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13 out 2009

A GRANDE COOPTAÇÃO


SAFRA DE INTERESSES

Antes de abordar os assuntos sobre a importante Anuga 2009, sigla que significa Feira de Alimentos Genéricos e Especiarias, não posso deixar de opinar sobre a banalização, o alto grau de interesse e a tentativa de cooptação que estão pautando as escolhas de pessoas, obras e entidades para receberem os mais diversos prêmios que vão ser entregues até o final do ano.

MAR DE FALSIDADE

Já é mais do que notório este mar de falsidade que está banhando a sociedade como um todo, onde, a cada dia que passa o ambiente fica ainda mais poluído. E quanto mais próximo o final do ano, mais forte se torna a exalação dos fétidos odores provocados pela explosiva mistura de cinismo, falsidade e esperteza.

OUTUBRO

Apesar de abundante o ano todo, essa grande safra de enganação e esperteza tem o seu ponto alto em outubro, quando o puxa-saquismo entra na sua fase mais aguda. É o momento da eleição dos ganhadores dos prêmios que são conferidos a cada ano que finda.

TODOS FINGIDOS

Diante dessa realidade, a maioria dos troféus, infelizmente, acaba indo para quem muito pouco fez para merecer a distinção. Pior ainda quando os escolhidos são políticos, que mereceriam mais desprezo. Mas tem um detalhe: tanto quem escolhe quanto os agraciados fazem o mesmo papel de fingidos. No Brasil como um todo chega a ser impressionante o nível de cooptação e de interesse que envolve o procedimento das escolhas.

SAIA JUSTA

No âmbito internacional, para concluir, estamos em plena safra 2009 do -Prêmio Nobel- nas suas mais diversas categorias. Como o escolhido para o Nobel da Paz foi Barack Obama, a comissão organizadora simplesmente resolveu premiar o compromisso e não o reconhecimento.Como é praticamente impensável a recusa, Obama já deve ter escolhido o traje para a cerimônia de entrega do troféu: vai com uma saia bem justa. Justíssima.

ANUGA 2009

Nesta espetacular edição de 2009, a Anuga, que existe desde 1919, considerada a maior feira de alimentos do mundo, conta com mais de 6.500 expositores provenientes de 97 países. Ocupando totalmente o complexo da feira de Colônia, na Alemanha, os destaques ficam por conta da Itália, com os 1.033 expositores, Alemanha (1.018), China (404), Espanha (392), França (255), Grécia (232), Países Baixos (226), Bélgica (199), Turquia (190), EUA (167) e Tailândia (161),principalmente.

MUITO TÍMIDO

Embora o Brasil esteja razoavelmente representado, com 109 expositores, atrás da Argentina (111), ainda é considerado um país muito tímido em comércio e industrialização de produtos. Infelizmente, mesmo com a melhora recente em termos de investimento na indústria, o nosso destaque fica por conta da produção de commodities. Só quem observa -in loco- a enorme diversidade de produtos oferecidos pelos países asiáticos, por exemplo, percebe o quanto estamos atrasados. Atenção: Não estou comparando o Brasil com países de primeiro mundo, mas com os emergentes, da nossa pretensa categoria. Amanhã tem mais sobre a ANUGA 2009.

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09 out 2009

ENTRANDO NO ANO 9


EDIÇÃO DE ANIVERSÁRIO

Esta é mais uma Edição de Aniversário do PONTOCRITICO.COM, que neste domingo, 11/10, completa oito anos de existência. Assim, a partir de hoje, com pequena alteração na capa, uma nova contagem das edições se inicia, entrando agora no seu Ano 9.

GRANDE INSPIRADOR

Como de praxe, desde a publicação do primeiro Ponto Crítico, lá em 11/10/2001, faço questão de prestar a minha homenagem ao brilhante liberal, Roberto Campos, cujo falecimento, ocorrido dois dias antes, 9/10, serviu como mote para a criação e desenvolvimento da e-opinion.

O ESTADO ESSENCIAL

As notas de Roberto Campos nunca saem de moda, principalmente porque o Brasil insiste com velhos problemas. Basta observar que, mesmo com a crise financeira mundial, a turma do PT e outros equivocados ainda continuam ignorando o pensamento lógico, ao confundirem o Estado mínimo com Estado eficiente.

EFICIÊNCIA

Este esclarecimento de situação foi uma das grandes batalhas promovidas por Campos. A confusão, dizia o liberal, está entre a necessidade de desinchar o Estado e o aumento da sua eficiência. Como o economista John M. Keynes se notabilizou pela defesa da intervenção do Estado na economia, e muitos países aplicaram à risca a sua receita nesta crise financeira mundial, Lula & Cia ficaram eufóricos. E saíram cantando aos quatro ventos, cheios de razão, dizendo que o Estado não pode ser mínimo. Uma bobagem e tanto, certamente.

KEYNES

O economista americano do século passado, certo ou errado, defendia sim a tese de que, em períodos de crise, o Estado deveria entrar como investidor em obras de infra-estrutura. E justificava a idéia dizendo que o propósito seria de manter empregos e estimular a economia.Embora o custo teria reflexo nas contas públicas, com rombos fantásticos, Keynes deixava claro que não defendia, em hipótese alguma, o gasto de dinheiro público em despesas correntes, como Lula está fazendo. Pior: Lula está impondo a sua vontade aprovando leis praticamente irrevogáveis, o que torna o Estado refém de seus equívocos.

DESCALABRO

Diante desse descalabro, pouco identificado pelo fato de estarmos mais à margem da crise do que muitos países, é bom rememorar o que Roberto Campos disse, em 19 de outubro de 1999: - Considero-me insuspeito para falar, por ter sido sempre severo crítico da ineficiência endêmica, do clientelismo e do corporativismo do setor público brasileiro, e por minha preferência pela racionalidade do mercado como mecanismo de alocação dos recursos produtivos.

ESTADO INCHADO

O Estado brasileiro foi inchando e se deformando, ao longo do tempo, por conta da natureza do processo político do país. Isso acontece com frequência nos países subdesenvolvidos, e não raro, nos ? emergentes - e/ou - em transição- , como é fácil de entender. Neles as carências são proporcionalmente mais intensas, e o poder da máquina pública se torna especialmente importante, tanto para distribuir benesses como para arbitrar disputas distributivas.

SOLIDARIEDADE INVERTIDA

Vejam, por exemplo, o que acontece na Previdência Pública: o déficit crescente continua muito grave sem que nada seja feito para conter o rombo. Uma prova de que no Brasil existe uma enorme IMPREVIDÊNCIA por parte de gerações de clientelismo político, coroado pelo carnaval de benesses da Constituição de 1988. Isso num tempo em que o alongamento da vida média e a expansão de benefícios aumentavam a carga de compromissos futuros. Ou seja, a reforma da Previdência é assunto pra lá de urgentíssimo, não só sob o aspecto fiscal, mas de justiça social, pois é um sistema de solidariedade invertida.

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08 out 2009

EM PARIS


PIT STOP

Com destino à Alemanha, para participar da Anuga 2009, importante Feira de alimentos da Europa que acontece na bela cidade de Colônia, a minha viagem começa com um -pit stop- em Paris, onde já estou.

PRAZER SECULAR

As atrações turísticas da França, como se sabe, são múltiplas. Entre tantas, uma delas está no secular prazer que visitantes e moradores têm em sentar num café ou num restaurante para desfrutar da boa comida francesa e de seus vinhos (nacionais) maravilhosos.

REDUÇÃO DE PREÇOS

Pois, neste particular, o que chama muito à atenção aqui em Paris é a forma agressiva com que os donos de restaurantes estão propagando a redução dos preços dos pratos que constam nos cardápios. É isto mesmo, gente.

MENOS IMPOSTO

Tal qual faz nossa indústria automobilística aí no Brasil, que propaga a queda dos preços dos veículos em função da redução do IPI, os restaurantes franceses estão escancarando, tanto nas vitrines quanto nos cardápios, que os preços baixaram para valer depois que o governo aprovou a redução, em vigor desde 01/julho, de 19,6% para 5,5%, o imposto de consumo (TVA).

ANTES E AGORA

Para que os clientes possam comprovar, efetivamente, a vantagem que estão levando, os cardápios mostram os preços anteriores ao lado dos atuais vigentes. Não é uma maravilha? A decisão do governo obriga, no mínimo, que sete produtos sejam atingidos. Mas, a maioria dos restaurantes não impõem tal limite, que só não atende às bebidas alcoólicas.

BENEFICIADOS

O acordo identifica muita correção, pois o sucesso é indiscutível. E traz múltiplos benefícios: aos consumidores, pelo preço mais baixo que pagam; à geração de mais empregos, pelo movimento maior que estão tendo os restaurantes; e aos empresários, pelos investimentos que se propõem a fazer. Que tal?

NA MOSCA

A propósito, diante do acima exposto, é oportuno replicar o comentário do filósofo, escritor e político romano, Marcus Tullius Cícero, no ano de 55 a.C. Eis o que disse M.Tullius: PAGAMENTOS REDUZIDOS - O Orçamento Nacional deve ser equilibrado. As dívidas Públicas devem ser reduzidas, e a arrogância das autoridades deve ser moderada e controlada. Os pagamentos a governo devem ser reduzidos, se a Nação não quiser ir à falência. As pessoas devem novamente aprender a trabalhar, ao invés de viver por conta pública. Ora, como a verdade é pra lá de antiga, qual a razão para que os nossos governantes não compreendam e não pratiquem o preceito?

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07 out 2009

A ILHA DE CORROMPO


SITUAÇÃO PARECIDA

Os povos de vários países da América Latina, incluindo o Brasil, estão vivendo um momento muito, mas muito parecido com os habitantes da Ilha de Corrompo, como consta no magnífico livro de autoria de Ken Schoolland: As Aventuras de Jonas, o Ingênuo - Uma Odisséia Rumo ao Conhecimento.

ILHA DE CORROMPO

Como mostra o livro, Jonas estava navegando quando sua embarcação, ao ser destruída por ventos muito fortes, acabou encalhada numa Ilha de nome Corrompo. Em cada breve capítulo, Jonas se depara com uma situação em que o povo de Corrompo é sempre penalizado por falta de liberdade, mesmo sem esta noção. E esta falta de percepção se dá pela falta de conhecimento somada à esperteza ideológica muito bem aplicada pelos governantes da Ilha, que ocupam a Casa dos Lordes.

LIBERDADE

Por falta de discernimento, muita gente crê que, só pelo fato de não estar acorrentado é o suficiente para entender que é livre. Como os governantes adoram decidir o destino das pessoas, tratam de convencer o povo dizendo que liberdade representa muitos riscos. Assim, se oferecem para - proteger - os cidadãos contra os perigos da livre escolha.

GOVERNOS LATINOS

Esta estratégia tem dado bons resultados aos governantes latinos, principalmente. Tudo porque a escolaridade do povo é muito baixa na região. Assim, as pessoas pensam que são livres enquanto o governo diz o que elas devem fazer. Como o verdadeiro teste da liberdade só acontece quando alguém decide ser diferente, o governo trata de impedir ao máximo tal percepção.

SABER POR SI

Nas condições atuais é quase impossível fazer com que o povo entenda, de forma definitiva, que cada um precisa saber por si, e não pelos outros, aquilo que deve fazer. Seria importante se todos percebessem que os governantes sempre têm uma visão própria e por isso tentam forçar os outros em direção a ela.

OS MEIOS E OS FINS

Numa terra livre, as pessoas depositam confiança na virtude e no processo das descobertas. Milhares de pessoas buscando seus próprios objetivos, cada uma se esforçando para atingi-los, serão capazes de criar um mundo melhor do que aquele que você possivelmente imagina para elas. Cuidando primeiro dos meios, os fins virão, indiscutivelmente.

SOLUÇÕES INESPERADAS

Em última análise significa o seguinte: se as pessoas forem livres, elas encontrarão soluções inesperadas. E se não forem livres encontrarão problemas inesperados. Só isso. Se você aí não usa o seu direito de fazer alguma coisa, também ficará sem o direito de pedir aos políticos para fazê-la por você. Se um número muito grande de pessoas chegarem ao ponto de reconhecer e praticar esses ideais de liberdade que aqui exponho, aí estaremos diante de um momento ímpar, onde a coragem vai prevalecer para que muita coisa possa mudar. Tomara.

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06 out 2009

PARA SER COPIADO


CRÍTICA

Há quem imagine que o Ponto Crítico só tem por hábito fazer comentários e dar opiniões sobre o lado ruim e perverso de tudo. Acontece que muitas vezes os fatos e decisões abordados têm conteúdos danosos para nós cidadãos.

ALEGRIA

Ora, se sob o meu ponto de vista fico triste e preocupado com aquilo que é ruim, nuca deixo de manifestar a minha alegria e prazer em informar e comentar tudo aquilo que produz bem estar e felicidade para todos.

NOTÍCIA SERGIPANA

Como, por exemplo, uma notícia vinda de Sergipe, divulgada no site -www.clicksergipe.com.br-, que comento a seguir. É uma pena que a mesma tenha sido muito pouco divulgada, pois assuntos como esse deveriam ocupar as manchetes de todos os jornais do país. Aí vai, portanto, um comentário feliz do PONTOCRITICO.COM, gente:

OUSADIA

O governo sergipano, numa demonstração de ousadia e inteligência, está disposto a atrair investimentos, principalmente na área química, de petróleo e gás, têxtil e de calçados. Para tanto está oferecendo um fantástico desconto de 92% no ICMS às empresas interessadas em investir lá.

REQUISITOS

Para conseguir o benefício, as empresas precisam apresentar um projeto e cumprir alguns requisitos, como metas de geração de emprego. O Estado também tem implementado outros incentivos, diz, como um regime especial recém-aprovado para transformar Sergipe em um pólo de cosméticos. Pelo regime, ficam desoneradas de ICMS as vendas dos centros de distribuição de cosméticos exclusivos.

POLÍTICA TRIBUTÁRIA

Segundo a Secretaria de Desenvolvimento de Sergipe esta política tributária e fiscal tem ajudado muito o Estado. Desde 2007, Sergipe recebeu 40 novas indústrias, com geração de 4 mil empregos.

FUTURO

Até o fim de 2010 a expectativa é de que cerca de 50 se instalem no Estado, o que resultará mais 6 mil novos empregos. Além disso, Sergipe também se prepara para a formação de um novo parque tecnológico para as áreas de tecnologia da informação, biotecnologia, petróleo e gás. Que tal? Pergunto: por quê, gente, esta moda não pega no RS? Se alguém souber, por favor, informe.

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05 out 2009

ANJOS E DEMÔNIOS


SEM SURPRESA

Ninguém mais fica surpreso quando vê o tratamento que o jornal ZH dá, para o mesmo assunto, espaços e notoriedade bem diferentes. Quando a notícia convém pelo aspecto ideológico do editor, o espaço precisa ser sempre muito generoso. E quando não combina com aquilo que ele pensa, de duas uma: a notícia deixa de ser publicada; ou o espaço concedido deve ser mínimo, para passar despercebido do leitor.

LETRAS GARRAFAIS

No já insuportável e maçante assunto que trata do golpe em Honduras, onde o jornal ZH, desde o primeiro momento se mostrou a favor do deposto Zelaya, o verdadeiro golpista, tem sido assim também. Para formar a opinião pública de acordo com o que ZH entende, as notícias daquele país só pendem para um lado, e sempre expostas com letras garrafais.

MIRNA CASTRO

Na edição de sábado, 03, ZH, de forma diferente, destina um pequeno canto de página para publicar uma entrevista concedida pela ministra da Cultura de Honduras, Mirna Castro. Mirna, hondurense, afirma, categoricamente, que não houve golpe no seu país. E lamentou que o Brasil tivesse caído numa armadilha do presidente deposto Manuel Zelaya.

PIJAMA?

Mirna Castro, que sobre seu país deve saber bem mais do que Lula, Marco Aurélio Garcia e Celso Amorim, disse com toda clareza que Zelaya colocou as forças armadas contra a parede, porque queria obrigá-las a contrariar à Constituição. E o maior impacto foi quando Zelaya saiu do país. Ele diz que saiu de pijama, enquanto Mirna diz que isto não é verdade. Zelaya saiu com sua mala, seu cartão de crédito de US$ 80 mil, completa Mirna.

LULA SABE TUDO

Lula, que já se celebrizou no Brasil por dizer que nunca sabe de nada sobre as coisas que acontecem aqui, por incrível que pareça sabe mais do que Mirna sobre o que acontece em Honduras. Curioso isto, não? De novo: sobre o que acontece no Brasil, diante de suas barbas, Lula desconhece, mas sobre Honduras sabe tudo. Daí que ele e sua turma não acreditam em nada do que Mirna diz. Mirna, para o trio, é uma mentirosa.

ABUSO

Ao ser indagada sobre o apoio do Brasil à Zelaya, Mirna lamentou que o golpista tivesse envolvido um país como o Brasil: - Sabemos que o Brasil tem interesses na América Latina assim como sabemos do seu interesse em conseguir uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, disse. Mais: que Zelaya abusou da hospitalidade que lhe dão na embaixada e converteu o prédio em algo lamentável, convocando de lá à insurreição.

LULA, O INGÊNUO

Ao finalizar, Mirna foi muito elegante ao dizer que Lula foi ingênuo. Ela crê que Zelaya e toda esta situação pegaram Lula de surpresa. Honduras é um país pequeno, mas que reagiu ao que estamos vendo acontecer na Venezuela, Bolívia e Equador. Pois é, gente. ZH e outros tantos jornais do país não enxergam isto. Enxergam os demônios, mas dizem aos seus leitores que são anjos.

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