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09 ago 2005

BRINCANDO COM COISA SÉRIA


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IRRESPONSABILIDADE
A Petrobrás está brincando com o petróleo. Há muito tempo. Desde o momento em que o barril chegou a U$ 40, o governo vem dizendo que se continuar subindo o preço do barril no mercado internacional, não há como segurar os preços no mercado interno. Depois disto o petróleo só subiu mais. Mas, até agora, nada. Estamos brincando com coisa séria o que nenhum país do mundo ousou fazer. Mesmo assim, ontem, depois de quase atingir U$ 64 /barril, a diretoria da Petrobrás voltou a dizer a mesma coisa: se continuar assim não há como não reajustar o preço no Brasil. Daqui a pouco o preço chega a U$ 100/b e vamos continuar ouvindo besteiras. É muita irresponsabilidade. Assim, gente, não há como existir refinarias no país.
COMPREENSÃO
Eu sei que é muito complicado ficar defendendo aumento de preços. Principalmente se for dos combustíveis. Ninguém, é óbvio, se dispõe a aceitar a necessidade de um aumento dos preços da gasolina e do diesel. Mas, se os leitores tiverem um pouco de compreensão vão precisar entender que a Petrobrás não tem sido responsável nas suas decisões ao evitar reajustes. Não acompanhar os preços do mercado internacional de uma commodity é desestimular investimentos. Estas resistências promoveram o atraso brutal na nossa auto-suficiência em infra-estrutura, como energia, combustíveis, telefonia, estradas, etc... Sem capacidade de competição não há crescimento. No caso do petróleo só a Petrobrás está no mercado de refino, pois as demais estão paralisadas por falta de produto a preço competitivo.
FALTA JUÍZO
Tomara que o povo brasileiro tenha tomado juízo e nunca mais vote nos petistas. Já chega de tantos arrependimentos daqueles que foram muito mais levados pela emoção e pela evangelização. Chamo a atenção, portanto, daqueles que ainda crêem numa vitória do PT nas próximas eleições para o seguinte: O PT, com Lula no governo, já mostrou que está repleto de falcatruas e desvios de dinheiro público. Mas, mesmo dentro deste mar de lama, mostra alguma aprovação por manter uma política macroeconômica digna de bons reflexos no mercado nacional e internacional.
MESMO NO ABSURDO
O PT, como os demais partidos, também tem várias alas. Caso o PT rebelde, por alguma razão absurda, mas sempre possível, consiga se eleger, os rombos nos cofres públicos seriam bem maiores. Mesmo que não houvesse tantos desvios por falcatruas. O problema é que eles passariam a gastar desmedida e irresponsavelmente os recursos da União provocando mais rombos e menos esperança na economia do país. Caso só o PT existisse, embora com suas várias alas, sem sombra de dúvidas votaria no Lula. O rombo registrado pela corrupção é sempre infinitamente menor do que o rombo promovido pelos xiitas. Acreditem nisto, pelo amor de Deus.
SÓ A EDUCAÇÃO É VÁLIDA
Ajudar pessoas é dar educação a elas. Isto as faz iguais às demais por oportunidades. Fazer assistencialismo é criar cada vez mais dependência. Isto venho dizendo há muito tempo e de forma insistente. Para minha felicidade, ao ler as páginas amarelas da Veja desta semana, vejo o quanto estou certo nas minhas convicções. Sugiro, portanto, a leitura da entrevista com James Shikwati. E proponho que aqueles repetidos prêmios, que várias instituições brasileiras adoram conceder a pessoas públicas, sejam reservados neste ano para James Shikwati. E que se crie o Prêmio Nobel de Inteligência, para ser entregue, com festa, ao Sr. James. Seria antes de tudo, muito merecido. Ah, ele é queniano e detesta doações à África.
SÓ NA ESPERANÇA
Com toda a seriedade e toda a convicção confesso que não faço e não pretendo fazer qualquer doação ao Projeto - Criança Esperança -. Trata-se, no meu entender, de um negócio fantástico para a Rede Globo, que faz um grande espetáculo mas não põe um tostão na ação. Aliás, nem a Globo, nem as empresas de telefonia, e nem o governo abdicam de seus ganhos com as ligações telefônicas feitas pelos doadores. Não são solidários. Portanto, não tem qualquer preocupação com as crianças. Por que eu teria que pagar a conta do espetáculo? Prefiro fazer outro tipo de filantropia. Sem a ajuda, ou melhor, sem o custo Globo e seus comparsas.