TRÊS ASSUNTOS

Como os a maioria dos meios de comunicação enviou repórteres ao Haiti, para descrever a terrível catástrofe que multiplicou a miséria daquele infeliz país, as notícias por aqui se dividem, exclusivamente, em: 1- efeitos do terremoto; 2- enchentes provocadas pelas chuvas em todo o Brasil; e, 3- acidentes de trânsito nas estradas.

PAÍS SOLIDÁRIO

O governo brasileiro, para faturar prestígio internacional, embarcou na onda que representa a tragédia haitiniana. E decidiu que é melhor dar atenção ao Haiti do que ficar se preocupando com as nossas tragédias. Como o espírito mórbido e curioso é uma característica da humanidade, nada melhor para obter fama de país solidário.

COMPETIÇÃO

Com um detalhe: através da desgraça vivida pelo povo de Porto Príncipe, o governo Lula está tratando do assunto como se a ajuda social fosse uma competição, onde o melhor país é aquele que mais doa dinheiro aos atingidos.

DOADOR

Pois, até agora, a título de justiça, o governo brasileiro não mencionou que o montante de R$ 35 milhões que o Brasil está doando saiu dos bolsos do povo brasileiro, e não de Lula, que posa como doador individual.

E O PAPA?

Aliás, também não li, nem ouvi, sobre doações feitas ou serem feitas pelo Vaticano. Confesso que até imaginei o Papa, acompanhado de grande número de cardeais, visitando aquele pobre país destruído pelo terremoto. Imaginei que uma forte ajuda espiritual seria importantíssimo para diminuir o sofrimento dos haitinianos. Puro engano.

SEM CUMPRIMENTOS

Ah, também não li, embora tenha procurado em todos os noticiários, que Lula, Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa, Fidel Castro etc., tivessem enviado cumprimentos a Sebastian Piñeira, pela vitória nas eleições presidenciais do Chile. Se o vitorioso fosse o candidato da esquerda, Lula e sua turma estariam em festa. Sem dúvida.

TERREMOTO

Ainda com relação ao Haiti, uma coisa já está bem clara: tirando as mortes lamentáveis que o terremoto provocou, a vida na capital Porto Príncipe não está muito diferente. A miséria continua praticamente a mesma. Sabem porque? Porque as ditaduras têm esse dom. Matam tanto quanto um terremoto além de promover o ataso pela falta de liberdade do povo.