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23 fev 2021

O EFEITO ROMPANTE


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ROMPANTE

Diante da forte repercussão do último ROMPANTE do presidente Jair Bolsonaro, que pelo efeito repetição já é considerado como MARCA REGISTRADA do impaciente Chefe da Nação, me atrevo a fazer uma análise fria da encrenca, tomando muito cuidado para não deixar que a EMOÇÃO venha a provocar mais dúvida e menos certeza sobre a desastrosa forma -raivosa- que foi utilizada para substituir o presidente da Petrobrás.


RAZÕES PARA O PÂNICO

Primeiramente, por mais que todos os investidores, pequenos, médios ou grandes, estejam fortemente desconfiados de que foram mais uma vez enganados, é importante que fique bem claro que (por ora) Bolsonaro segue afirmando, de forma reiterada, que a mudança do presidente da estatal não significa, em hipótese alguma, que o governo esteja pronto e decidido para INTERVIR NA POLÍTICA DE PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS. O fato, no entanto, é que o ROMPANTE falou mais alto deixando os investidores nacionais e internacionais em pânico, na certeza de que estavam diante da cena onde a presidente Dilma Petista, achou por bem INTERVIR na POLÍTICA DE PREÇOS dos combustíveis, levando as REFINARIAS DA PETROBRÁS a amargarem um pesado prejuízo, que, por sua vez, atingiu em cheio os acionistas-investidores-minoritários.


CONJUNTO DA OBRA

Ora, quem mostra interesse para investir em ações, antes de tudo precisa analisar bem as perspectivas econômico-financeiras da empresa; a capacidade daqueles que estão no comando, definida como GOVERNANÇA; e qual o retorno que imagina como provável em termos de distribuição dos resultados. Pois, neste particular, depois de tudo que a Petrobrás passou, vítima de um fantástico ataque de inúmeros CORRUPTOS, e do saneamento iniciado no governo Temer, a confiança na empresa aumentou muito. Ou seja, a boa administração da Petrobrás fez com que os sempre bem-vindos ESPECULADORES e/ou INVESTIDORES passassem a comprar ações da estatal e, pelo conjunto da obra, o valor de mercado da Petrobrás subiu bastante.   


CLASS ACTION

Mais: o enquadramento da empresa para atender ao que manda a importante Lei das Estatais; uma correta POLÍTICA DE PREÇOS e, principalmente, o CLASS ACTION (uma espécie de ação coletiva prevista na legislação norte-americana que permite que uma classe composta por pessoas que sofreram o mesmo prejuízo, ou prejudicadas pelo mesmo fato e, portanto, possuem um interesse em comum, pleiteiem em conjunto uma indenização pelos prejuízos sofridos) foram fundamentais para tornar a Petrobrás uma empresa atraente para os investidores.  


CAPITAL INTENSIVO

Este era o clima de boa convivência que a Petrobrás conseguiu recuperar a duras penas entre os agentes do mercado financeiro e de capital. Este ambiente saudável, que se faz necessário para qualquer empresa em qualquer situação, mais ainda se torna importante quando estamos diante de uma empresa de CAPITAL INTENSIVO, onde há constante necessidade de FINANCIAMENTO para tocar os incontáveis projetos de INVESTIMENTO.  


REDUÇÃO SUBSTANCIAL DO VALOR DE MERCADO

Como se vê, claramente, o presidente Bolsonaro, ao invés de tratar deste tema tão sensível de forma RACIONAL, o que fez, ainda que tenha agido com a melhor das intenções, foi lançar mão do péssimo ROMPANTE. Com isso acabou por provocar uma imensa desvalorização do valor de mercado da Petrobrás e de outras estatais que, até ontem, superaram os R$ 100 BILHÕES. Coisa, repito, que poderia ter sido evitado sem o uso do ROMPANTE. 


ESPAÇO PENSAR +

No ESPAÇO PENSAR + de hoje: A CULPA PELO PREÇO ELEVADO DOS COMBUSTÍVEIS NÃO É SÓ DA PETROBRÁS - por J.R.GUZZO - publicado na Gazeta do Povo. Para ler acesse o link: https://www.pontocritico.com/espaco-pensar