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29 mar 2005

FORA FMI? OU, FORA BRASIL?


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ECONOMIA, DEZ. POLÍTICA, ZERO.
Se alguém tivesse que dar notas para o desempenho deste governo, com certeza daria dez para assuntos de economia. Mas, em questões políticas, zero. O incrível nisto tudo é que Lula teve muito tirocínio para escolher a equipe econômica e pouca sabedoria para escolher os demais ministros e assessores. De tão ruins baixam a média. O caos que estão promovendo já está bem identificado pela alta vertiginosa do risco-país.
DECISÕES CORRETAS
Coincidentemente, no exato momento em que o governo brasileiro informa que o FMI não está mais nos nossos planos econômicos, o nosso risco-país vem dando saltos espetaculares. Sem apoio de vara, bem entendido. O interessante, neste aspecto, é que durante o ano de 2004, por diversas vezes, ouvi os petistas bradarem que a nossa taxa de risco recuava exatamente pelas corretas decisões do governo. Certo.
DECISÕES INCORRETAS
Portanto, da mesmíssima forma, também entendo que com a brutal elevação de 100 pb nos últimos dias, passando de 370 para 470 pb o risco Brasil, só as decisões incorretas do mesmo governo é que explicam tal elevação. Ou não? E mais: daqui para frente também não será mais possível por a culpa no FMI. Ela passa a ser só do Lula.
JUÍZO
Não foi, certamente, pelo fato de que um bando de despreparados e comunistas gritou muitas vezes: -Fora. FMI!-, a razão para o anúncio de que o Brasil deixaria de fazer um novo acordo com o Fundo. As nossas contas, felizmente, obtiveram fortes sinais de melhora, o que promoveu a dispensa da importante ajuda internacional.
OS PERIGOSOS
Podem estar certos, entretanto, de que, a estas alturas, a direção do FMI é que está dando Graças a Deus pela nossa desistência. Até porque grande parte dos países latino-americanos de má índole, vem se salientando de forma muito perigosa, ultimamente. A exceção, como se sabe, é o Chile, que graças a Pinochet, confirmou a transformação para país de primeiro mundo.
FORA BRASIL!
Depois dos exemplos promovidos pela Argentina, com o calote, e pela Venezuela, com um populismo pra lá de autoritário, aplicar na América Latina virou risco puro. Creio que, do jeito que estão as coisas por estes países e por outros também complicados, é bem provável que na noite de ontem, na sede do FMI, em Washington, foi declarado, alto e bom som, pelos técnicos cansados, mas aliviados, um: Fora Brasil!
LÁ, RESOLVEU
O Governo Federal, apesar de tudo teve mais juízo. Melhor: não aguentou a pressão da sociedade. Diante de tanta mobilização, resolveu retirar a MP 232. Vamos ficar aliviados por algumas horas, felizmente. Já no RS, apesar da mobilização das entidades, o governador Rigotto não se sensibiliza. Recua, é verdade, quanto aos créditos do ICMS dos exportadores, dando impressão de alívio e vitória para todos. Mas, espertamente, fica com a perversidade da alta das alíquotas do imposto sobre combustíveis, telefonia e energia. Se houvesse um mínimo de coerência e justiça, a revogação da lei aconteceria. Não. O governador Rigotto entendeu que, reduzindo um ponto percentual a taxa do crime, passa a ser o melhor do mundo. Infelizmente, como se vê, não há um mínimo de justiça ao lado deste governo. Maldição.