PÍFIO? ONDE?
É impressionante como o assunto ?
privatizações
voltou às manchetes. E pela forma mais infeliz possível, contando até com a concordância de alguns comunicadores. De repente, logo após a divulgação dos balanços de empresas privatizadas, principalmente a Vale do Rio Doce, voltou a ser propalado que o governo vendeu a empresa por um valor pífio. Como, pífio? Não é nada disso. Vejam: 1- A venda das ações ordinárias em poder da União, foi feita através de leilão, onde todos os qualificados tiveram a oportunidade de dar seus lances. Os fundos de pensão até fizeram isto e nunca se arrependeram;
PASSIVO ENORME
2- O passivo da Vale, na ocasião, era simplesmente fantástico, principalmente o trabalhista. E aí havia a parte transparente (calculável) e a oculta (incalculável, maior e altamente perigosa; 3- A Vale se encontrava totalmente fora dos padrões de investimentos necessários para poder competir no mercado de mineração. E o governo não tinha como continua não tendo recursos para tanto; 4- O governo precisa focar suas atenções em áreas onde a sociedade precisa de atendimento, como saúde, e educação, e não em empresas de mineração, coisa que não entende e já mostrou que não tem a mínima competência;
CAPITAL VOTANTE
5- A venda das ações da Vale, feita por leilão, não representavam o capital total da empresa, mas tão somente a parte correspondente às ações ordinárias que estavam em poder da União, ou seja, 17% do capital total, equivalentes a 51% do capital votante, coisa que muita gente ainda desconhece. As ações preferenciais, representando na época a maior parte do capital, sempre estiveram em poder do mercado, leia-se aí os acionistas privados; 6- O lucro que a empresa obteve no semestre, e que vem obtendo nos últimos exercícios, é puro resultado dos investimentos pesados efetuados e da sua gestão correta, coisa muito diferente do que havia quando ela estava nas mãos da União;
BASTA COMPRAR NA BOLSA
7- Para ficar somente com estas justificativas, proponho que, se o governo tem dinheiro sobrando, e adora ser acionista de empresas, basta comprar na Bolsa, ações da Vale e outras mais que já foram privatizadas. Tenho certeza de que os ainda não convencidos vão perceber que, para os menos competentes é muito melhor ser acionista do que gestor. É o caso do Estado, independente de qualquer governante. Gente, isto tudo vale, é óbvio, para empresas de telefonia, energia elétrica, bancos, etc... , inclusive mineradoras;
ORGULHO
8- Finalizando, as privatizações feitas não devem ser lamentadas. Ao contrário, precisam ser enaltecidas e servir de exemplo e estímulo para que outras aconteçam. Devemos ter orgulho das empresas que deixaram de ficar nas mãos do governo e mostraram que podem ser competitivas e lucrativas. Este é o melhor exemplo a ser seguido e não ficar querendo mais estatais que não tem a mínima capacidade de se sustentar.
CAPACITAÇÃO EQUIVOCADA
Os funcionários das estatais em geral, se notabilizaram muito mais pela capacidade de parar as empresas, através das greves, do que de fazê-las andar para frente, para o progresso. A capacitação recebida para uma melhor competitividade empresarial, vem sendo mais direcionada para a dominação das estatais, onde a utilização do espírito de corpo acaba tornando as empresas inchadas, caras e cheias de reclamatórias trabalhistas. Alguém discorda?