IPO
Nunca antes na história deste país houve tantos lançamentos de ações na Bovespa. Uma loucura magnífica cujo nome é: IPO - Initial Public Offering ?, ou a primeira venda de ações de uma empresa ao mercado.
ESGOTAMENTO
Se tais lançamentos de ações no mercado fossem tentados num momento de baixo crescimento econômico, muita desconfiança, com uma alta taxa de risco-país e taxas de juros mais competitivas, com toda a certeza haveria um rápido esgotamento de interesse por parte dos potenciais investidores.
CRÉDITO
Além disto, como os brasileiros por longo período não podiam dispor de crédito para o consumo de bens duráveis, a pequena poupança formada ou disponível nas suas contas não tinha como absorver muitos lançamentos de ações.
AÇÕES
Considere-se também, como muito importante, que o mercado de ações nunca foi visto com bons olhos pela imprensa. Sendo bastante bombardeado por aqui, mais dificultava qualquer argumento de que as ações são menos arriscadas do que aplicações em renda fixa.
RISCO PAÍS
Com a melhora sintomática do ambiente macroeconômico do Brasil, o índice que mede o risco-país simplesmente despencou. E junto com a nova confiança que passávamos então a despertar, a poupança dos estrangeiros também tratou de aproveitar as oportunidades para investir aqui. Tanto em juros quanto em ações de empresas brasileiras.
NOVO PERÍODO
A partir daí passamos a viver um novo período, em que a poupança interna aumentou e ficou mais livre para investir; e a poupança externa, bastante exuberante, também passou a acreditar no Brasil pelos indicadores favoráveis apresentados. Uma soma de interesses expressada por volumes financeiros fantásticos que, por sua vez, tem suportado um grande número de IPOs.
LANÇAMENTOS PRIMÁRIOS
Este novo Brasil de juros menos competitivos, mais confiante, com crescimento ainda moderado porém firme e cheio de expectativas, levou muitas empresas a experimentarem o nosso mercado de ações fazendo lançamentos primários denominados de IPOs.
NOVO COMPORTAMENTO
Só que esta decisão não é de graça. Ela está exigindo um novo comportamento por parte do acionista controlador. O fato deste acionista embolsar muito dinheiro com a venda de parte de suas ações e ainda manter o controle acionário, que muitas das vezes não representam qualquer injeção de capital nos cofres da empresa, só despertará interesse se houver um forte comprometimento com a governança corporativa.
POSTURA
Esta nova postura empresarial comprometida ainda precisa ser testada. É preciso que entendam a importância da Governança Corporativa e os compromissos que ela define. Sem isto, num estalar de dedos os poupadores tratarão de cair fora. E aí não haverá poupança interna suficiente para dar liquidez aos papéis já lançados e negociados no mercado. Este teste de maturidade empresarial ainda está em curso. Tomara que haja êxito.