depreciativo quanto à infra-estrutura apresentada. A qualidade é tão visível quanto a inteligência aplicada em toda a sua extensão.

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11 set 2009

MAIS PARA GRAMSCI


SIMÓN BOLÍVAR

Francamente, não entendo porque Hugo Chávez e sua turma escolheram Simón Bolívar como símbolo desta grande esculhambação que estão promovendo por toda a América Latina. É pra lá de lamentável o que estão fazendo com o herói venezuelano, que está sendo vítima de uma grande manipulação.

CADERNOS DO CÁRCERE

Para tudo que pregam sobre a tal Revolução Bolivariana, o correto seria usar a figura de Antonio Gramsci. Afinal, tudo aquilo que Gramsci escreveu na sua maquiavélica obra ? Os Cadernos do Cárcere ? vem sendo seguido à risca pela maioria dos governos da América Latina.

CENSURA

À folhas tantas de sua obra, Gramsci diz, claramente, que a imprensa não pode ser livre. E, que na medida do possível, é preciso que se torne um importante instrumento de Estado.

CONCESSÕES AMEAÇADAS

Nas últimas reuniões do Foro de São Paulo este assunto foi bastante discutido e todos admitiram que chegara a hora de por em prática a idéia de cassar as concessões de quem se opõe às decisões de governo.

GLOBOVISION

Como a ditadura já apresentava um estágio mais adiantado na Venezuela, Chávez deu a partida no programa. Além de já ter fechado várias rádios e canais de televisão, agora chegou a vez da Globovision, que já respira por aparelhos.

SEGUIDORES

Bolívia e Equador, como é sabido, também deram início ao mesmo plano. Enquanto isso, outros governos ideologicamente identificados já se preparam para asfixiar o trabalho da imprensa. Ontem, por exemplo, foi a vez da Argentina, quando Cristina Kirchner propôs uma polêmica lei de radiodifusão.

ARGENTINA

O deputado argentino, Francisco de Narváez, bastante contrariado, afirmou: - Como os Kirchner não podem melhorar a realidade, vão tentar ocultá-la nos meios de comunicação. Com essa lei, vão influenciar a opinião pública, desenhando uma realidade que não existe.

LABORATÓRIO

Um ensaio de censura já foi promovido por José Sarney e família, contra o Estadão, recentemente. Junte-se o episódio à mordaça que os políticos estão querendo para a internet e o prato estará pronto para ser servido por aqui. Afinal, o partido que está à frente do governo brasileiro nunca escondeu ser amante da obra de Antonio Gramsci. Como laboratório de experiências, para quem não sabe, o escolhido foi o Rio Grande do Sul, onde os xiitas prosperam com todas as forças.

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10 set 2009

SOLUÇÃO ESTÚPIDA


NACIONALISMO

Agindo de maneira lamentável, porém típica de um país que não quer fazer as reformas necessárias para dar um jeito na nossa competitividade, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) achou melhor aplicar medida antidumping, por seis meses, a calçados importados da China.

PUNIÇÃO AOS CONSUMIDORES

Esta péssima decisão tomada pelo governo, cujo resultado nada mais é do que uma drástica punição aos nossos consumidores, foi a forma encontrada para diminuir a vantagem competitiva apresentada pela China. Ou seja, ao invés de tornar o Brasil competitivo, a preferência é por mais imposto.

TAXA FIXA

Segundo o que consta no Diário Oficial da União de ontem, será cobrada uma taxa fixa de U$ 12,47 (R$ 22,00) sobre o valor de cada calçado importado da China. A medida é válida para todos os tipos de calçados, com exceção de sandálias praianas, destinados à prática de esqui e surf, alpercatas, os concebidos para práticas esportivas específicas (patinação, luta, boxe e ciclismo), pantufas, descartáveis, destinados à proteção contra descarga elétrica para uso em fábricas e os 100% feitos a partir de material têxtil.

DISFARCE

Para tentar disfarçar a péssima decisão que denota a nossa falta de competitividade por excesso de impostos, o Ministério do Desenvolvimento disse que a medida se faz necessária diante de uma investigação feita pelo Departamento Comercial, da Secretaria de Comércio Exterior, que informa estar havendo prática de dumping por parte dos chineses. Dá para acreditar?

BOLA DA VEZ

É por essas e outras que continuo cheio de razão quando afirmo que o Brasil já deixará de ser considerado a -BOLA DA VEZ - tão logo a crise mundial seja debelada. Se hoje estamos em boa posição, tudo se deve à difícil situação dos nossos concorrentes. O Brasil não melhorou, gente. Os outros é que pioraram.

MAIS DESPESA

Para confirmar as minhas afirmações sobre a falta de competitividade basta observar a decisão tomada, ontem, na Câmara dos Deputados: foi aprovada, em primeiro turno, a PEC que cria mais de 8.000 novas vagas de vereadores. Com um sério agravante: a emenda obteve 370 votos a favor, 32 contrários e duas abstenções. Que tal? Creio que no segundo turno haverá unanimidade pela estrondosa despesa.

TEM MAIS

Como só a despesa com mais vereadores é pouco, a Câmara resolveu ir mais fundo: aprovou o aumento salarial para os ministros do STF, dos atuais R$ 24.500 para R$ 26.723. Tem mais ainda: os deputados aprovaram também projeto semelhante fixando o salário do procurador-geral da República no mesmo valor. O reajuste é aplicado em cadeia para todos os procuradores e integrantes do Judiciário e vai aumentar os gastos da União em R$ 189 milhões com os magistrados e R$ 94 milhões com o Ministério Público. Com todo esse absurdo, nada mais lógico do que precisar punir os produtos chineses. Basta dizer que há prática de dumpping. Agora fica bem claro o preço que os nossos consumidores precisam pagar para justificar tanta despesa e tantos impostos. Viva a nossa falta de competitividade. Viva!

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09 set 2009

DOENÇA FISCAL


PESO DO FISCO

Não é preciso recorrer ao relatório Doing Business, divulgado anualmente pelo Banco Mundial, para saber que o empresário brasileiro é o que mais trabalha para pagar seus impostos. Entretanto, mesmo sabendo do tamanho da tortura é recomendável a leitura do relatório para poder comparar com o que acontece no mundo.

DOING BUSINESS 2010

Sempre que comento a nossa baixa competitividade e o excesso de burocracia, não falta quem me veja como um crítico exagerado, que não pensa positivamente. Pois, para mostrar, mais uma vez, que não há qualquer exagero nas minhas observações, o Doing Business ? 2010, informa que o empresário brasileiro trabalha 2.600 horas a cada ano para pagar seus impostos. Ou seja, o maior patamar verificado em um conjunto de 183 países analisados.

COMPARAÇÃO

Os países que estão mais próximos do Brasil são: Camarões (1.400 horas), Bolívia (1.080 horas) e Vietnã (1.050 horas). Enquanto isso, nos Emirados Árabes é preciso trabalhar apenas 12 horas para acertar contas com o fisco. E na Suíça, 63 horas. Só para se ter uma idéia do quanto estamos mal, a media da América Latina é de 563 horas. Que tal?

LULA SUBDESENVOLVIMENTISTA

Ora, diante desta realidade incontestável, que infelizmente não consegue ser reconhecida pela maioria dos brasileiros por falta de escolaridade, o nosso presidente Lula ainda quer voltar para o passado. Depois da descoberta do Pré-Sal já definiu que o seu modelo preferido é o nacional-subdesenvolvimentista.

BUROCRACIA

Além do peso dos impostos, eis o que diz o Doing Business: no Brasil, a burocracia requer 16 procedimentos. Logicamente, entre os mais elevados no mundo. Aqui, a abertura de um negócio leva cerca de 120 dias, enquanto que a média da América Latina é de 45,5 dias.

POSITIVO

Um dos pontos que o relatório aponta como positivo para o Brasil é com relação ao comércio exterior, cujos resultados são melhores do que a média latino-americana: 12 dias contra 19,9. O custo, no entanto, é mais elevado: US$ 1.540 por contêiner, contra US$ 1.309,80 na região.

DÁ-LHE, URIBE

Como não poderia faltar o item que trata das REFORMAS, o Banco Mundial destaca que, mesmo em um ambiente de crise, 70% das 183 economias analisadas no relatório fizeram algum tipo de reforma no período de junho de 2008 a maio de 2009.A Colômbia, que é MUITO detestada pela turma do Foro de São Paulo, ou Unasul, se preferirem, é o único país da América Latina na lista dos dez maiores reformadores. Dá-lhe, Uribe!

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08 set 2009

CHÁVEZ, O FILME


MAIS AUTÊNTICO

O neo-ditador Hugo Chávez já é uma figura por demais conhecida em todos os cantos do mundo. Não há quem não saiba da sua existência, nem dos malucos propósitos que têm para fazer da América Latina um reduto comunista. Bem mais autêntico, inclusive, do que Fidel fez com a pobre Ilha de Cuba.

OLIVER STONE

Vaidoso ao extremo, mas muito mais preocupado em comunicar suas realizações, o ditador Chávez foi sutil: encomendou um filme, para ser exibido nos cinemas do mundo todo, onde aparece como dono da Venezuela. Para tanto, o esperto usou o capitalismo: pagou pela obra ao diretor Oliver Stone.

APLAUSOS

O palco escolhido, para dar mais notoriedade ao -South of the Border-, foi o Festival de Veneza. Com todos os cuidados, naturalmente. Entre tantas preocupações, uma delas foi com a claque, que correspondeu à altura: os aplausos foram frenéticos. Afinal, quanto mais frenéticos os aplausos, maior será a curiosidade dos expectadores quando o filme chegar aos cinemas.

FORO DE SÃO PAULO

Os demais presidentes latinos, que comungam do mesmo espírito e da mesma a ideologia comunista, já foram devidamente instigados a copiar Hugo Chávez. Mas, só quem é membro do Foro de São Paulo, que recentemente tem se confundido com a Unasul.

SIMÓN BOLÍVAR

Se não é assim que caminha a humanidade mais esclarecida, pelo menos é assim que caminha a pobre América Latina enganada pela ignorância. O pior é que muita gente, por desconhecer a história, está cada dia mais convencida de que Simón Bolívar foi o que Chávez atribui a ele.

PRÉ-SAL

Por aqui, completamente apaixonado pelo Pré-Sal, o presidente Lula justifica todos os seus atos para enfatizar a necessidade de criar a PteroSal. Ontem, por exemplo, para fechar o negócio dos aviões, com a França, fez uma referência incrível: - Nós precisamos proteger as nossas reservas de petróleo. Maravilha, não?

O BRASIL QUE QUEREMOS

O que me assusta nisso tudo é o que representa o Brasil que queremos. Se depender de gente sem escolaridade e sem esclarecimento, ou seja, a maioria do povo, o caminho é bem conhecido. Alguns gritam: Fora Sarney! Como se fosse o único problema. Enquanto isso, a farra continua e os impostos não têm como ser reduzidos.

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04 set 2009

PARA PENSAR NO FERIADÃO


CARGA INSUFICIENTE

Ao que tudo indica a atual carga tributária que apropria cerca de 40% da renda dos brasileiros, não é suficiente para o Governo Federal, que insiste e continuará pressionando no sentido de reeditar a CPMF, travestida agora de Contribuição Social à Saúde (CSS).

PRÓXIMA SEMANA

A CSS pode entrar em votação já na próxima semana na Câmara dos Deputados. E o governo está adotando como estratégia a mobilização de prefeitos e governadores (ambos, como sempre, constantemente de pires na mão), para obter sucesso. Atenção: a contribuição já está aprovada na Câmara restando apenas votação de um destaque, manobra que a oposição buscou para postergar a entrada em vigor do tributo.

MOTIVOS

O argumento governamental, segundo o ministro Temporão, da Saúde, é que a área precisa de um financiamento adicional de aproximadamente 12 bilhões de reais por ano. Entre os motivos citados pelo ministro está a necessidade de reforço da estrutura voltada ao combate do vírus H1N1 e o aumento dos gastos públicos devido ao envelhecimento da população.

ALEGAÇÃO ESTÚPIDA

A alegação da gripe suína como justificativa para criar a CSS não faz sentido. Pior: abre a perspectiva do novo tributo ter a alíquota aumentada como aconteceu com a CPMF, que nasceu com taxa de 0,08% e terminou em 0,38%, quando foi extinta.

EFEITOS DANOSOS

A CSS, tal qual a CPMF, tem dois efeitos para o Governo: 1- permite ampliar a fiscalização via monitoramento do fluxo de dinheiro das pessoas, sobretudo das que têm recursos aplicados no mercado financeiro ou mantém contas bancárias; 2- aumento da arrecadação, por incidir em efeito cascata sobre todos os produtos e serviços, afetando o consumidor de baixa renda. Exemplo: grande parte dos produtos do setor varejista já embute elevada carga tributária e a CSS irá onerar ainda mais o orçamento, já apertado, da maioria dos brasileiros, em especial, os integrantes dos segmentos de renda média e baixa.

COMPARAÇÃO DA RECEITA

Em 2007, ainda com a cobrança da CPMF, a Receita Federal arrecadou, em contas correntes, R$ 602 bilhões. Em 2008, mesmo com o fim do tributo, a arrecadação foi de R$ 686 bilhões. Acima, portanto, do valor do período anterior e cobrindo o que deixou de ser arrecadado com o fim da CPMF. Até julho deste ano de 2009, cerca de R$ 381 bilhões já entraram nos cofres da Receita Federal.

GRUPO PENSAR ECONÔMICO

O Governo Federal poderia ser mais desenvolvimentista, mais sério e menos fiscalista. Bastaria propor um tributo inteligente, em vez de elevar a carga tributária e confiscar a capacidade de poupança da sociedade.Nesse sentido, embora pouca gente saiba, tramita na Câmara dos Deputados a PEC 242/08, do Partido da República (PR), a qual propõe a criação de um tributo de 0,5% sobre débitos e créditos bancários. Este percentual serve para uma total eliminação da contribuição ao INSS sobre a folha de pagamento das empresas, assim como uma significativa elevação dos limites de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física incidente sobre os rendimentos do trabalho.A extinção da CPMF, em 2007, representou a vitória da sociedade contra um dos tributos mais injustos do país. Talvez, uma tributação INTELIGENTE,livre da sanha fiscalista e tendo como destino a sociedade, ainda possa ser aceita. Porém, com uma condição: desde que instituída como substituta de outros tributos. Muito preocupado, o Grupo Pensar Econômico está sugerindo, para este feridão, uma leitura bem cuidadosa sobre o assunto. Precisamos agir. Antes que seja tarde.

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